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Jornal SBC 105 | Abril 2011 12

CARDIOLOGIA NA IMPRENSA

Substituição da valva aórtica

por via percutânea

Tema ainda não totalmente familiar para muitos colegas, e a imprensa leiga já comenta o assunto: o novo tratamento da valvopatia aórtica nos idosos. Uma mudança epidemiológica está ocorrendo: com o expressivo aumento na longevidade, ocorreu um crescimento espantoso na incidência clínica da valvopatia aórtica e, em consequência, no seu tratamento, até hoje basicamente cirúrgico, com modernas e promissoras próteses. Novos e audaciosos caminhos como o da via percutânea começam a ser desenvolvidos, porém, essa novidade deixa pertinentes perguntas do clínico: O que é? Como é feita? A quem serve?

Convidamos a equipe de Hemodinâmica do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC) / Hospital do Coração (HCor), chefada pelo Prof. Dr. José EduardoM. R. Sousa, para que nos explique esse novo procedimento, a Substituição da Valva Aórtica por Via Percutânea.

“Na população em geral, a prevalência de estenose aórtica (EAo) tende a aumentar signifcantemente com o passar dos anos, podendo ser detectada em até 5% dos indivíduos com idade igual ou superior a 75 anos. Uma vez manifestos os primeiros sintomas dessa patologia, a expectativa e a qualidade de vida do paciente acometido tendem a sofrer marcante redução, além do impacto no sistema de saúde, uma vez que ela cursa com repetidas internações em sua evolução. A cirurgia de troca valvar aórtica, hoje considerada padrão-ouro para correção dessa enfermidade, cursa com taxas de mortalidade entre 3% e 8,9% nas diversas séries nacionais e internacionais, aqui incluído os dados do Sistema Único de Saúde (SUS). Tal procedimento, além de ampliar a expectativa de vida do paciente, produz um sensível incremento na qualidade de vida.

Entretanto, quando avaliados apenas pacientes considerados de mais alto risco cirúrgico, especialmente

indivíduos mais idosos (≥75 anos) com graves comorbidades associadas (por exemplo, presença de DPOC, sequelas limitantes de acidente cerebrovascular prévio, insufciência renal etc.), o risco de mortalidade cirúrgica pode elevar-se sensivelmente, atingindo taxas superiores a 25%, o que a torna procedimento de exceção entre esses pacientes. Mais recentemente, o implante percutâneo de prótese valvar aórtica tem se destacado como uma abordagem alternativa para esses pacientes de maior risco cirúrgico. Estudos preliminares em populações de alto risco têm demonstrado taxas de mortalidade nos primeiros 30 dias inferiores a 15%.

Atualmente, em nosso país existe um sistema de prótese valvar aórtica para implante percutâneo autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso comercial. Trata-se do sistema metálico, autoexpansível, CoreValve™ (CoreValve, Irvine, Estados Unidos). A prótese aórtica CoreValve™ consiste de uma válvula de tecido de pericárdio porcino bioprotética trifolheada, montada e suturada em stent de nitinol autoexpansível. A parte inferior da prótese tem elevada força radial para expandir e excluir os folhetos calcifcados e evitar retração. A parte média é comprimida para evitar as artérias coronarianas, enquanto a parte superior é destacada para centralizar e fxar bem a estrutura do stent na aorta ascendente e propiciar estabilidade longitudinal e posicionamento coaxial (Figura 1).

O procedimento é realizado no laboratório de hemodinâmica, com anestesia conduzida pelo médico anestesista. Depois de implantar um cateter marca-

CARDIONAUTAS

Ausculta cardíaca na int

Mesmo nesta era tecnológica, na qual o cardiologista dispõe de uma ampla gama de examesde imagem, aausculta cardíaca continua uma fonte essencial de informação para a decisão clínica. Nesse sentido, a web pode ajudar a resgatar alguns conceitos fundamentais para essa prática.

Conheça a seguir alguns links onde você pode revisar e praticar sua ausculta de forma interativa na internet:

Responsável Augusto Uchida augustohiroshi@cardiol.br

Responsável Nabil Ghorayeb ghorayeb@cardiol.br www.cardioesporte.com.br

passo através da veia periférica, a prótese é avançada por via retrógrada após punção da artéria femoral e liberada sob orientação fuoroscópica e angiográfca, segundo técnica-padrão previamente reportada (Figura 2).”

Figura 1 – CoreValve Prótese de 3a geração (18F) antes de ser posicionada no cateter para implante.

Figura 2 – Implante da prótese CoreValve: (A) prótese parcialmente liberada; (B) prótese completamente liberada.

http://www.blaufuss.org

http://solutions.3m.com/wps/portal/3M/en_US/Littman stethoscope/education/heart-lung-sounds

http://fler.case.edu/dck3/heart/listen.html

http://www.wilkes.med.ucla.edu/inex.htm

http://depts.washington.edu/physdx/heart/demo.html

http://www.texasheartinstitute.org/education/cme/exp

No IDPC/HCor já foram implantadas 48 dessas próteses em 47 pacientes, com resultados promissores e muito satisfatórios.

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