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CARDIOLOGIA NA IMPRENSA
É possível o controle ponderal pelo
exercício físico na obesidade?
É possível o controle ponderal pelo exercício físico na obesidade?
Situação difícil para médicos e pacientes, a mídia discutiu por meses e, fnalmente, medicamentos para emagrecimento foram proibidos e apenas um liberado. A necessidade de perda de peso da população é hoje um objetivo de política governamental de saúde. Sem dúvida e sem perda de tempo, o cardiologista nessa guerra precisa tambémda ajuda do educador físico para vencer a “epidemia do século”. Convidamos a experiente Dra. Ivani Credidio Trombetta – professora de educação física e pesquisadora da Unidade de Reabilitação CV e Fisiologia do Exercício do InCor do HC FMUSP – para opinar sobre essa questão difícil:
Dieta e/ou exercício para perda de peso corporal?
Sem sombra de dúvida, dieta e exercício físico . A dieta é a melhor e mais rápida maneira de se obter perda de peso. Por sua vez, o exercício produz gasto de energia através do efeito direto no nível metabólico. No entanto, qualquer perda de peso alcançada com exercício físico moderado pode ser facilmente revertida por pequeno aumento compensatório no consumo alimentar. Na nossa experiência e na maioria dos estudos, o treinamento físico provoca gasto calórico adicional pouco expressivo na redução do peso corporal em
Responsável Nabil Ghorayeb ghorayeb@cardiol.br www.cardioesporte.com.br
indivíduos obesos sob orientação dietética hipocalórica. Não podemos esquecer, no entanto, que pessoas que se mantêm ativas ao longo da vida têm menores chances de se tornarem obesas, têm melhor distribuição corporal, com menores depósitos de gordura intra-abdominal.
Um aspecto extremamente importante é o fato de que o emagrecimento baseado somente emdieta hipocalórica leva à redução no metabolismo de repouso. Essa redução é expressiva, sendo de cerca de 20%. Pior do que isso é que essa baixa no metabolismo permanece por longo período, mesmo após se restabelecer a ingestão calórica normal. Esse fenômeno é responsável pelo deletério efeito iô-iô. Os mecanismos que regulam uma menor taxa metabólica por baixo consumo calórico não estão totalmente esclarecidos. No entanto, sabe-se que seu decréscimo é proporcional à perda de massa magra. Além disso, outras adaptações ocorrem durante a diminuição de peso corporal, como a diminuição do efeito térmico dos alimentos, pela diminuição da quantidade total de calorias ingeridas.
Nesse sentido, a associação do treinamento físico à dieta nos programas de emagrecimento tem se mostrado extremamente benéfca. Mais importante do que seu efeito direto na perda de peso corporal, a prática de exercício físico apresenta aspectos importantes relacionados ao efeito agudo e também crônico sobre a mobilização e utilização de gordura, que infuenciam o emagrecimento. Além do efeito direto no gasto calórico, a atividade física mantém o metabolismo aumentado por um longo período após a sua execução. Isso signifca
dizer que, mesmo após o exercício, a mobilização e oxidação de lipides permanecem aumentadas. Porém, os principais efeitos do treinamento físico no controle do peso corporal são obtidos cronicamente. Alguns efeitos de grande importância se referemao aumento da atividade da enzima lipase hormônio-sensível (enzima responsável pela maior mobilização de lipides no tecido adiposo) e ao aumento da densidade mitocondrial, potencializando a oxidação de lipides, favorecendo assim o emagrecimento. Na célula adiposa, o exercício físico aumenta a sensibilidade beta-adrenérgica, o que sugere uma maior modulação do sistema nervoso simpático no tecido adiposo. Além disso, o treinamento físico acelera a perda de massa gorda devido ao aumento da capacidade de oxidação de ácidos graxos livres nas células musculares.
Outro benefício alcançado pela associação da dieta hipocalórica e treinamento físico diz respeito à redistribuição da gordura corporal. Observa-se em programas de exercício físico que, apesar da redução de todos os depósitos de gordura, há uma preferência para a redução de gordura na região abdominal. Essas células são ricas em receptores ß
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-adrenérgicos, e por isso mais suscetíveis à lipólise.
Aspecto de interesse é o papel do exercício no reganho de peso após programas de emagrecimento. Nesse sentido, o exercício físico regular tem se mostrado extremamente efciente. A manutenção de peso corporal após um período de dieta hipocalórica é mais efetivamente alcançado com a manutenção do treinamento físico.
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