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« Previous Page Table of Contents Next Page »Jornal SBC 111 | Outubro 2011 5
DIRETORIA
Deputado Arlindo Chinaglia fala sobre
consumo de sal em entrevista
exclusiva ao Jornal SBC
O deputado federal do PT de São Paulo, Arlindo Chinaglia, que é médico e já foi presidente da Câmara entre 2007 e 2009, apresentou um projeto de lei que prevê frases de alerta sobre os teores de sódio nos produtos industrializados e nas propagandas. Em entrevista exclusiva ao Jornal SBC, o parlamentar fala da iniciativa, que vai ao encontro da Campanha da Sociedade Brasileira de Cardiologia para redução do consumo de sal pelos brasileiros.
Jornal SBC: Por que o senhor apresentou o PL 7174/2010?
Arlindo Chinaglia: Estimativas ofciais de consumo de sal demonstram que a ingestão pela população brasileira (12 g/dia) é mais do que o dobro do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) (quantidade inferior a 5 g/dia). Diferentemente do que se poderia pensar, a adição do sal de cozinha aos alimentos no momento da refeição não é o único problema. Na maioria das populações, a maior quantidade de sal na dieta provémde pratos preparados e pré-cozidos, incluindo pães, carnes processadas, embutidos, além dos cereais matinais.
Ações de sensibilização e de educação podem criar uma nova cultura de consumo mais saudável de alimentos pela população. Entretanto, temos convicção que a introdução de frases de alerta na embalagem e nas propagandas de alimentos com alto teor de sódio, como previsto no meu projeto de lei, é a estratégia commaior efetividade em curto prazo para reduzir o impacto do consumo excessivo de sal, o que certamente melhorará a qualidade de vida das pessoas.
Jornal SBC: Por que o senhor acha importante que se reduza o consumo do sal?
Arlindo Chinaglia: Sabemos que o consumo excessivo de sal contribui para o aumento do risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, como é o caso da hipertensão arterial, de doenças cardiovasculares e de doenças renais. Os dados disponíveis demonstram que, em todas as regiões do
Brasil, a principal causa de morte é o acidente vascular cerebral, seguido do infarto do miocárdio. E tanto uma como outra estão intimamente relacionadas à hipertensão arterial. Então, além do sofrimento causado pelas mortes, sequelas e limitações na vida das pessoas, há o custo para o sistema de saúde.
Jornal SBC: Qual impacto desses gastos no sistema de saúde?
Arlindo Chinaglia: Na última década houve aumento de 63% dos gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) com internações associadas à hipertensão. Somente em 2010, as internações por acidentes vasculares cerebrais, por infarto do miocárdio e outras doenças relacionadas foram responsáveis por gastos de
O deputado apresentou projeto de lei para alertar sobre excesso de sódio em produtos industrializados
20 milhões de dólares no Sistema de Saúde brasileiro. E isso semcontar as perdas relacionadas coma diminuição da qualidade de vida das pessoas.
Jornal SBC: O que deve ser feito para mudar esse cenário?
Arlindo Chinaglia: Medidas preventivas, como a adoção de hábitos alimentares saudáveis e nutricionalmente balanceada, a prática de exercícios físicos rotineiros, entre outros, são as mais importantes para a população e para o sistema coletivo de saúde. A redução do consumo de sal pela população pode ser vista como uma das medidas que apresentam a melhor relação custo-benefício para a saúde individual e coletiva em nossa sociedade.
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