Jornal SBC 117 | Abril 2012
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DIRETORIA
NovoRegistrode FibrilaçãoAtrial
A Sociedade Brasileira de Cardiologia inicia a segunda
fase do projeto “Registros Brasileiros Cardiovasculares”.
Após o arranque a partir do marco zero, no biênio
passado, consolidamosdoisprojetos, reunindopróximo
de 100 centros brasileiros de assistência e pesquisa,
de Norte a Sul do Brasil, abordando as síndromes
coronarianas agudas e avaliação dos pacientes
portadores de perfil de alto risco cardiovascular. Um
terceiro registro foi incorporado após esses, agregando
a fotografia dos pacientes portadores de insuficiência
cardíaca. Na primeira fase foram reunidos próximo
de oito mil pacientes, e para este biênio que se inicia,
almejamos dobrar para 16 mil enfermos analisados.
A trinca existente de Registros será transformada neste
biênio em um quarteto, com o início de um projeto
inédito, dedicado à análise daqueles indivíduos
portadores de fibriliação atrial crônica. Esse distúrbio
do ritmo cardíaco temprevalência elevada emorbidade
expressiva, relacionada à elevação progressiva da faixa
etária dos brasileiros, associado à incidência crescente
de doenças crônicas cardiovasculares. O registro
já tem um acrônimo, RECALL (Brazilian Registry of
Chronic Atrial Fibrillation), e reunirá na primeira fase
três mil pacientes coletados em mais de 60 centros
brasileiros, aptos ao atendimento primária até nível
terciário de complexidade. O interesse renovado nessa
doença já muito conhecida dos cardiologistas está
ancorado na disponibilização recente na prática clínica
de novos fármacos antitrombínicos, que se ombreiam
com a farmacologia anticoagulante já consolidada há
décadas. A qualificação do perfil desses enfermos, a
verificação da sua prescrição e aderência cotidiana,
aliadas à constatação do impacto na evolução a longo
prazo revestem esse novo registro de um interesse
único para os profissionais de saúde brasileiros.
O RECALL iniciará a coleta de pacientes a partir de
junho de 2012, ofertando, neste momento (até final de
abril), a oportunidade única a centros brasileiros, ainda
não participantes dos RBC, de se integrarem a mais
esse projeto federativo sob a égide da nossa SBC.
Venham para os RBC, os RBC representam a Nossa SBC.
ORECALL, como foi chamado o novo registro, contará comtrêsmil pacientes emsua primeira fase.
Publicações científicas da SBC e programa do
Congresso serão disponibilizados em tablets
Todo o conteúdo dos
Arquivos Brasileiros de Cardiologia
(ABC), Diretrizes, Registros Brasileiros, a programação
completa do Congresso Brasileiro de Cardiologia,
bem como as demais fontes científicas da SBC
serão disponibilizadas de forma eletrônica aos seus
associados por meio de tablets, iPads, smarthphones e,
futuramente, no Windows-fone.
O novo desafio foi proposto pelo presidente da SBC,
Jadelson Andrade, e aprovado em reunião de Diretoria.
O projeto será totalmente desenvolvido pelo setor
de Tecnologia da Informação da SBC, e coordenado
pelo diretor administrativo, Marcelo Hadlich, e pelo
coordenador de Tecnologia de Informação, Márcio Kalil.
“Temos que criar nossas próprias soluções, pois, pioneira
como sempre foi, a SBC é a primeira sociedade médica
a desenvolver programas para plataformas móveis
no Brasil”, explica Hadlich, que corre contra o tempo,
pois o presidente Jadelson Andrade quer o sistema
operacional completamente implementado para ser
apresentado aos cardiologistas no Congresso Brasileiro
de Cardiologia no mês de setembro, na cidade de Recife.
Jadelson explica que o momento que a Sociedade
Brasileira de Cardiologia está vivendo no contexto
nacional junto aos seus associados e com forte inserção
internacional torna necessário que instrumentos
avançados da moderna tecnologia de informação
sejam adotados pela SBC, como vem ocorrendo em
diversas sociedades de cardiologia em todo o mundo,
que passaram recentemente a ter disponibilizadas
suas informações científicas pelos meios eletrônicos
como a exemplo da revista do ACC –
JACC
– e da AHA
–
Circulation
.
As ações que vêm sendo desenvolvidas pela excelente
equipe de informática da SBC se tornarão ainda mais
complexas, complementa Hadlich: “trata-se de um
projeto ambicioso, pois pretendemos disponibilizar os
trabalhos publicados ao longo de 60 anos dos
Arquivos
Brasileiros de Cardiologia
, ativando ainda sistemas de
busca que permitem localizar o artigo desejado por
autor, por tema, ilustrações, e isso é só o começo”.
O programa está sendo idealizado de maneira a garantir
fácil leitura; compartilhamento por e-mails/mídias
sociais de conteúdo científico; possibilidade de diversos
volumes serem carregados na mesma plataforma; busca
por palavras-chave; uso de material interativo com
inserção de links, fotos e vídeos com procedimentos e
exames; e disponibilização de programas científicos.
Em médio prazo, a nova mídia vai permitir novidades
incríveis, como anúncios com animação, que um
médico compartilhe o conteúdo que produziu com
um colega permitindo uma interatividade virtual, em
vez da imagem estática: “poderemos apresentar os
exames em movimento, vídeos de exames de imagem
e mesmo uma entrevista com comentários relevantes
do autor de determinado artigo”, assegura o diretor
administrativo.
Papel continuará
A decisão de investir na novamídia foi feita após pesquisa
com os cardiologistas, a qual comprovou que 50% não
usam a edição impressa dos “ABC” e se valem da edição
eletrônica. Buscando atender os interesses de todos os
associados, a revista continuará sendo impressa, até que
a cultura do uso dos tablets e outros meios eletrônicos
possa ser disseminada entre todos os cardiologistas
brasileiros, o que representará uma economia para a SBC,
uma vez que a impressão e a distribuição representam
um custo bastante elevado para a sociedade. Essa é a
tese que foi defendida na reunião de Diretoria pelo editor
dos “ABC”, Luís Felipe, e aprovada integralmente para
desenvolvimento e implementação imediatos.
A partir do lançamento do novo programa em setembro
próximo, o associado da SBC fará o mesmo que já fazem
os norte-americanos e europeus: irá ao site da‘applestore’
para baixar o aplicativo e terá acesso a todo o material a
ser oferecido eletronicamente pela SBC.
Ao dar esse importante passo na direção da moderna
comunicação eletrônica, a Sociedade Brasileira de
Cardiologia não só estará se posicionando ao lado das
mais atuais e importantes sociedades de cardiologia do
mundo, que adotaram esse modelo de tecnologia, mas
tambéme especialmente estará criando uma importante,
moderna e ágil ferramenta, a ser utilizada pelos seus
associados, na busca incessante do seu aprimoramento
profissional – conclui o presidente Jadelson Andrade.
O RECALL recebeu apoio irrestrito e dedicado da
Bayer Farmacêutica.
Anova ferramenta permitirá fácil acesso aos artigos científicos, alémdo compartilhamento pormeio de
e-mail emídias sociais.