Page 22 - 125-DEZ_2012

Basic HTML Version

Jornal SBC 125 | Dezembro 2012
22
SBC NA MÍDIA
Estadão
publica reportagem sobre estudo
que conclui: Sedentarismo ameaça reduzir
expectativa de vida do brasileiro
Um trabalho desenvolvido por um fabricante
de tênis e material esportivo com participação
do American College of Sports concluiu que o
sedentarismo ameaça formar a primeira geração de
jovens que viverá menos que seus pais. Segundo o
estudo, que analisou dados do Brasil, dos Estados
Unidos, da Grã-Bretanha, da China e da Índia,
entre 2002 e 2007, houve queda na atividade física
em 6%. Pelas projeções feitas para o Brasil, em
18 anos, o país terá diminuído em 34% os níveis
IstoÉ
publica reportagem
sobre colesterol
A revista
IstoÉ
publicou ampla reportagem sobre os
testes de um novo medicamento contra o colesterol
elevado. A novidade pode ser administrada
quinzenal ou mensalmente na forma de injeção.
Os resultados obtidos com testes em cerca de mil
pacientes, associando a nova droga às estatinas,
conseguiramreduzir em72%oLDL. Parao integrante
do Departamento de Aterosclerose da SBC, Raul
Dias dos Santos, entrevistado pela
IstoÉ
, “se a injeção
for aprovada, mudará a história do tratamento do
colesterol”. A revista publicou os dados de Diretriz da
SBC a respeito dos níveis adequados de colesterol.
%HermesFileInfo:A-18:20121104:
A18
Vida
DOMINGO, 4 DE NOVEMBRO DE 2012
O ESTADO DE S. PAULO
Foi a
queda de atividade física no Brasil
entre 2002 e 2007. Até 2030, se prosseguir neste ritmo,
a redução de atividade física no País será de
34%
, com
danos à saúde
da população brasileira
Exercício deve fazer parte
da rotina, diz especialista
MesmográvidadeLucas, a supe-
rintendente comercial Regiane
Tsamtsis manteve as aulas de
spinning. Hoje com 8 anos, o fi-
lho pratica futebol society, dan-
çacontemporâneaeaindaacom-
panha a mãe em algumas corri-
das, fazendoprovascurtasdeaté
1,5km. A disposição comum dos
doisporatividades físicas, segun-
do o estudo, é muito mais ques-
tão de incentivo familiar do que
obra da genética.
Um dos pontos principais da
pesquisa mostra que crianças
que têm fortes experiências até
os 10 anos emesportes e ativida-
des físicas normalmente assu-
memocomportamentopelores-
to da vida – filhos com pais ati-
vos têmduasvezesmaischances
de serem ativos na vida adulta.
Por outro lado, pais sedentários
têm 60% mais chances de cria-
rem filhos sedentários.
“Eunãoentrareiparaessaesta-
tística”, garante Regiane Tsamt-
sis, de 42 anos,que faz atividade
física todos os dias em São Ber-
nardo, onde vive: são trêsdias de
corrida, trêsdemusculaçãoeum
de natação. “Acho que sou uma
atleta completa, pois tenhoopa-
trocíniodomeumaridoeatorci-
da dos meus filhos”, brinca.
O outro filho, Paulo César, de
16 anos, optou pelo o judô e é
associado à Federação Paulista
da modalidade. Omarido, Nico-
las, de 47 anos, também pratica
esportes, gosta de correr e faz
academia. Assim, os programas
em família costumam ser liga-
dos ao esporte. Noúltimo fimde
semana, os quatro saíram para
um treino de pedalada de 16 km.
Também é comum levar os fi-
lhos ao clube para que eles jo-
guem futebol.
O envolvimento como espor-
te despertou nos filhos preocu-
pações mais amplas, como a ali-
mentação. Embora goste de do-
ces e de hambúrgueres, Lucas
não dispensa salada e por conta
própria já procura manter uma
dieta balanceada. “Ele fica com
medo de engordar, leva o espor-
te a sério”, conta a mãe.
/ P.P.
Pais dão exemplo e filhos praticamesporte
6%
WERTHER SANTANA / ESTADÃO
Sedentarismo
já ameaça reduzir
expectativa de vida
Estudo internacional que inclui o Brasil mostra que inatividade física
está criando primeira geração de jovens que viverámenos que seus pais
Bruno Deiro
Pedro Proença
ESPECIAL PARA O ESTADO
Um estudo que analisa dados
deBrasil,EstadosUnidos,Grã-
Bretanha, China e Índia alerta
que o crescente sedentarismo
nestespaíses ameaça formar a
primeira geração de jovens
que viverá menos que seus
pais. O trabalho, que tem o
American College of Sports
Medicine como coautor, con-
clui que em2030 a inatividade
físicapodeabreviarematécin-
co anos a expectativa de vida,
caso seja mantido o ritmo
atual.
As projeções, que tiveram a
participação de 70 especialistas
ligadosàsáreasdesaúdeeeduca-
ção física, indicam que em 18
anos o Brasil terá diminuído em
cercade 34%osníveisdeativida-
defísicadesdeocomeçodadéca-
da passada. Somente entre 2002
e 2007, a queda foi de 6%.
SegundoLisaMacCallumCar-
ter, executiva global da Nike,
que também é coautora da pes-
quisa, o País começa a sofrer os
malesque jásãosentidosháalgu-
mas décadas pelos países mais
desenvolvidos – de 1965 a 2009,
a queda da atividade física nos
Estados Unidos foi de 32%.
“Asmáquinas e carros têmfei-
to as atividades físicas por nós, e
isso é uma coisa boa, pois apre-
ciamos o padrão de vida moder-
no. Mas é preciso observar a
quantidade demovimento que é
perdida por isso e buscar formas
decompensar”, afirmaaexecuti-
va. “Seuma criançaestá ameaça-
da de viver uma vida mais curta
que seus pais, este é o oposto do
progresso humano.”
Segundo Lisa, as estatísticas
levam em conta outros fatores,
comonutrição,masosedentaris-
mo tem papel central, especial-
mente em países desenvolvidos
ouemdesenvolvimento.Elalem-
bra que as dez doenças quemais
matam nos 50 países mais ricos
do mundo estão relacionadas à
falta de atividade física.
“À medida que as economias
crescem, os níveis de atividade
física diminuem”, explica. “No
Brasil, cuja economia teve um
forte crescimento nos últimos
anos, esperamos que isso ocorra
em um período bem menor de
tempo. Mas ainda há tempo de
evitar isso”, acrescenta.
Mobilidade.
Entre os países em
desenvolvimento, os problemas
são diferentes entre si. Na Chi-
na, que nos últimos 20 anos teve
uma queda de 45% nos níveis de
atividade física, o principal vilão
tem sido o excesso de pessoas
que trocaram a vida rural pelas
cidades. No país, os pesquisado-
res apontam as deficiências das
grandesmetrópoles,queestimu-
lam o transporte motorizado.
O estudo também aponta um
viés econômico: a avaliação é de
que a inatividade física traz gas-
tos diretos e indiretos de quase
US$ 150 bilhões por ano, apenas
nos Estados Unidos.
Segundo o médico Carlos Al-
bertoMachado,daSociedadeBra-
sileiradeCardiologia (SBC), a as-
sociação com a obesidade é o fa-
tormaispreocupantedosedenta-
rismo.NosEUA, o índicede ame-
ricanos obesos mais que dobrou
nas últimas três décadas e deve
atingir 42% da população até
2030.Alémdisso,cercadeumter-
çodosamericanosestarácomso-
brepeso, fazendocomqueaspes-
soas compeso ideal oumagras se
tornemumaminoria no país.
Machado relaciona uma pes-
quisa da SBC, que mostrou que
49%dos brasileiros são sedentá-
rios, comdados doMinistérioda
Saúde que revelam que 64% da
população do País está com ex-
cesso de peso. “O obeso que faz
atividade física diminui o risco.
Equemsai da situaçãode seden-
tário para pouco ativo
(30 minu-
tos de exercícios em 5 dias da se-
mana)
reduz em 66% o risco
cardiovascular”, lembra ele.
No Estado de São Paulo, de
2004 até este ano, o Núcleo de
EstudosdaObesidadedaUniver-
sidade Federal de São Paulo
(Unifesp) fez um trabalho com
300 adolescentes obesos e con-
cluiuquemetadedeles tinhaten-
dênciaàdiabetee32%sofriamde
síndromemetabólica(pressãoal-
ta, diabete e colesterol elevado).
“Esses adolescentes têm fortes
fatores de riscos mórbidos. Ou
seja: têmgrandechancesdemor-
rer cedo”, afirma Ana Dâmaso,
coordenadora do Núcleo.
Semparar.
Regiane Tsamtsis treina com o marido Nicolas e o filho Lucas: vida saudável
Tendências relacionadas ao sedentarismo em diferentes estudos
CICLO DA INATIVIDADE FÍSICA
INFOGRÁFICO/ESTADÃO
3
TÊM 30% MAIS
CHANCES DE
SEREM
OBESAS NA
INFÂNCIA
CRIANÇAS
FISICAMENTE
INATIVAS...
TÊM PIOR
DESEMPENHO
ESCOLAR
2
PERDEM DOIS
DIAS DE
AULA A MAIS
QUE A MÉDIA
1
4
TEM 2 VEZES MAIS
CHANCES DE
SEREM ADULTOS
OBESOS
CRIANÇAS COM
PAIS INATIVOS
TÊM METADE DAS
CHANCES DE SEREM
ATIVAS QUANDO
ADULTOS
DIMINUIÇÃO TOTAL
NA ATIVIDADE FÍSICA
8
PODEM VIVER ATÉ
5 ANOS
A MENOS
7
O CICLO
RECOMEÇA
9
GANHAM
SALÁRIOS
MENORES
TÊM US$ 2.741
(R$ 5.566) A
MAIS DE GASTOS
POR ANO EM
SAÚDE
5
FALTAM UMA SEMANA
A MAIS POR ANO POR
CAUSA DE DOENÇAS
5,3
6
MILHÕES
DE MORTES
PREMATURAS
POR ANO
HORAS POR SEMANA
2002 a 2007
2002 a 2030
6%
34%
Atividade
Aincorporaçãodeatividades físi-
cas ao cotidiano, o chamado
exercício incidental, é apontado
pelos especialistas como a for-
mamais eficazdecombater ose-
dentarismo.
Há 17 anos, o Programa Agita
SãoPaulopropõequecadapessoa
adicione30minutospordiadeati-
vidadefísica,emaçõessimplesco-
mo trocar o elevador pela escada
ou descer do ônibus uma parada
antes para completar o trajetopé.
“Oqueoprogramaaprendeué
que a população tende a mudar
de estilo de vida assim. Quando
começamos, apreocupaçãocom
issoeraentendidacomocoisade
rico e era associada a esporte,
mas isso mudou”, afirma Timó-
teo Araújo, umdos coordenado-
res do projeto. “Aos poucos, as
pessoasestãovendoqueoseden-
tarismo temse tornado a princi-
palameaçaaoaumentodaexpec-
tativa de vida.”
Para as crianças, a indicação é
demeiahorapor diacombrinca-
deirasqueenvolvamatividade fí-
sica – o projeto já fez ações em 6
mil escolas estaduais para pro-
mover a iniciativa.
Incentivo.
Segundo o médico
Carlos Alberto Machado, da So-
ciedade Brasileira de Cardiolo-
gia, as ações contra o sedentaris-
mo no País são pouco eficientes
justamente por não darem ênfa-
seao incentivodeatividades físi-
cas incidentais. “A maioria dos
projetos propõe que as pessoas
se retiremdo dia a dia para fazer
exercícios. Para aposentados e
pessoas com tempo livre isso é
relevante, mas pensando em
abordagem populacional de
grande amplitude é algo difícil”,
afirma.
De acordo com o cardiologis-
ta, o incentivo a exercícios em
praças e parques tem funciona-
domelhoremmunicípiospeque-
nos. “Nasgrandescidades, ome-
lhor é recomendar quesedeixeo
carro à distância do destino para
caminhar umpouco, alémde in-
corporar outras atividades sim-
ples que não interfiram demais
na rotina”, explica.
Especialistas costumam reco-
mendar que a melhor atividade
física é a que se adequa à rotina
do praticante. Ou seja, é melhor
fazer algum exercício que ne-
nhum.
/ B.D. e P.P.
CARLOS ALBERTO
MACHADO
MÉDICO
“O obeso que faz atividade
física diminui o risco. E quem
sai da situação de sedentário
para pouco ativo reduz em
66% o risco cardiovascular.”
LISA CARTER
COAUTORA DA PESQUISA
“Se uma criança está
ameaçada de viver uma
vida mais curta que seus
pais, este é o oposto do
progresso humano.”
de atividade física da população. O diretor de
Promoção da Saúde Cardiovascular, Carlos Alberto
Machado, entrevistado pela reportagem do jornal
O Estado de S. Paulo
, comentou que a associação
com a obesidade é o fator mais preocupante
do sedentarismo. “O obeso que faz atividade
física diminui o risco. E quem sai da situação
de sedentário para pouco ativo (30 minutos de
exercícios em 5 dias da semana) reduz em 66% o
risco cardiovascular”, lembrou.
Jornal
O Fluminense
destaca estudos
apresentados no ESC
Estudos apresentados durante o Congresso
Europeu de Cardiologia apontaram que o
convívio social pode reduzir os riscos de doenças
cardiovasculares. A presidente da Socerj e
coordenadora do Conselho de Novos Projetos da
SBC, Glaucia Moraes de Oliveira, foi entrevistada
pela reportagem da revista
O Flu
, que é encartada
no jornal
O Fluminense
. Ela comentou os trabalhos
e disse que uma forma de melhorar a saúde
cardiovascular é afastar a depressão evitando o
isolamento e se relacionar comoutras pessoas, nem
que seja pela internet. “Só o fato de o indivíduo ter
uma rede social, virtual ou física, já ajuda a diminuir
o risco cardiovascular e proteger contra acidentes
vasculares cerebrais. Evita-se o isolamento, que
acomete principalmente os idosos, e que é uma das
causas da depressão”, explicou.
Presidente da SBC
é entrevistado pela
UP Pharma
O presidente da SBC, Jadelson Andrade, concedeu
uma entrevista à revista
UP Pharma
e em quatro
páginas falou sobre as prioridades da gestão e os
projetos que estão sendo executados. Jadelson
lembrou que a SBC é a terceira maior sociedade de
cardiologia domundo e realizamais de 500 eventos
por ano em todo o Brasil. “A respeitabilidade
internacional que temos tem possibilitado que
a SBC seja convidada para realizar simpósios em
congressos mundiais, como os do AHA, ACC e ESC,
além dos das sociedades de cardiologia espanhola,
portuguesa, entre outros. Hoje somos na América
Latina o único Capítulo da Academia Americana
de Cardiologia.” O presidente da SBC destacou a
realização dos Registros Brasileiros de Cardiologia,
do New York Cardiovascular Symposium em São
Paulo, do 67º Congresso Brasileiro de Cardiologia
em Recife com grande presença internacional,
do Programa Nacional de Prevenção da Doença
e da Mortalidade Cardiovascular, do projeto de
capacitação de médicos, socorristas e enfermeiros,
da campanha contra o consumo exagerado de sal,
da terceira ediçãodoBrasil Prevent, daUniversidade
Corporativa, entre tantos outros projetos.