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Jornal SBC 119 | Junho 2012
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Sexo e coração
Sexo
é
um
importante
componente da qualidade
de vida e representa um
dos mais frequentes temas
de
questionamentos
no
consultório do cardiologista. O
médicodeveestar familiarizado
com os muitos aspectos que
envolvem saúde, doença e
sexo. Para se ter uma ideia
da magnitude do problema,
60% a 87% dos portadores de
insuficiência cardíaca relatam
disfunção
sexual
parcial
ou plena. Foi pensando nisso que a American Heart
Association (AHA) acaba de lançar um posicionamento
sobre o tema
1
. Em nosso meio, publicamos, em 1999, uma
força-tarefa sobre segurança cardiovascular e aspectos
relacionados à sexualidade quando do surgimento dos
inibidores da 5-fosfodiesterase
2
.
Destacamos aqui alguns pontos relevantes do recente
documento norte-americano:
- A atividade sexual é segura para indivíduos que podem
exercer atividades físicas ≥ 3-5 METS sem angina, dispneia
excessiva, alterações isquêmicas do segmento ST, cianose,
hipotensão ou arritmia.
- O teste ergométrico está indicado para avaliar a
capacidade de exercício e desenvolvimento de sintomas,
isquemia ou arritmias.
- Vítimas de infarto do miocárdio não complicado podem
retornar à atividade sexual após uma oumais semanas.
- Pacientes submetidos a cirurgias cardíacas, como
revascularização miocárdica (CRVM), estarão aptos para
a atividade sexual após seis a oito semanas, desde que
haja estabilidade da esternorrafia.
- Nos casos de CRVM incompleta, o teste ergométrico
deve ser considerado para avaliar a isquemia residual.
- Mulheres com doenças cardiovasculares devem ser
orientadas a respeito da segurança e conveniência de
métodos contraceptivos e gravidez.
- Mulheres em uso de anticoagulantes devem ser
orientadas sobre os efeitos teratogênicos desses
fármacos, assim como do risco de sangramento e ou
tromboembolismo em uma possível gravidez.
AHA lança posicionamento sobre atividade sexual e doenças cardiovasculares.
- Há medicamentos cardiovasculares que podem
afetar a sexualidade, porém a suspensão pode levar a
instabilidade cardiovascular.
- A reabilitação cardíaca e o exercício físico regular podem
reduzir o risco de complicações cardiovasculares no sexo.
-
Fitoterápicos
e
ingredientes
desconhecidos
utilizados para disfunção erétil podem causar efeitos
cardiovasculares adversos.
Referências:
1) Levine GN, Steinke EE, Bakaeen FG, et al. Sexual Activity
and Cardiovascular Disease. A Scientific Statement From the American
Heart Association. Circulation 2012; 125: 1058-1072. 2) Guimaraes AC,
Malachias MVB, Coelho OR, et al. Uso do sildenafil em pacientes com
doença cardiovascular. Arq Bras Cardiol 1999; 73: 515-526.
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