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Jornal SBC 119 | Junho 2012
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ESQUINA CIENTÍFICA
Luís Beck da Silva |Co-editor
luisbeckdasilva@gmail.com
Cardiopatias Congênitas e
Cardiologia Pediátrica
Novos critérios ecocardiográficos da doença cardíaca
reumática
A World Heart Federation publicou as novas diretrizes de
avaliação ecocardiográfica da doença cardíaca reumática.
Critérios baseados nas evidencias disponíveis atualmente
e divididos em três categorias: doença cardíaca reumática
definida, limítrofe ou normal. A definida é composta por
quatro subcategorias e a limítrofe, por três, refletindo a
variabilidade de apresentação. Os critérios também se
diferenciam quanto à idade, sendo modificados para
indivíduos acima dos 20 anos. A padronização dos critérios
propõe identificardemodoobjetivopacientescomdoença
cardíaca reumática semquadro clássicode febre reumática
aguda no passado ou cardite subclínica, que necessitam
ser inseridos no programa de profilaxia secundária.
Fonte:
Nature Reviews Cardiology.​
Referência:
Reményl, B. et al. Nat.Rev. Cardiol, 2012;9:297-
309 doi:10.1038/nrcardio.2012.7.
Isabel Cristina B. Guimarães
Diretora Científica do DCC/CP
Cardiologia da Mulher
Hipertensão nameia-idade emmulheres e demência:
segmento de 37 anos
Este estudo envolveu 1.462 mulheres na meia-idade com
seguimento de 37 anos, verificando que, entre as sem
tratamento anti-hipertensivo que tinham maior Pressão
Sistólica Basal (PSB) associavam-se a maior incidência
de demência e doença de Alzheimer na vida tardia. As
mulheres em tratamento anti-hipertensivo apresentavam
maior PSB, mas a incidência de demência associou-se
àquelas que apresentaram aumento mais intenso da
pressão arterial no seguimento. Torna-se importante
detectar hipertensão nas mulheres de meia-idade e
controlar adequadamente essas pacientes. Se a trajetória
da pressão arterial é um fator de risco ou parte da evolução
natural da demência, aguarda ainda esclarecimento.
Fonte:
Hypertension.
Referência:
Hypertension . 2012;59:796-801.
Orlando Otávio deMedeiros
Presidente do Departamento de Cardiologia da Mulher
Cirurgia Cardiovascular
Consenso de especialistas para implante de valva
aórtica transcateter
O consenso de especialistas liderado pelo American
College of Cardiology definiu os requisitos mínimos para
implante de valva aórtica transcateter nos Estados Unidos.
Enfatiza a importância do Heart Team (cardiologista,
cirurgião e hemodinamicista) nas decisões terapêuticas.
Como requisitos mínimos, o centro deve ter realizado mil
cinecoronariografias, com 400 intervenções coronarianas
percutâneas/ano; o cirurgião deve ter feito 100 operações
da valva aórtica, sendo 10 em pacientes de alto risco; e
o hemodinamicista deve ter feito 100 procedimentos
de doença estrutural cardíaca ou 30 procedimentos
estruturais do lado esquerdo/ano, sendo 60%valvoplastias
aórticas por balão. Haverá registro prospectivo dos
pacientes tratados, com seguimentomínimo de um ano.
Fonte:
Journal of the American College of Cardiology.
Referência:
Am Coll Cardiol 2012: DOI:10.1002/
ccd.24394.
http://content.onlinejacc.org/cgi/reprint/j.
jacc.2012.02.016v1.pdf
Walter J. Gomes
Presidente SBCCV
Eletrocardiografia
Confirmação de um sistema trifascicular do ramo
esquerdo
A discussão sobre o provável sistema trifascicular do ramo
esquerdo é antiga, desde as publicações dos anos 1990 de
Tranchesi, Moffa e Pastore, onde eram caracterizadas as
três divisões: ântero-superior, póstero-superior e a divisão
ântero-medial oufibrasmédias, atéasmais recentes
1
. Neste
ano, uma publicação muito interessante mostra ao estudo
eletrofisiológico a captura de um sinal fascicular com um
QRS estreito (98 ms) com o plano frontal normal mas com
forças anteriores no plano horizontal
2
. O estudo reafirma
o conceito de um ramo direito e três fascículos do ramo
esquerdo conforme previamente relatado. A mudança de
um conceito clássico não é fácil, mas quando as evidências
colaboram talvez os novos tempos tragam as mudanças.
Fonte:
Annals of Noninvasive Electrocardiology.
Referências:
1) Pérez Riera AR, Ferreira C, Ferreira Filho
C, et. al. Annals of Noninvasive Electrocardiology,2011;
16:196-207; 2) Perrin MJ, Keren A, Green MS. Annals of
Noninvasive Electrocardiology 2012;17(2):157-158.
Prof. Dr. Carlos Alberto Pastore
Presidente do grupo de estudos de Eletrocardiografia
Hipertensão Arterial
MRPAmelhora o controle emhipertensos
tratados
No estudo MONITOR, 121 hipertensos não controlados no
consultório e à monitorização ambulatorial (MAPA) foram
randomizados. O grupo de intervenção teve o controle da
PA feito por monitorização residencial (MRPA) e o grupo
controle, somente por medidas clínicas. Após visitas de
seguimento aos 7, 30 e 60 dias, nova MAPA foi realizada.
A MAPA mostrou queda significantemente maior no
grupo da MRPA do que no de controle, principalmente no
período de sono. Ao final do estudo, 32,4% do grupo de
intervenção encontravam-se com a PA controlada à MAPA,
contra somente 16,2% do grupo controle. Os autores
concluem que a MRPA melhora o controle da hipertensão
quando comparada às medidas clínicas, devendo ser
incorporada como estratégia terapêutica.
Fonte:
Journal of Hypertension.
Referência:
Fuchs SC, et al . J Hyperten 2012;30:75-80.
JoséMarcos Thalenberg
Cardiologia Unifesp-EPM