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Jornal SBC 124 | Novembro 2012
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“Eu sou 12 por 8” comemorou o DMC em
academias e nas mídias sociais
A ação da SBC, organizada pelo DHA, sorteou aparelhos de pressão, camisetas, camas elásticas,
balanças, entre outros, para motivar a participação dos internautas
A SBC promoveu uma ação em dezenas de academias
por todo o país pelo Dia Mundial do Coração (DMC).
A atividade da campanha “Eu sou 12 por 8” do
Departamento de Hipertensão (DHA) teve o apoio da
Cia Athletica, que envolveu todas as suas unidades.
Durante um dia inteiro, as 17 academias nos Estados de
São Paulo (capital e interior), Pará, Minas Gerais, Paraná,
Amazonas, RioGrandedo Sul, Pernambuco, Riode Janeiro
e no Distrito Federal aferiram a pressão, mediram o peso
e a altura e ainda distribuíram
folders
da campanha
para alunos e todos que passaram pelos locais.
Sor teios
O pres idente do Depar tamento de Hiper tensão,
Weimar Bar roso, conta que todas as unidades
PREVENÇÃO
receberam uma decoração espec i a l para
destacar que estava sendo celebrada uma data
espec í f i ca e chamar a atenção das pessoas .
“Contamos com o apoio da Neo Quími ca
Genér i cos e da Geratherm, que ofereceram os
br indes sor teados por meio das redes soc i a i s
para aqueles que di sseminaram a mensagem
do Di a do Coração”.
Para o coordenador da campanha “Eu sou 12
por 8”, Marcus Vini c ius Bol i var Ma l achi as , o
envol v imento das pessoas nas mídi as soc i a i s
foi bastante s igni f i cat i vo. “ Temos ampl i f i cado
mui to a campanha pelo Facebook , Twi t ter e
as dema i s redes . Fa l amos bastante sobre os
fatores de r i sco e most ramos como é poss í vel
cont rol ar a hiper tensão e v i ver com saúde”.
ARTIGO
Os médicos, a saúde e a política
A classe médica tem uma forma única de relacionar-
se com seus clientes, em comparação com as demais
profissões. A relaçãomédico-pacienteé intensa, baseada
na confiança e no cuidado com o ser humano. Em razão
disso, o médico, como nenhum outro profissional, tem
o respeito e uma incrível capacidade de persuasão para
com seus clientes, levando-os a se submeteremaos mais
diversos procedimentos e intervenções recomendados
para a manutenção da saúde.
Pela sua formação e atuação profissional, convivendo e
cuidandode pessoas, omédico temuma grande percepção
dos problemas sociais, alémda certezados problemas que a
população enfrenta para garantir a sua saúde.
As mudanças que tanto esperamos nas políticas
de saúde pública e na área profissional do médico
obrigatoriamente devem passar pelo legislativo.
Várias categorias profissionais (advogados, bancários,
banqueiros, ruralistas, planos de saúde) e religiosas
(evangélicos, católicos) têm suas bancadas no legislativo
defendendo seus interesses . Apesar de termos vários
colegas envolvidos na vida pública, os médicos que
estão no Congresso se elegeram por conta própria e não
por comprometimento da categoria. A nossa categoria
carece de representantes comprometidos com a saúde
e com os médicos, e que dessa forma lutem por nossos
interesses. Temos que ter uma bancada afinada com os
reais interesses da classe e da saúde do povo brasileiro,
para que fatos como as dificuldades nas regulamentações
da Emenda Constitucional 29 (tramitou no congresso por
11 anos) e do Ato Médico sejam solucionados de forma
mais rápida e com resultados efetivos.
Aliado a esses fatores, observamos comumente nas
páginas dos jornais uma série de desvios da ética e de
comportamento na conduta da gestão pública. Por
outro lado, facilmente podemos concluir que a única
maneira de afastar os desonestos da política é ocupando
os espaços, ou seja: ou as pessoas de bem ocupam os
cargos políticos ou os desonestos continuarão reinando
sozinhos nas decisões da vida pública!
A classe médica, pelo exposto, tem uma oportunidade
e, mais, a necessidade de entrar na política. Essa é a
única fórmula para promover significativas e concretas
mudanças nas áreas da saúde e da educação, o que seria
fundamental para desenhar um novo Brasil.
Quem não se realizaria em poder participar de forma
proativana construçãodeum“Brasil Saudável”: comsaúde,
educaçãoe semcorrupção? Esse éumanseioquepertence
a cada um de nós, médicos. Mas como fazer? Como
começar? Sozinhonão é possível mudar nada. Frases como
“detesto política”, “políticos geralmente são desonestos”
e outros lugares-comuns, embora inquestionáveis do
ponto de vista da percepção individual, pouco ajudam
para a construção do coletivo. Se não podemos fazer nada
sozinhos, unidos poderemos fazer muito.
Baseados na estreita relação médico-paciente, que
leva a uma série de pacientes a nos indagar na época
de eleição: “doutor, o senhor tem alguém para indicar
para eu votar?”, é que podemos afirmar que um médico
trabalhando proativamente no período eleitoral tem
capacidade de captar 50 votos sem muita dificuldade.
Colegas, permitam-nos um breve exercício matemático:
NoEstadodoRiode Janeirosomos cercade80milmédicos.
Se cada um de nós conseguir 50 votos: 80.000 x
50 = 4.000.000 de votos. Com esse total de votos
seriam eleitos 6 deputados federais e 1 senador, que
extrapolado para as 27 unidades federativas nos levaria
a obter a maior bancada do congresso: 27 senadores e
162 deputados federais.
Na realidade, esse simples raciocínio matemático
somente se concretizará se a ansiedade dos médicos
por mudanças for realmente muito forte, pois
teremos que quebrar o paradigma do envolvimento
efetivo dos médicos com a política em prol da saúde
e do país.
A vontade primária de mudança dos médicos também
necessitará da ação facilitadora das entidades médicas
e das sociedades de especialidades, mobilizando e
divulgando as ações necessárias para atingirmos o
nosso grande objetivo: formar uma bancada médica
SUPRAPARTIDÁRIA comprometida comos médicos, com a
saúde e com o país. As entidades médicas e as sociedades
de especialidades tambémprecisam entrar nessa luta!
Teremos em 2014 eleições para deputados federais
e estaduais; se nos mobilizarmos agora, teremos a
oportunidade de fazer história e promover significativas
mudanças, construindo um país melhor para nós e para
nossas famílias, deixando como legado um Brasil mais
fraterno, assegurando a qualidade da saúde oferecida
ao nosso povo, e com os interesses dos médicos
defendidos, de fato e de direito.
SEMSAÚDE E EDUCAÇÃONÃO SE CONSTRÓI UMANAÇÃO
Washington Barbosa de
Araujo |
waraujo@cardiol.br
Diretor do SINMED
Niterói/RJ | Mestre em
Cardiologia - UERJ Título de
Especialista em Cardiologia
SBC/AMB