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Jornal SBC 124 | Novembro 2012
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Simpósio Conjunto com AHA foi sobre
reabilitação cardíaca
Experiência profissional brasileira destacou o elevado nível da cardiologia do país
O simpósio conjunto SBC/AHA, realizado durante o
congresso da American Heart Association, em Los
Angeles, teve como apresentadores Cláudio Gil Soares
de Araújo, do Rio de Janeiro, e Carisi Anne Polanczyk,
do Rio Grande do Sul, alémda presença dos presidentes
passado, presente e futuro da SBC. O presidente
passado, Jorge Ilha Guimarães, foi umdosmoderadores,
juntamente com o norte-americano Raymond Gibbons.
Jadelson Andrade e Angelo de Paola fizeram parte do
auditório, onde se reuniram dezenas de médicos tanto
brasileiros como norte-americanos.
O congresso da AHA é um dos maiores do mundo, e
neste ano reuniu mais de 20 mil participantes, relembra
Cláudio Gil, cuja apresentação de 15 minutos foi
sobre exercícios resistidos. Sua missão era mostrar
se esses exercícios são saudáveis ou perigosos para o
paciente em reabilitação, e ele apresentou evidências
de que, considerados nocivos no passado, os exercícios
passaram a ser tolerados no ano 2000 e hoje são
mandatórios na reabilitação cardíaca.
O cardiologista ilustrou sua palestra com um vídeo no
qual apresentou a experiência profissional brasileira no
campo, com destaque para o treinamento isométrico
de preensão manual, que por sinal foi objeto de recente
artigo publicado nos
Arquivos Brasileiros de Cardiologia
.
Pouca adesão
A outra conferencista brasileira, Carisi Polanczyk,
revisou as principais evidências científicas mostrando
os benefícios da reabilitação cardíaca com exercícios.
Ela lamentou que, no Brasil, ainda sejam poucos os
O palestrante Barry Franklin e os moderadores Raymond Gibbons e Jorge Ilha Guimarães.
Brasileiros apresentam temas livres no
Simpósio Conjunto do AHA
Durante o simpósio conjunto, a apresentação do Registro REACT foi feita
por um dos pesquisadores do programa, Estevão Lanna Figueiredo
Quatro
especial istas
da
Amer ican
Hear t
Association anal isaram os temas l ivres inscr itos
por pesquisadores brasi leiros para o congresso
de Los Angeles e selecionaram quatro trabalhos
que consideraram merecedores de apresentação
oral durante o simpósio conjunto SBC/AHA. A
iniciativa nor te-amer icana foi considerada pelo
mediador brasi leiro do simpósio, Fernando
Bacal , como mais uma comprovação da
credibi l idade da cardiologia do país perante
os fóruns mundiais, além de ser “um estímulo
impor tante para nossos pesquisadores”.
O simpósio conjunto, um dos dois real izados
durante o congresso da AHA, foi acompanhado
por
quase
200
congressistas.
Além
da
apresentação dos trabalhos por seus autores,
o evento incluiu uma apresentação do Registro
Brasi leiro REACT, sobre pacientes de alto risco
cardiovascular na prática cl ínica, feita por um
pesquisador de Belo Horizonte que trabalhou
no projeto, Estevão Lanna Figueiredo. O médico
também foi sabatinado pela banca e respondeu a
perguntas do públ ico presente.
Apresentações orais
Uma das apresentações orais foi um trabalho
de Antonio Laurinavicius, do Hospital Albert
Einstein, sobre o papel da proteína C-reativa
como biomarcador de risco cardiovascular em
mulheres saudáveis, trabalho feito com 1.400
pacientes. Já o trabalho de Paulo Rezende, do
Incor, também selecionado para apresentação
oral, foi sobre o papel de hipoglicemiantes orais
no pré-condicionamento isquêmico de pacientes
diabéticos com doença coronariana multiarterial.
O terceiro trabalho selecionado foi o de Otávio
Coelho Fi lho, da Unicamp, responsável por um
estudo experimental de ressonância magnética
na aval iação da detecção de hiper trofia de
cardiomiócitos e nas modificações do volume
celular. O quar to tema l ivre foi de José Jayme,
do Incor, sobre o papel da N-aceti lcisteína na
prevenção de insuficiência renal de pacientes
de alto risco submetidos a cirurgia de
revascularização miocárdica.
médicos que encaminham seus pacientes para esse
tipo de programa.
Os palestrantes norte-americanos foram Daniel
Forman, da Harvard University, e Barry Franklin, diretor
do Programa de Reabilitação Cardíaca e do Laboratório
de Exercício do William Beaumont Hospital, de
Michigan. Cláudio Gil ficou agradavelmente surpreso
com o interesse do público, que fez várias perguntas
e afirma que o simpósio “deixou claro o nível atual da
Cardiologia brasileira nesta área de conhecimento,
que nada deixa a desejar ao padrão seja europeu, seja
norte-americano”.
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