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Jornal SBC 123 | Outubro 2012
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SBC NA MÍDIA
Diretriz de Gordura é destaque em mais
quatro revistas e jornal
A I Diretriz sobre o Consumo de Gorduras e Saúde
Cardiovascular da SBC, depois de ter sido capa da
revista
Veja
, foi motivo de novas reportagens nas
revistas
Boa Forma
,
Máxima
,
Saúde
,
Runner´s
e no
jornal
Metro
, distribuído gratuitamente em nove
capitas do país.
A revista
Máxima
lembrou que o permitido de gordura
em uma dieta era 7% do total de calorias ingeridas
diariamente e agora passou para 10%, segundo
a Diretriz. A
Boa Forma
deu o mesmo destaque e
comparou que isso significa um filé de carne vermelha
extra. Já a
Runner´s
explicou que a SBC analisou
centenas de estudos nos últimos 20 anos para chegar
a tal conclusão.
A revista
Saúde
elaborou a reportagem “Coma mais
peixe” e entrevistou a nutricionista Roberta Cassani,
que participou da Diretriz. Ela explicou que o objetivo
do documento é nortear o profissional de saúde para
que oriente seus pacientes a colocarem peixes e outras
fontes de ômega 3 na alimentação, como óleos de soja,
canola e linhaça.
O jornal
Metro
preparou uma matéria didática onde
explicou o que é o LDL, o HDL, quais os níveis ideais e os
alimentos recomendados.
Atendimento PCR nas
páginas de
Veja
e
Diário SP
A Veja São Paulo e o Diário SP publicaram
reportagens sobre a importância do treinamento
de equipes e desfibriladores em locais de grande
movimentação. Citando dados da SBC, a revista e o
jornal lembraram que o metrô paulistano é um dos
locais mais seguros para uma pessoa ter um evento
cardiovascular. A eficiência do socorro é tão grande
que metade dos usuários que teve o problema
sobreviveu. Segundo as reportagens: “uma exceção
que deveria ser regra”.
Campanhado tabacoem
rádios,TVs, jornaise internet
A campanha da Di retor i a de Promoção da
Saúde Cardiovascul ar, pel a passagem do
Di a Nac iona l de Combate ao Fumo fei ta
na internet , repercut iu em vár ios veí culos .
O coordenador do Comi tê Ant i tabaco da
SBC, Márc io Gonça l ves de Sousa , concedeu
ent rev i stas para emi ssoras de rádio e TV.
Em repor tagem publ i cada no jorna l
Cor re io
Braz i l i ense
, ele comentou estudo suí ço
que demonst rava o impac to do tabaco no
s i stema cardiovascul ar de adul tos jovens ,
que apresentaram paredes das ar tér i as
coronar i anas ma i s espessas mesmo quando
o fumo é um hábi to recente.
A car t i lha da SBC recebeu grande destaque
do por ta l UOL , que colocou por a lgumas
horas a publ i cação na pr imei ra página do
s i te no di a 29 de agosto.
C
M
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K
C
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K
Saúde
Editora: Ana Paula Macedo
anapaula.df@dabr.com.br
3214-1195 • 3214-1172 / fax: 3214-1155
21
C
ORREIO
B
RAZILIENSE
Brasília, quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Imagine o grande
contingente de jovens
nessa condição. Nem
todos vão enfartar,
mas vão apresentar
osmalefícios, como
angina, cansaço
exagerado,
crescimento e
dilatação do coração,
alémde arritmias”
Marcelo Sampaio,
cardiologista
Outra pesquisa apresentada
no Congresso mostrou que,
após medidas de restrição
ao fumo em locais públicos
de Bremen, na Alemanha, a
taxa de enfarte do miocárdio
diminuiu 26% em não
fumantes, mas se manteve
entre os fumantes ativos.
Para a população total em
2006 e 2007, antes das
proibições, era registrada
uma média de 65
ocorrências por mês. De
2008 a 2010, o número total
caiu 16%. Entre os jovens
não fumantes, a
porcentagem de eventos
teve uma diminuição ainda
maior, de 31%. Os resultados
foram apresentados pelos
pesquisador Johannes
Schmucker, da Alemanha.
Efeitodas
restrições
O frágil coração dos
jovens fumantes
Segundo estudo de universidade suíça, o tabagismo prejudica as artérias coronárias de pessoas mais novas da
mesma forma que as de adultos. Como os vasos sanguíneos ficam obstruídos, há um risco maior de enfarte
O cigarro eletrônico foi inven-
tado pelo farmacêutico chinês
Hon Lik em 2003 e, desde então,
tem levantado grandes debates
em torno de seu uso. Ainda que
no Brasil a comercialização seja
proibida pela Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa),
não é difícil conhecer pessoas
dão ou já tenham dado suas tra-
gadas no dispositivo. Uma pes-
quisa conduzida por um Centro
de Cirurgia Cardíaca em Atenas,
na Grécia, realizou o primeiro es-
tudo clínico dos efeito agudos de
cigarros eletrônicos na função
cardíaca. Ele pode ser menos
prejudicial que o cigarro normal,
mas nunca inofensivo.
Os pesquisadores gregos me-
diram a funçãomiocárdica em 42
voluntários com idade entre 25 e
45 anos. Vinte e dois deles eram
ex-fumantes queusavamodispo-
sitivo eletrônico. Os outros fuma-
vam o cigarro convencional. Um
completo exame ecocardiográfi-
co foi realizado emambos os gru-
pos após três horas de abstinên-
cia de álcool, café e cigarro. Uma
repetição do exame foi realizada
emindivíduos depois deusar o ci-
garro eletrônico, com a concen-
tração de nicotina de 11mg/ml,
durante 7 minutos. Nos fuman-
tes, a repetição foi feita depois
que eles fumaramumcigarro.
Os pesquisadores concluíram
que, embora fumar regularmente
leve a uma diminuição aguda da
função ventricular esquerda, a uti-
lização do dispositivo para a inala-
ção contendonicotina líquida não
exerce efeitos agudos adversos
sobre a função cardíaca. “Mais
pesquisas são urgentemente ne-
cessárias, já que o uso de cigar-
ros eletrônicos está aumentando
continuamente e poderia ser um
método potencialmente útil pa-
ra a cessação tabágica”, afirmam
os autores.
A posição, no entanto, é vista
compreocupação entre a comuni-
dademédica. “Não existe nível se-
guro para o consumo de nicotina.
A própria poeira do ambiente do
tabagismo gera uma recirculação.
Nemmesmo fumar na sacada livra
os outros dosmalefícios, anicotina
fica na pela, na roupa, no ar”, alerta
Márcio Gonçalves, coordenador
do Comitê Antitabaco da Socieda-
deBrasileiradeCardiologia.
Para o cardiologista Felipe Pit-
tela, chefe do Departamento de
Doença Coronária do Instituto
Nacional de Cardiologia, o estudo
mostra que o cigarro eletrônico
pode não ser tão prejudicial e tó-
xico quanto o comum para o co-
ração, mas as poucas evidências
ainda deixam seu uso sob grande
dúvida. “Definitivamente não se
pode usar indiscriminadamente,
como estão fazendo milhões de
pessoas. Ele ainda deve ser muito
estudo e talvez chegue a ser um
novo método que possa ser utili-
zado para diminuir a carga tabá-
gica empacientes comtabagismo
grave e crônico”, avalia. (
BS
)
Uso do cigarro eletrônico gera polêmica
» BRUNA SENSÊVE
N
o Dia Nacional de Com-
bate ao Fumo, come-
morado hoje, o princi-
pal alerta é enviado aos
adolescentes. Pesquisa apresen-
tada nesta semana no Congresso
2012 da Sociedade Europeia de
Cardiologia mostra que os jovens
fumantes já apresentam paredes
das artérias coronárias mais es-
pessas mesmo quando o fumo é
umhábito recente. O diagnóstico
indica um desenvolvimento pre-
coce da aterosclerose — doença
crônica progressiva que pode
ocasionar a obstrução de vasos
sanguíneos e, consequente, a
ocorrência de enfartes, derrames
e insuficiência renal.
A relação entre o fumo e as
doenças cardíacas é antiga. O há-
bito aumenta em três vezes as
chances de um enfarte, mesmo a
uma pequena quantidade diária
de tabaco, como cinco cigarros
por dia. Segundo a coordenadora
do Grupo de Cardiologia Pediá-
trica Preventiva do Instituto de
Cardiologia do Rio Grande do
Sul, Lúcia Pellanda, na década de
1950, estudos de autopsia dos
soldados envolvidos na Guerra
da Coreia mostravam certa lesão
nas artérias coronárias em jovens
de 18 anos. Ainda assim, até en-
tão, o fumo era considerado alta-
mente degenerativo às artérias
em adultos, mas pouco se sabia
sobre o impacto da exposição à
fumaça do tabaco na saúde car-
diovascular de adolescentes.
Na pesquisa da instituição suí-
ça Sapaldia, foram analisados
288 jovens com idade entre 8 e 20
anos, sendo 53% do sexo femini-
no. Os cientistas avaliaram a es-
pessuramédia da artéria carótida
para investigar sua associação
com o tabagismo ativo e o perfil
de risco cardiovascular dos parti-
cipantes. O tabagismo regular
(diário ou semanal) foi relatado
por 11% deles, outros 15% se de-
clararam fumantes menos fre-
quentes (mensal). A duração mé-
dia do tabagismo entre os fu-
mantes era de dois anos.
“Depois de um período relati-
vamente curto de tabagismo ati-
vo, a estrutura vascular já apre-
sentou sinais de mudanças es-
truturais em comparação aos
adolescentes não fumantes. Esses
resultados evidenciamum impac-
to adverso sobre a vasculatura lo-
go no início da exposição ativa ao
tabaco, o que é indicativodo início
do desenvolvimento da ateroscle-
rose”, afirmou a principal autora
do estudo, Julia Dratva. A pesqui-
sadora também relata que a dura-
ção do tabagismo semostrou inti-
mamente associada aos resulta-
dos. Ou seja, quantomais o indiví-
duo fumava,maior era a espessura
média das paredes da artéria.
Na aterosclerose, ocorre a for-
mação de placas, compostas es-
pecialmente por lípidos e tecido
fibroso, dentro dos vasos sanguí-
neos. Elas levam progressiva-
mente à diminuição do diâmetro
do vaso, podendo chegar a sua
obstrução total. Em geral, é fatal
quando afeta as artérias do cora-
ção ou do cérebro, órgãos que
resistem apenas poucos minutos
sem oxigênio. As artérias caróti-
das são vasos que levam sangue
do coração para o cérebro. O
coordenador do Comitê Antita-
baco da Sociedade Brasileira
de Cardiologia, Márcio Gonçal-
ves de Sousa, conta que já era
conhecido que o cigarromexe in-
timamente com a camada mais
interna do vaso sanguíneo, cha-
mada de endotélio. Ela está em
contato direto com o sangue e,
assim que as substâncias são tra-
gadas, elas se dissolvem também
com a célula endotelial, conver-
sando diretamente com outros
mecanismos do organismo.
Gonçalves considera que a
pesquisa chega para desmistificar
a fala dos jovens que, muitas ve-
zes, acreditam que a pouca idade
os protege de repercussões clíni-
cas mais graves do tabagismo.
“Tenho exemplo de jovens com
23 anos que falam que vão parar
aos 30, enquanto ainda não têm
problemas de saúde. Aqui, vemos
que, empouco tempo, o espessa-
mento dos vasos acontece. Anti-
gamente, existia esse tipo de con-
ceito que, para sofrer com todos
os danos do tabagismo, eramne-
cessários anos de exposição. Isso
é ummito. Temos pacientes com
28 anos e enfizema pulmonar.”
Campanhas
O cardiologista Marcelo Sam-
paio, responsável pelo Ambulató-
rio Farmacogênico do Instituto
Dante Pazzanese de Cardiologia,
unidade ligada à Secretaria de
Saúde de São Paulo, estudou a
ocorrência de enfarte em indiví-
duos abaixo de 40 anos. Ele conta
que, ao avaliar os fatores de risco,
o tabagismo estava em 90% dos
casos. Omais jovem do grupo ti-
nha 17 anos quando sofreu o pri-
meiro enfarte e era fumante.
“Imagine o grande contingente
de jovens nessa condição. Nem
todos vão enfartar, mas vão apre-
sentar os malefícios, como angi-
na, cansaço exagerado, cresci-
mento e dilatação do coração,
além de arritmias. As placas da
aterosclerose também estarão ali,
que podemou não romper levan-
do ao enfarte.” Ele ressalta que o
grupo estudado tinha ainda um
grupo de genes que, interagindo
com as substâncias do tabagis-
mo, provoca uma interação nega-
tiva para o processo da ateroscle-
rose. “A pesquisa reforça a neces-
sidade de campanhas e incentivo
à cessação do tabagismo.”
A autora da pesquisa feita na
Sapaldia, Jul ia Dratva, traz a
necessidade de ações para a ces-
sação do tabagismo entre os jo-
vens como o principal foco da
pesquisa. “Uma ação urgente é
necessária para ajudar adolescen-
tes fumantes a largar o vício e para
que outros não comecema fumar.
Mais pesquisas são necessárias
tambémpara determinar se o da-
no à estrutura vascular dos ado-
lescentes fumantes é reversível no
caso de abandono do hábito.”
Um levantamento feito na ci-
dade deMaceió porMaria Alayde
Silva, participante do grupo de
pesquisa do qual Lúcia Pellanda
faz parte, mostrou que 9% das
crianças de 7 a 9 anos nas escolas
da capital alagoana já haviam ex-
perimentado o cigarro. Opercen-
tual entre os jovens de 10 a 14
anos aumentou para 21%, che-
gando a 36% dos estudantes de
15 a 17 anos.
“Eles concluem que os estu-
dantes que já experimentaram o
cigarro apresentam 34 vezes mais
chances de se tornarem fumantes
na vida adulta”, detalha Pellanda.
A cardiologista explica que o peri-
go de desenvolvimento da ateros-
clerose inicia ainda na vida in-
trauterina. O fumo do tabaco
exerce os seus efeitos por meio de
compostos tóxicos que atraves-
sam a barreira placentária e a pa-
rede alveolar dos pulmões, levan-
do a um aumento da inflamação
local e em todo o organismo.
Quantomais o jovem fuma, maior o comprometimento das artérias
REUTERS/John Kolesidis - 23/6/09
Sociedade Brasileira de Cardiologia lança cartilha com alimentosque atuam no controle do colesterol
Gastos com tratamento para infarto é 500 vezes mais altos do que o custo da mudança de hábitos
Nova cartilha preparada pe-
la SBC (Sociedade Brasileira
de Cardiologia), lista os ali-
mentos que ajudam a redu-
zir o temido colesterol ruim
(LDL) e a aumentar o bom
(HDL). Ao rechear a dieta
com frutas, legumes e ou-
tros super-heróis da boa
mesa é possível recuperar a
saúde do coração.
“Além de colocar esses
alimentos na dieta diária,
também é importante me-
dir o colesterol com fre-
quência para mantê-lo den-
tro dos padrões da SBC, até
200 mg/d”, diz o cardiolo-
gista Carlos Alberto Macha-
do, diretor de Promoção da
Saúde Cardiovascular da
SBC. O exame deve ser feito
desde a infância, principal-
mente quando há histórico
de doenças cardiovascula-
res na família.
No entanto, nem sem-
pre essas medidas preven-
tivas são suficientes. Nes-
se caso, a medicação é
fundamental para contro-
lar o LDL. “O remédio de-
ve ser tomado a vida intei-
ra, caso contrário o coles-
terol ruim volta”, explica
Machado.
No bolso
Não é só o organismo que
sente os sintomas dos altos
índices do colesterol. Se-
gundo o levantamento fei-
to pela Orizon, empresa de
integração de serviços de
saúde, o custo do tratamen-
to de um infarto é cerca de
500 vezes mais alto do que
os gastos para evitar a
doença. Já os gastos men-
sais com remédios é de
R$ 43 em média.
De bem como
coração
Azeite
Rico em gordura
monoinsaturada e
vitamina E. Benéfico
para a redução do
colesterol e do LDL.
Consumo diário:
2 colheres de sopa.
Grãos
Aveia e linhaça
também são
benéficas para o
coração.
Consumo diário:
2 colheres de
sopa de linhaça e
3 colheres de
sopa de aveia.
Tomate
Rico em licopeno,
antioxidante que
ajuda na
prevenção de
infartos e
derrames.
Consumo diário:
uma unidade.
Salmão
Ômega-3
melhora a
circulação,
diminui a
pressão arterial e
os triglicerídeos.
Consumo diário:
uma posta ou
um filé.
30%
da redução dos índices
de colesterol depen-
dem dos hábitos ali-
mentares e da prática
de atividade física.
A reação do organis-
mo interfere em 70%
dessa recuperação.
Iogurte
Diminui o colesterol e
auxilia o aparelho
intestinal.
Consumo diário: 180 ml.
MARIANNA PEDROZO
METRO SÃO PAULO
Índices do colesterol
Ideal
Suspeito
Alto
Menor que 200
Entre 200 e 240
Acima de 240
(emmg/dl)
Maior ou igual a 50
Entre 35 e 49
Menor que 35
HDL (Bom)
Menor que 100
Entre 100 e 160
Acima de 160
LDL (Ruim)
Fonte: SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia)
saúde
www.readmetro.com
SEGUNDA-FEIRA, 3 DE SETEMBRO DE 2012
09
Quem é quem?
Saiba quais são os tipos
de colesterol e como
atuam no organismo.
HDL:
remove o excesso
de colesterol do
sangue, reduzindo o
risco de formação de
gordura. Ele é
conhecido como o
colesterol bom. A falta
de HDL, provocada
principalmente pela
nicotina, aumenta os
riscos de infarto.
LDL:
ou colesterol ruim.
Em altos índices,
estimula a formação de
placas de gordura, o
que prejudica a
passagem de sangue
pelas artérias e pode
resultar em doenças do
coração.
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