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Jornal SBC 122 | Setembro 2012
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ESQUINA CIENTÍFICA
Luís Beck da Silva |Co-editor
luisbeckdasilva@gmail.com
Arritmias Cardíacas (1)
Novas diretrizes europeias para o uso de dispositivos
implantáveis empacientes com ICC
Foi publicada a nova diretriz europeia para o tratamento
de insuficiência cardíaca, aguda ou crônica. Nelas há
recomendações atuais para o implante de dispositivos,
como ressincronizadores e desfibriladores. O texto émuito
claro, e leva em conta os dados mais atuais sobre essas
terapias, tão importantes para os pacientes, quando bem
selecionados.
Fonte:
European Heart Journal
.
Referência:
JJV McMurray et al. Eur Heart J 2012; 33 (14):
1787-1847.
Márcio Figueiredo
Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC)
Arritmias Cardíacas (2)
Segurança da prática de esportes empacientes
portadores de CDI
Dra. Lampert e cols. apresentaram no Congresso da
HRS (Heart Rhythm Society) este ano, em Boston, os
resultados do registro de 372 pacientes portadores
de cardiodesfibriladores implantáveis (CDI) que
continuaram prática de esportes apesar da orientação
médica em contrário. As atividades mais praticadas foram
corrida, basquete e futebol. Com seguimento médio de
31 meses, sete atletas apresentaram parada cardíaca
revertida pelo CDI, e a minoria apresentou disfunção de
eletrodos/gerador (3% em cinco anos), taxa semelhante à
de não esportistas. Este trabalho sugere que a prática de
esportes é possível em pacientes portadores de CDI por
diversas causas, sem prejuízos à sua saúde, ainda que os
casos devam ser analisados individualmente.
Fonte:
Heart Rhythm 2012.
Referência:
http://www.hrsonline.org/Sessions/
ScientificProgram/upload/2012LBCT_Thursday-2.pdf.
Drs. Adalberto Lorga Filho e BrunoValdigem
Presidente e Sócio da Sociedade Brasileira
de Arritmias Cardíacas (Sobrac)
Aterosclerose
AHA/ADA orientam sobre o uso de adoçantes não
calóricos artificiais
Adoçantes artificiais no controle do peso em
saudáveis, e da glicemia em diabéticos merecem
cautela. Evidências são inconclusivas do quanto essa
estratégia é eficaz. Dados modestos mostram que
dietas estruturadas resultam em menor ingestão de
calorias e perda de peso. Usar adoçante é melhor
que consumir grandes quantidades de açúcar,
especialmente na forma de refrigerantes, o que
aumenta o risco de obesidade, diabetes e doença
CV. Não há relação entre consumir adoçantes em
bebidas e ganho de peso e/ou diabetes. Adoçantes
são sensivelmente melhores que o consumo
exagerado de açúcar, porém, ao substituir o
açúcar por adoçante, o paladar se condiciona a
níveis elevados de doçura, podendo influenciar
negativamente a escolha alimentar.
Fonte:
Circulation.
Referência:
Gardner C et al. Circulation 2012; 126:509-
519. Diabetes Care 2012; DOI:10.2337/dc12-9002.
HermesT. Xavier
Presidente do Departamento de Aterosclerose – SBC/DA
HipertensãoArterial
Has e o Sistema imune – O elo perdido?
Nos últimos anos, tornou-se evidente que
componentes do sistema imune desempenham papel
crucial na gênese e na manutenção da hipertensão.
Macrófagos e células T acumulam-se na gordura
perivascular, no coração e nos rins de pacientes
hipertensos. Fonseca e cols.
1
reportaram o elo entre
a hipertensão e a resposta imune adaptativa, por
meio de estudo sobre a OxLDL e peptídeos da ApoB.
Mecanismos imunes modulam a Ang II, o estresse
oxidativo, inflamação e a disfunção endotelial.
Ativados, os linfócitos T efetores contribuiriam para o
remodelamento vascular diretamente sobre os vasos
ou pelas ações sobre os rins.
Fonte:
Internacional Journal of Cardiology
.
Referência:
1. Fonseca HA, Fonseca FA, Monteiro AM,
Farias NC, Bianco HT, Brandão SA, Póvoa RM, Gidlund M,
Izar MC. Int J Cardiol. 2012.
HenriqueTria Bianco
Cardiologista da UNIFESP
Insuficiência Cardíaca
Estatina previne câncer empacientes transplantados
Importante estudo foi realizado com transplantados
cardíacos no Hospital da Universidade de Zurique.
Foram acompanhados 255 pacientes transplantados
entre 1985 e 2007, e que sobreviveram após o primeiro
ano. Os pacientes foram seguidos até 2010, período em
que 108 desses tiveram diagnóstico de neoplasias. Do
total, 155 pacientes usaram sinvastatina ou pravastatina.
Os resultados mostraram que o uso de estatina foi
associado com a redução da incidência de câncer, como
também uma maior sobrevida global.
Fonte:
Circulation.
Referência:
Georg Marcus Frolich et al. Circulation,
published
online
DOI:10.1161/circulationaha.111.081059.
JoãoDavidde SouzaNeto
Presidente do Departamento de Insuficiência Cardíaca – SBC/DEIC