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Jornal SBC 122 | Setembro 2012
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Programa para emergências
cardiovasculares é apresentado no 67º CBC
TECA poderá salvar 60 mil vidas por ano
EDUCAÇÃO
CJTEC
Exame de titulação de Recife aprova mais
192 novos cardiologistas
Foi realizado em Recife, durante o 67º Congresso
Brasileiro de Cardiologia, mais um exame de titulação
promovido pela Comissão Julgadora de Títulos de
Especialista em Cardiologia (CJTEC), da Sociedade
Brasileira de Cardiologia. O exame concedeu aprovação
imediata de 179 candidatos e posteriormente de mais 13
que, por não teremapresentado prova de experiência em
clínica médica, foram submetidos, numa segunda fase, a
uma avaliação prática.
No total, apresentaram-se 780 candidatos, que fizeram a
prova de 5h30 de duração no Chevrolet Hall, de Olinda.
O exame constou de 120 questões e o resultado foi
divulgado ainda durante o Congresso.
Sem contestações
O coordenador da Comissão Julgadora de Títulos de
Especialista em Cardiologia Nelson Siqueira de Morais
explica que neste ano não se registrou nenhuma
reclamação e nenhuma questão foi anulada. “O que
demonstra o cuidado com que foi preparada a prova”,
mas diz que o número de aprovações “ficou um pouco
aquém do que era esperado”.
Assiduidade em eventos
Segundo Nelson Siqueira de Morais, o problema foi a
pontuação curricular um pouco baixa, 11 pontos nos
20 possíveis, o que atesta que embora os candidatos
estivessem bem preparados, comprovaram pouca
participação nos congressos regionais e eventos
científicos. Sua recomendação para os candidatos
que se preparam para o exame no próximo ano é que
deem importância não apenas aos livros textos, às
Diretrizes e demais documentos que servem de base
para a preparação das perguntas, mas que também
frequentem com maior assiduidade os eventos
organizados pelos Departamentos, Sociedades
Estaduais e Regionais.
Foto:
Divulgação SBC
Candidatos realizam prova teórica do Título de
Especialista em Cardiologia (TEC)
A SBC apresentou durante o 67º Congresso Brasileiro de
Cardiologia, em Recife, o programa de Treinamento em
Emergências Cardiovasculares (TECA) que, quando for
difundido entre o público leigo e também profissionais
da área da Saúde, poderá salvar milhares de vidas.
O diretor do Comitê de Emergências Cardiovasculares
e Ressuscitação da SBC, Sergio Timerman, que há 15
anos implantou no Brasil os primeiros treinamentos
para esse tipo de emergência, explica que dos 320 mil
brasileiros que morrem anualmente devido a problemas
cardiovasculares, especialmente infartos, 60 mil
sobreviveriam se fossem devidamente atendidos.
O leigo treinado
O atendimento pressupõe que o leigo, que geralmente
é quem está presente quando alguém infarta ou tem
uma parada cardíaca, reconheça a emergência, ligue
para o 192 para chamar a equipe de resgate. “Nesse
meio-tempo é preciso fazer as manobras de massagem
cardíaca e ressuscitação para manter o paciente vivo até
a chegada do socorro”, explica.
“Os programas de treinamento usados no Brasil foram
originariamente importados do exterior”, lembra
Timerman, mas agora a Sociedade Brasileira de
Cardiologia está lançando a Diretriz de Emergências
Cardiovasculares, que será publicada em outubro. Com
base nesse trabalho, a entidade desenvolveu o TECA,
programa calcado na realidade brasileira, mas que leva
em conta o conceito de suporte básico e avançado de
vida baseado em consenso da Aliança Internacional de
Comitês de Ressuscitação (ILCOR).
Base teórica
O programa conta com dois livros também da
SBC e da Editora Manole: TECA A – “Treinamento
de Emergências Cardiovasculares Avançado” para
médicos e enfermeiros, e TECA B – “Treinamento de
Emergências Cardiovasculares Básico” para leigos e
outros profissionais de saúde.
Com o TECA, que será levado inclusive aos médicos
do SUS, das prefeituras e dos prontos-socorros,
“o Brasil passa a contar com um programa único,
embasado nas evidências nacionais e de alta
qualidade”, diz ele. O objetivo é uma normatização
do atendimento das emergências e um programa
que leve à capacitação em todo o país e que impeça
o que ocorre ainda hoje, lembra Timerman, “quando
em quase 10% dos casos um infartado é atendido
num serviço médico, tratado e mandado para casa,
sem que haja um diagnóstico preciso”.