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Jornal SBC 126 | Janeiro 2013
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CONGRESSO BRASILEIRO DE CARDIOLOGIA
Já estão abertas as inscrições
para os Temas Livres
em Recife recebeu mais de mil submissões e cerca de
600 trabalhos foram apresentados durante o evento.
“Nossa expectativa é superar esses números”, prevê
o coordenador de Temas Livres.
Inscrição
A submissão dos trabalhos poderá ser feita no
seguinte link do portal da SBC: http://tl.cardiol.br/
temaslivres/eventos.asp?c=170. Qualquer dúvida
durante o processo de registro da pesquisa pode
ser solucionada pelo e-mail tecnologia@cardiol.br
ou pelo telefone (21) 3478-2730. O 68º Congresso
Brasileiro de Cardiologia será de 28 de setembro a 1º
de outubro no Riocentro, no Rio de Janeiro.
A Comissão Científica do 68º Congresso Brasileiro
de Cardiologia está recebendo desde o dia 10
de dezembro as sugestões de Temas Livres para
o evento. A submissão dos trabalhos, que é feita
online
pelo portal da SBC, termina às 24h do dia 31
de março.
A novidade neste ano é a ampliação da premiação
que será concedida às melhores pesquisas
selecionadas. Receberão R$ 10 mil cada um dos
dois melhores Temas Livres em cada categoria, que
são: Prêmio Jovem Investigador e Melhor Pesquisa
Clínica, além o melhor pôster do evento, que será
contemplado com R$ 5 mil. “Até o ano passado,
apenas o primeiro lugar recebia o prêmio em
dinheiro. Agora ampliamos também para o segundo
lugar e para o melhor pôster, o que irá totalizar
R$ 45 mil reais, mais do dobro do valor geral das
premiações do último ano”, explica o coordenador
de Temas Livres do 68º Congresso Brasileiro de
Cardiologia, Pedro Beraldo de Andrade.
Internacionalização
Outra novidade neste ano será a possibilidade do
envio de trabalhos em inglês e espanhol. “Estamos
ampliando cada vez mais o evento da SBC para os
cardiologistas da América Latina e outras regiões
do mundo, uma das bandeiras da gestão Jadelson
Andrade”, diz Pedro Beraldo de Andrade. O Congresso
A data limite é 31 de março, o valor total das premiações é de R$ 45 mil
e serão aceitos trabalhos em português, inglês e espanhol
ESTILO DE VIDA
Alimentos orgânicos são mesmo
mais saudáveis e seguros?
Análise sistemática compara alimentos orgânicos e convencionais
em busca de evidências para recomendações de consumo
É p a p e l d a c i ê n c i a
d e s v e n d a r d ú v i d a s d o
c o t i d i a n o . N a á r e a d e
a l i m e n t o s h á d o gm a s
b a s e a d o s n a l ó g i c a ,
q u e n e m s e m p r e
s ã o c o m p r o v a d o s
c i e n t i f i c a m e n t e .
Um a r e c e n t e a n á l i s e
s i s t e m á t i c a r e v i u
e v i d ê n c i a s q u a n t o à
segurança dos al imentos
orgânicos, na tentat iva
de expl icar se eles são
mesmo mais saudáveis que as opções nutr icionais
convencionai s. Foram revi stos 17 estudos em
humanos e 223 pesqui sas envolvendo nívei s
de nutr ientes e contaminantes em al imentos.
Na comparação entre pessoas que receberam
al imentos orgânicos ou convencionai s não
houve di ferença s igni f icat iva para a ocor rência
de reações alérgicas (eczema, broncoespasmo,
s e n s i b i l i z a ç ã o a t ó p i c a ) o u i n f e c ç õ e s
s intomát icas por
Campylobacter
.
Doi s estudos mostraram, s igni f icat ivamente,
nívei s mai s baixos de pest icidas na anál i se
ur inár ia de cr ianças que consumi ram dietas
orgânicas, em comparação com as que ut i l izam
al imentos convencionai s ; mas não houve
di ferenças s igni f icat ivas entre biomarcadores
e nívei s de nutr ientes aval iados no soro,
ur ina, lei te materno e sêmen de adul tos
que ut i l izaram um outro t ipo de al imentos.
As est imat ivas de di ferenças nos nívei s de
nutr ientes e contaminantes em al imentos
foram al tamente heterogêneas, exceto para
as dosagens de fósforo, que foram maiores em
produtos convencionai s, embora essa di ferença
não fosse cl inicamente relevante. O r i sco de
contaminação com res íduos de pest icidas
detectávei s ​foi menor no grupo dos orgânicos
(30%) , mas o r i sco de exceder os l imi tes
máximos permi t idos foi baixo. O r i sco de
contaminação por
Escher ichia col i
não di fer iu
entre produtos orgânicos e convencionai s.
A contaminação bacter iana das carnes de
f rango e de porco encontradas no varejo foi
f requente, independentemente do método de
cul t ivo, orgânico ou convencional . No entanto,
o i solamento de bactér ias res i stentes a três ou
mai s ant ibiót icos foi maior em f rangos e porcos
não orgânicos (33%) . Os autores admi tem que
os estudos eram heterogêneos, em número
l imi tado e sujei tos a vieses de publ icação.
Os resul tados apontam que o consumo de
al imentos orgânicos pode, em par te, reduzi r a
expos ição a res íduos de pest icidas e bactér ias
res i stentes aos ant ibiót icos. Contudo, em
conclusão, a l i teratura carece de evidências de
que os al imentos orgânicos, cujo custo é mai s
elevado, sejam tão mai s nutr i t ivos e seguros do
que os al imentos convencionai s.
Referência:
Smi th-Spangler C, Brandeau ML, Hunter
GE, Bavinger JC, Pearson M, EschbachPJ, et al . Are organic
foods safer or heal thier than convent ional al ternat ives? A
systemat ic review.
Ann Intern Med
. 2012;157:348-66.