Jornal SBC 154 · Maio · 2015
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Palavra do Presidente
A
sustentabilidade
das
instituições depende da
transparência e legitimidade
de suas ações. Apesar da
complexidade de nossas
sociedades de especialidade,
a sua razão científica
principal deve ser sempre
reafirmada e priorizada,
para que o respeito e a
credibilidade sejam sempre
os seus maiores patrimônios.
Num tempo de constantes
mudanças e interferências relacionadas à situação
geral do país, agravamento das restrições de verbas
para a saúde, conflitos de interesse corporativos,
fragilidade ética e questionamentos de conduta da
classemédica,múltiplas intervenções sãonecessárias
para preservar e fortalecer os fundamentos principais
de uma sociedade científica.
Nesse sentido é fundamental a necessidade de
estarmos bem preparados para discutir, de forma
transparente e bem fundamentada, as variáveis
relacionadas ao cenário nacional da saúde
cardiovascular nas frequentes oportunidades de
manifestação associativa. No último mês, essas
ações foram muito frequentes e se consolidaram
com nossa participação em palestras expositivas
em vários eventos e oportunidades já relacionadas
por esse jornal* como na CPI das Órteses e Próteses
da Câmara dos Deputados, no megaevento Feira
Hospitalar e nas conferências de abertura dos
Congressos Paranaense e Baiano de Cardiologia.
Paralelamente à exposição da nossa visão crítica
para a correção e fortalecimento estrutural
da saúde cardiovascular brasileira, existe um
cuidado necessário para reafirmação dos nossos
princípios de sociedade científica. As nossas
bases departamentais e regionais devem sempre
reiterar os compromissos da SBC de discutir
e promover de forma científica e, portanto,
arejada, transparente, sem obstáculos ou conflitos
de interesse, todas as variáveis relacionadas à
assistência, educação continuada e meritocracia.
Essas ações têm sido frequentes nessa gestão para
garantir que os processos assistenciais não sofram
burocratizações desnecessárias servindo apenas a
interesses corporativos, para que projetos editoriais
de educação continuada não sejam terceirizados
sem o controle pedagógico da SBC e, finalmente,
para que a meritocracia e a produção científica
mensurada pelo C.V Lattes e Pubmed estejam
sempre presentes na distribuição de espaços
científicos e premiações.
Essas medidas incorporadas continuamente nas
instituições científicas fortalecem a cidadania
também nos espaços associativos e incentivam
as necessárias medidas aditivas e sinérgicas
para a nossa atuação conjunta, para alcançar
o “bem-comum” na assistência, educação e
pesquisa cardiovascular.
Grande abraço a todos.
■
* A Cardiologia na era da globalização. CPI das
órteses e próteses, Brasília, 22.4.15
A Saúde Cardiovascular no Brasil – Abertura
Congresso SBC/PR, Curitiba, 27.4.15
A contribuição da Inovação para a Sustentabilidade
do Sistema de Saúde – Feira Hospitalar/Abimed,
São Paulo, 19.5.15
Tecnologia Cardiovascular: Inovação, Desafios e
Cidadania – Abertura Congresso SBC/BA, 28.5.15
Oportunidades e responsabilidades intransferíveis
para a sustentabilidade institucional
Angelo Amato
Vincenzo de Paola
Presidente da
Sociedade Brasileira
de Cardiologia
