Jornal SBC 175 | Fevereiro 2017 - page 24

Domingo Braile é Prof. Emérito da Faculdade Estadual
de Medicina de Rio Preto e Sênior da Faculdade de
Ciências Médicas da Unicamp. Pró-Reitor de Pós-Gra-
duação da Famerp, editor do Brazilian Journal of Cardio-
vascular Surgery
Cirurgia Cardíaca
por Domingo Braile
Relação Médico Paciente
por Protásio Lemos da Luz
Protásio Lemos da Luz é professor sênior de
Cardiologia do InCor da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo - FMUSP
Especialistas-professores, pesquisadores
Somos cardiologistas e cirurgiões cardio-
vasculares, dedicados à atenção espe-
cializada, aos portadores de doenças no
coração e grandes vasos.
Não nos limitamos, contudo, ao atendi-
mento dos pacientes; muito pelo contrá-
rio, dedicamo-nos com muita intensidade
ao atendimento primário, buscando a pre-
venção das enfermidades degenerativas
do sistema circulatório, exercendo medici-
na preventiva no combate a hipertensão,
diabetes, dislipidemias, síndromes meta-
bólicas, sedentarismo etc., acrescentan-
do vida saudável aos anos, e não somen-
te anos à vida.
Somos professores nas Residências e
Pós-Graduações das especialidades.
Dedicamo-nos à pesquisa, produzindo
ciência de qualidade apresentada em
congressos nacionais e internacionais,
que sustentam artigos de impacto em
revistas como
Arquivos Brasileiros de
Cardiologia
e
Brazilian Journal of Car-
diovascular Surgery
, além de publica-
ções em revistas dos Estados Unidos,
da Europa etc.
Em nossa missão cumprimos o dever de
cidadãos preocupados com o mister des-
crito no Título.
Desde que o envelhecimento é inexorável, o melhor que se
pode fazer é evitar que algumas de suas consequências sejam
drásticas. Efeitos do envelhecimento no sistema musculoes-
quelético são muito sérios. Fadiga muscular, fraqueza geral,
defeitos posturais, quedas e fraturas são muito frequentes. Fra-
queza muscular causa redução na locomoção, quedas por falta
de equilíbrio e fraturas. Articulações envelhecidas causam do-
res crônicas, levando até à imobilização parcial ou total. Além
disso, essas doenças têm considerável impacto financeiro.
Tem-se sugerido que o exercício físico contínuo e moderado
reverte muitos efeitos do envelhecimento musculoesqueléti-
co. Estudos com ressonância magnética mostraram que exer-
cícios de fortalecimento muscular com duração aproximada-
mente de um ano aumentam nitidamente a massa muscular
da coxa, mesmo em indivíduos com 80 anos. Esses e outros
dados dão indiscutível apoio aos exercícios.
Frequentemente, porém, essas medidas são adotadas quando
as pessoas já têm sintomas. Uma alternativa importante é a prá-
tica de fisioterapia como medida preventiva. A fisioterapia de-
senvolveu-se muito ultimamente. Criaram-se exercícios especí-
ficos para coluna, ombros, quadris e outros. Eles são diferentes
dos exercícios gerais como caminhar, nadar ou correr.
As articulações dependem basicamente de estruturas mus-
culares que as sustentam; dependem também da postura do
indivíduo. Ocorre que na vida diária as pessoas adotam pos-
turas impróprias, muitas em função da profissão: ficar senta-
do por longo tempo, trabalhar agachado como os cirurgiões.
Essas posturas causam atrofias de certos grupos musculares
por desuso, e sobrecarga de outros por má-posição e esforço
repetitivo.
Portanto, a fisioterapia bem orientada, executada por profis-
sionais, deveria ser adotada como rotina a partir dos 50 anos,
para todos; e não apenas como terapia quando as pessoas já
estão doentes. Isso faria que doenças musculoesqueléticas
ocorressem mais tarde, ou não ocorressem; e que fossem tra-
tadas com mais eficiência.
Fisioterapia, envelhecimento e prevenção
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