Jornal SBC 189 | Abril 2018

Coração Valente Histórias da Cardiologia por Reinaldo Hadlich Reinaldo Hadlich é Prof. do Instituto de Pós-graduação Médica do Rio de Janeiro. Presidente do Centro de Estudos do Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro. Vice-presidente do Departamento de Clínica Cardiológica da Socerj Um dos pioneiros na cirurgia cardíaca no Brasil - 2 a parte A história do Professor Domingos Junqueira de Moraes A também médica Zuleica Coli Junqueira de Moraes, filha do professor Domingos Junqueira de Moraes encaminhou, conforme meu pedido, um relato da história de seu pai, um dos fundadores da cirurgia cardíaca no Brasil. O artigo, que foi publicado em duas partes, nesta edição e na passada, está na íntegra no link : http://jornal.cardiol.br/2018/marco/ historias-da-cardiologia.html O Professor Domingos Junqueira de Moraes, na vida acadêmica, defendeu três teses de Livre-Docência. A última, em 1970, na Universidade Federal do Rio de Ja- neiro (UFRJ), foi a primeira tese no Brasil sobre o trata- mento cirúrgico da insuficiência coronariana com vários pacientes operados de ponte de safena e mamária, du- rante setembro de 1967 a março de 1970, os pacientes foram operados por Domingos e Waldyr Jazbik, no Insti- tuto de Cardiologia Aloysio de Castro e no Hospital Ad- ventista Silvestre − este último foi o hospital para o qual a equipe da São Miguel se transferiu, iniciando a cirurgia a partir de 1964. Nos fundos do Hospital Adventista Silvestre, os dois cirurgiões e o técnico Gilberto criaram uma fábrica de máquinas de coração/pulmão artificial para circulação extracorpórea, porém, o oxigenador não era descartável. Venderam para vários Estados brasileiros e alguns paí- ses da América do Sul e, quando Cristian Barnard esteve no Rio de Janeiro, em 1968, logo após realizar o primeiro transplante de coração no mundo, recebeu de presente do chancelar Gama Filho uma máquina do mesmo mo- delo para levar para a África do Sul. Em 1970, Domingos foi a um congresso nos Estados Uni- dos e trouxe um modelo descartável de oxigenador, po- rém, sentiu a necessidade de fabricá-lo aqui, pois o custo de importação era elevado, ficando quase proibitivo tra- zê-lo de fora. O oxigenador reaproveitável era muito tra- balhoso e podia causar reações alérgicas, pela incapaci- Professor Domingos Junqueira de Moraes 26

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