Jornal SBC 193 | agosto 2018

doenças cardiovasculares, sendo as cintilografias do coração parte essencial do diagnóstico e necessárias para condução de pacientes com doença coronariana, insuficiência cardíaca, avaliação do efeito tóxico de medicamentos empregados no tratamento do câncer, entre outras utilizações. “Faremos todos os esforços, juntamente dos profissionais da Medicina Nuclear, para evitar a iminente interrupção no atendimento à já tão sofrida população brasileira”, afirmou o presidente da SBC, Oscar Dutra. Segundo a SBMN, a Anvisa passou a legislar sobre ra- diofármacos apenas em 2009 e, apesar de bem-intencio- nados, seus profissionais têm limitada experiência com a produção destes materiais, ao contrário dos profissio- nais do IPEN, onde muitos passaram a vida trabalhan- do apenas com essas substâncias. “A SBMN considera fundamental destacar a enorme e histórica importância atual do IPEN/CNEN para a Medicina Nuclear brasileira, um dos grandes responsáveis pelo atual estágio tecnoló- gico de desenvolvimento da Medicina Nuclear no país”, defende o presidente da entidade, Juliano Cerci. Para a SBMN, os radiofármacos estão entre as substâncias mais seguras disponíveis na Medicina e são produzidos pelo IPEN há mais de 50 anos, sem um único relato de reações adversas graves. O documento da SBMN ainda informa que o IPEN, como muitos órgãos federais, tem tido dificuldades de se adequar às modificações da área da saúde e, para que a situação fosse regularizada, o instituto firmou um Termo de Compromisso de Adequação, dividido em duas etapas. “O objetivo era a readequação do quadro de funcionários e de procedimentos da legislação de Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos, uma norma de 2009. Infelizmente não houve o investimento necessário no órgão governamental, e agora os pacien- tes estão confrontados com a situação paradoxal da criação de uma legislação pelo governo que ele próprio não conseguiu atender”, completa Juliano Cerci. Solução temporária Um pouco antes do fechamento desta edição do Jornal SBC, o primeiro secretário da SBMN, Rafael Lopes, in- formou que o problema foi temporariamente contornado após diversas reuniões em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, com os diversos órgãos envolvidos no proces- so ao longo de quase 4 semanas − IPEN, CNEN, Covi- sa e Anvisa −, atuando diretamente em nível ministerial com o apoio do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.   “Com o apoio recebido e a mobilização da SBC e dos departamentos, como o DERC, o assunto pode ganhar mais visibilidade, tanto na imprensa geral como no pró- prio meio médico, de modo a dar legitimidade à preocu- pação. Sensibilizar as pessoas e sociedades envolvidas em busca de uma solução é fundamental para minimizar o impacto aos pacientes”, constatou Rafael Lopes. Segundo o primeiro secretário da SBMN, a resolução temporária do problema tornou-se concreta com a pu- blicação, pelo presidente da Anvisa, de uma portaria no Diário Oficial da União determinando a desinterdi- ção das linhas de produção do IPEN em caráter excep- cional. “A SBMN continua realizando reuniões com os diversos envolvidos em busca de soluções mais defini- tivas, mas que só devem acontecer no médio e longo prazo”, completou Rafael Lopes. CENTRO INTERNACIONAL DE CONVENÇÕES DO BRASIL - CICB O MELHOR DE 2018 EM UM ÚNICO CONGRESSO AGENDE ESTA DATA 14 A 16 SET 2018 ATUALIZAÇÕES E INOVAÇÕES VOLTADAS PARA A PRÁTICA CLÍNICA CARDIO2018.COM.BR 15

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