Jornal SBC 193 | agosto 2018

Academia SBCCV Cirurgia Cardíaca por Domingo Braile Domingo Braile é Professor Emérito da Faculdade Estadual de Medicina de Rio Preto e Sênior da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Pró-Reitor de Pós-Graduação da Famerp, editor do Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery. O progresso vertiginoso que a Medi- cina apresentou nas últimas décadas transformou, de maneira acentuada, o perfil das sociedades médicas. Dentro das inúmeras funções destas sociedades, sempre caracterizadas pelo congraçamento das classes, buscando na união um fator im- portante para o bom desempenho das especialidades, outras funções foram sendo assimiladas. Basta ver- mos as inúmeras categorias de só- cios que hoje completam os quadros associativos. Na Sociedade Brasilei- ra de Cirurgia Cardiovascular (SBC- CV), contamos com as seguintes categorias: fundadores, residentes, aspirantes, associados, especialistas, titulares, departamentais, benemé- ritos, honorários e remidos. Cada uma das vertentes tem característi- cas próprias, com direitos e obriga- ções, há muito cristalizadas. Chama, contudo, a atenção uma nova atividade: a de academia. Face ao número enorme de novas faculdades de Medicina, as socie- dades médicas tomaram a si o de- ver de ensinar os novos especialis- tas e manter up to date todos seus associados, com a função de aca- demia incorporada às atividades societárias. As principais doenças cardiovasculares, que mais elevam as estatísticas de mortalidade dentro do contexto mun- dial, fiquem sabendo, todas elas foram referendadas pelos grandes avanços da especialidade cardiológica como de natureza inflamatória. Por esta razão, achei prudente fazer esta introdução, para que, principalmente os leitores leigos, tomassem conhecimento de uma proteína muito solicitada pelos reumatologistas para diagnosticar um processo infla- matório reumatológico, como artrose, artrite, entre outros: a proteína C-reativa. Fiquem cientes de que a elevação desta proteína por outros problemas é marcador importante da existência e do agravamento de doenças cardiovascula- res, como a hipertensão arterial (HAS) e a doença ateros- clerótica coronária (DAC). Importante também ressaltar a obesidade. Nossa intenção, porém, é advertir os pacientes que possuem o aumento da proteína C-reativa que procu- rem imediatamente o cardiologista, pois as orientações e o possível tratamento são totalmente diferentes dos que são feitos na área da reumatologia. Em suma, se não houver a condução desses dois profissionais, podemos usar o ve- lho adágio popular: “É cobrir um Santo e descobrir outro”. Tomem conhecimento sobre a proteína C-reativa de uma forma mais detalhada nas linhas que se seguem. O título deste artigo poderia ser também “A proteína do mo- mento na prática cardiológica“. Tomaria muito espaço, mas mais bem refletiria a realidade dos meios cardiológicos in- ternacionais, com os fantásticos avanços que esta especia- lidade desenvolve em todos seus segmentos, no caso, em particular, nos campos da etiopatogenia e da fisiopatologia de muitas de suas entidades nosológicas, no assunto em questão. Daremos ênfase à inflamação, e não poderia ser outro sinal prodrômico quando se trata da DAC e, mais re- centemente, da HAS. A proteína e o coração Crônicas do Coração por Fernando Lianza Dias Fernando Lianza Dias é especialista em Cardiologia pela SBC/AMB, médico Preceptor de Cardiologia, Chefe do Serviço de Risco Operatório do Hospital Universitário Lauro Wanderley da UFPB, Diretor Científico da Cardioclin e Coordenador do Núcleo de Prevenção das Doenças Cardiovasculares no Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal Da Paraíba (UFPB). 30

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=