Jornal SBC 197 | dezembro 2018

Um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro com 647 pacientes, acompanhados por 5,2 ± 1,6 anos, compro- vou que a cintilografia de perfusão miocárdica (CPM) é ca- paz de predizer eventos em pacientes assintomáticos após intervenção coronariana percutânea (ICP), independente do momento de realização. O artigo, assinado por Larissa Fran- co de Andrade, Ana Carolina Souza, Thais Peclat, Caio Bar- tholo, Thalita Pavanelo e Ronaldo de Souza Leão Lima, foi publicado recentemente nos Arquivos Brasileiros de Cardio- logia (ABC Cardiol). A partir desta edição, o Jornal SBC vai trazer novidades do IJCS e ABC Cardiol, para você, leitor. Larissa Franco de Andrade explica que os objetivos do estu- do foram avaliar a associação entre os fatores clínicos e cin- tilográficos dos pacientes assintomáticos submetidos à CPM Dia a Dia do Cardiologista após ICP e a ocorrência de desfechos; estimar a prevalência de isquemia e seus preditores; avaliar as indicações e o mo- mento de realização da CPM nesses pacientes; e comparar as características dos pacientes que realizaram CPM no in- tervalo inferior e superior a 2 anos após a ICP. Os 647 pacientes selecionados realizaram CPM, conse- cutivamente, entre 2008 e 2012, após ICP. Os resultados mostram que 47% das CPM foram normais, 30% anormais com isquemia e 23% anormais sem isquemia. Ocorreram 61 mortes, 27 cardiovasculares, 19 infartos agudos do mio- cárdio não fatais e 139 revascularizações. A taxa anual de óbitos foi superior naqueles com perfusão anormal sem is- quemia comparada aos grupos com isquemia e perfusão normal (3,3% × 2% × 1,2%; p = 0,021). A taxa anual de revascularização foi 10,3% no grupo com isquemia, 3,7% naqueles com CPM normal e 3% naqueles com CPM anor- mal sem isquemia. Foram preditores independentes de mortalidade e revascularização, respectivamente, defeito perfusional total maior que 6% e defeito isquêmico maior que 3%. Realizaram CPM menos de 2 anos após ICP 42% dos pacientes, e não foram observadas diferenças relevan- tes em relação aos que realizaram após esse período. “Embora esta informação não esteja contemplada em di- retrizes, a CPM realizada em pacientes assintomáticos após períodos variados da ICP foi capaz de fornecer in- formações prognósticas futuras; a extensão do defeito de perfusão total foi associada à maior taxa de mortalidade e à morte cardiovascular; a presença e a extensão da isque- mia foram associadas à maior taxa de revascularização, enquanto a perfusão normal conferiu um excelente prog- nóstico com baixa taxa de eventos no seguimento médio de 5 anos”, constata Larissa. Estudo comprova eficácia do uso clínico da cintilografia de perfusãomiocárdica empacientes assintomáticos, após intervenção coronariana percutânea Resultado acaba de ser pulicado nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia (ABC Cardiol). ICP é atualmente o método de revascularização do miocárdio mais empregado em todos os cenários clínicos da DAC Curvas de Sobrevida de Kaplan-Meier de mortalidade de acordo com intervalo intervenção coronariana percutânea-cintilografia de perfusão miocárdica menor ou maior que dois anos. 9

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