Jornal SBC 186 | Janeiro 2018

Associativismo e disciplina A grandeza da SBC não advém da força individual de um ou de alguns, mas da união de todos os cardio- logistas que compõem e compuseram a entidade. E só foi possível pois nossos colegas, em sua maioria, despem-se de preconceitos e vaidades e prestigiam a construção da força da classe por meio do associati- vismo. É através dessa união, desprendida da soberba e ver- dadeiramente altruísta, que são construídas as mu- danças necessárias à medicina: a evolução de trata- mentos, proporcionando o bem-estar dos pacientes. O associativismo é um dos principais, senão o mais relevante, vetor dessas mudanças. É importante que tenhamos em vista o imprescindível fortalecimento do associativismo, tão necessário ao aperfeiçoamento científico. E ele não se faz com me- ras declarações de boas intenções, mas com trabalho, ordem e disciplina. Se queremos consistência na evolução científica da cardiologia brasileira, não há outro caminho senão prestigiarmos o associativismo. É através do fortaleci- mento das nossas associações médicas e sociedades de especialidades que alcançaremos esse objetivo. O fortalecimento destas entidades se dá por meio de uma conduta: a disciplina. Ela, obediência ao conjunto de regras e normas previamente definidas por um gru- po, é a base do associativismo. Sem a disciplina, insti- tuições desmoronam e mesmo nações vão a falência. Não existe instituição humana que tenha sobrevivido a uma cultura de indisciplina ou a atos de condescen- dência e transgressões de seus membros. Tolerá-la, em uma instituição, é flertar com a ruína. A credibilidade de uma instituição se mede não apenas pelo êxito de seus fins, mas também pela observância de seus meios, que legitimam e a credenciam a ser a principal fomentadora do conhecimento da cardiologia em nosso país. Se a SBC atingiu o seu atual patamar de destaque e vanguarda, foi pelos seus membros terem privilegia- do o associativismo com trabalho árduo e dentro de regras pré-estabelecidas. Para a instituição continuar promovendo as mudanças verdadeiramente necessá- rias, é preciso ser intransigente com os desvios. Não há margem para atalhos, tampouco espaço para pres- tigiar interesses individuais que se distanciam do inte- resse coletivo em que o associativismo se norteia. Palavra do Presidente OSCAR DUTRA Foto: Daniel Martins 3

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