Jornal SBC 192 | Julho 2018

Relação Médico Paciente por Protásio Lemos da Luz Protásio Lemos da Luz é Professor Sênior de Cardiologia do InCor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) Paz na SBC Começou há pouco uma gestão na SBC, e as eleições para a próxima já estão ocorrendo. Há intensa pola- rização entre duas chapas, com pro- pagandas sistemáticas de ambos os lados. Esta ênfase em eleições foge das finalidades da SBC. Facções se formaram e não faltam comentários ácidos de ambos os lados. Esse grau de polarização não ajuda a entidade. De fato, cria divisões que induzem desagregação . A SBC é uma sociedade científica e profissional, que representa uma parcela importante da sociedade brasileira. Servi-la, por tempo deter- minado, é uma honra e implica gran- de responsabilidade. A SBC deve defender a carreira profissional, pro- mover o desenvolvimento científico e a boa prática, batalhar por boa edu- cação médica, entre outras coisas. Porém, as posições administrativas na SBC não devem representar uma carreira. Posições administrativas na SBC devem ser aceitas como pres- tação de serviço, ocasional, mas não buscadas como um fim. A SBC não é um partido político no qual se faz uma carreira. A carreira do cardiolo- gista precisa ser centrada na assis- tência, na pesquisa e no ensino. A SBC precisa focar-se em programas administrativos, científicos, educa- cionais, e não em política. Eleita uma diretoria, não deve haver situação e nem oposição. Deve ha- ver uma SBC que represente a todos os cardiologistas. Por isso, defendo a reformulação completa no nosso siste- ma eleitoral. O sistema atual é arcaico, adotado há mais de 40 anos. Desde então, muita coisa mudou, e a SBC pre- cisa se modernizar. Proponho que se crie uma Comissão Especial imediata- mente, para analisar mudanças nesse sistema, e que a SBC tenha objetivos de longo prazo voltados aos interesses primordiais dos cardiologistas. Aorta e cirurgião cardiovascular Cirurgia Cardíaca por Domingo Braile Domingo Braile é Professor Emérito da Faculdade Estadual de Medicina de Rio Preto e Sênior da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Pró-Reitor de Pós-Graduação da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp). Editor do Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery. O cirurgião cardiovascular foi, du- rante muitos anos, ligado quase exclusivamente às doenças do coração, sendo as intervenções sobre os vasos um campo de ati- vidade principalmente do cirurgião vascular. Este comportamento tem mudado ao longo do tempo, em virtude de novas possibilidades de tratamen- to tanto dos aneurismas como das dissecções da aorta e seus ramos principais, usando técnicas mini- mamente invasivas. Trata-se de uma nova visão do tra- tamento destas afecções com o im- plante de endoproteses, tendo como via de acesso as artérias periféricas. Prova deste novo campo de atua- ção fica evidente pela realização de simpósios cardiovasculares dedica- dos a este novo campo de atuação. Por exemplo, entre os dias 24 e 26 de maio, tivemos, em Porto Alegre, o Aorta Simpósio 2018, realizado em conjunto com a Mayo Clinic , que reuniu os mais conceituados especialistas nacionais e inter- nacionais, mostrando o interesse dos cirurgiões cardiovasculares nesta promissora área de atuação do especialista. 23

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=