Jornal SBC 190 | Maio 2018

ter uma finalidade específica. Na maioria dos casos, também não há ativos reais em garantia e, desta for- ma, estes papéis assumem diretamente o risco de cré- dito dos emissores. As debêntures também não pos- suem isenção de imposto de renda aos investidores, analogamente aos CDBs. Já no caso dos CRIs e dos CRAs, estes instrumentos de dívida antecipam recebíveis ou financiam empresas dos setores imobiliários ou de agronegócios, respecti- vamente. São títulos que possuem isenção fiscal dos rendimentos para o investidor e, muitas vezes, apresen- tam retorno líquido mais atraente. Em diversos casos, também possuem garantias reais atreladas aos títulos, como alienação fiduciária de imóveis e cessão de rece- bíveis, entre outros, o que diminui os riscos incorridos. Jornal SBC: Como investir? Os bancos oferecem es- sas modalidades? Maximiliano Marques Rodrigues: Para ter acesso a esses papéis, o investidor precisar ter conta aberta em uma corretora ou distribuidora de títulos e valores mo- biliários. A maioria dos bancos possui corretoras que são parte de seu grupo econômico, mas atualmente há diversas corretoras e distribuidoras que têm plata- formas on-line na internet que oferecem esses títulos. É razoavelmente simples para qualquer investidor ter acesso a esses papéis, desde que possuam uma conta aberta nessas instituições. Jornal SBC: Quais riscos oferecem? Maximiliano Marques Rodrigues: Nesses títulos, há dois riscos principais: o de crédito e o de mercado. O risco de crédito refere-se à capacidade de repagamento da dívida por parte do emissor ou devedor. O risco de mercado re- fere-se a uma alteração da taxa básica de juros e das cur- vas ou spreads de crédito. Para minimizar estes riscos, o investidor deve estar bem informado em relação a situação financeira, operacional e mercadológica dos emissores ou devedores; ao cenário macroeconômico; e ao seu perfil de investimento, ou seja, ao seu grau de tolerância e capaci- dade de assumir riscos e suportar eventuais perdas. Para muitos investidores, o ideal é, além de estar bem informado, contar com a ajuda de um especialista. O mais importante é estar tranquilo com a decisão tomada e compreender as oportunidades e os riscos de cada alternativa. 27

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