Jornal SBC 194 | setembro 2018

funcionando como uma espécie de bomba hidráulico- -elétrica. Ao longo de 70 anos, que é a expectativa média do mundo, o coração humano bate, aproximadamente, 2,5 bilhões de vezes e bombeia 304 milhões de litros de sangue ao longo da vida.  Ao levar oxigênio e nutrientes a cada célula do corpo, o sangue viaja milhares de quilômetros por artérias, veias e vasos – alguns maiores, outros mínimos, como os capila- res – que formam a extensa rede de tubos flexíveis e ocos do sistema circulatório. Se pudesse ser colocados em li- nha reta, mediria cerca de 95 mil quilômetros – o suficien- te para dar mais de duas voltas em torno da terra. Junto dos pulmões, constitui o chamado sistema cardiovascular. O coração é peça fundamental do sistema cardiovascu- lar, desempenhando a principal tarefa: colocar o sangue em movimento. Para executá-la, ele dispõe da estrutura muscular do miocárdio – termo que vem do latim myo- cardium ( myo significa músculo e cardium , coração) –, de um conjunto de válvulas e de um sistema condutor de sinais elétricos. O miocárdio é a mais espessa das três camadas de teci- dos que formam o coração. Sua superfície externa é co- berta por uma camada de tecido mais fino e macio, cha- mada epicárdio. A terceira camada de tecido, também fino e macio, o endocárdio, a qual, como diz o nome, reveste internamente o miocárdio, faz as vezes de superfície para as quatro câmaras em que o coração se divide. As duas câmaras superiores são os átrios direito e esquerdo, e as duas inferiores, os ventrículos direito e esquerdo. Por aí se segue e se complementa este sistema. É impossí- vel descrever resumidamente neste espaço um órgão que inicia seu trabalho diuturnamente bombeando 7.200.000 li- tros de sangue por dia; o importante papel desempenhado pelas válvulas mitral, tricúspide, aórtica e pulmonar; o siste- ma arterial coronariano; a árvore da vida; o nódulo sinusal; o nódulo atrioventricular; e os feixes (His e Purkinje), sim- bolizando o ritmo normal do coração − sem falar de outras estruturas que dão dinamismo e harmonia às atividades funcionais e elétricas do nosso coração. E assim, senhores leitores, fica aqui uma pequena impres- são (podemos até chamar de noções básicas) do órgão mais nobre do nosso organismo, porque ele nos propicia a vida e, paradoxalmente, nos retira dela, em uma situação patológica. Ele determina o início e o fim da existência de um ser humano. Se bem tratado, pode cumprir esta mis- são por quase um século. 37

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