Jornal SBC 201 | abril 2019

Estudo recém-publicado na revista ABC Cardiol, da SBC, revelou um dado preocupante. Apenas 50,8% dos idosos que moram na zona urbana de Goiânia e fazem tratamento para hipertensão apresentam controle pressórico. No levan- tamento, realizado pela Universidade Federal de Goiás, e pelas Secretarias Municipal de Saúde de Goiânia e de Es- tado da Saúde de Goiás, foram analisados 912 idosos, dos quais 683 (74,9%) eram hipertensos. Desses, 72,6% faziam tratamento para HA. Uma das autoras, Ana Luiza Lima Sousa, explica que, no Brasil, são escassos os estudos de base populacional que identificam taxas de diagnóstico, tratamento e controle da hi- pertensão arterial especificamente na população idosa. Do total de hipertensos (683), 431 idosos foram identificados com PA maior ou igual a 140 e/ou 90 mmHg e 252 idosos com valores pressóricos dentro da normalidade, devido ao uso de medicamentos anti-hipertensivos. Houve diferença da prevalência entre os sexos, sendo 39,8% nos homens e 60,2% em mulheres. “Dos 431 identificados com valores pressóricos alterados, 187 (43,4%) desconheciam o prová- vel diagnóstico da HA e não tratavam”, destaca Ana Luiza. Já dos 683 considerados hipertensos, 496 (72,6%) faziam uso regular de medicamentos anti-hipertensivos, sendo que os homens apresentavam taxas inferiores (67,6%) a das mulheres (75,9%). Entre aqueles que tratavam, 252 (50,8%) apresentavam controle da pressão arterial (pressão arterial sistólica × diastólica < 140×90 mmHg), sendo que as taxas Dia a Dia do Cardiologista de controle foram maiores entre aqueles na faixa etária de 60 a 70 anos. “Entre os alcoolistas, as taxas de controle fo- ram menores”, acrescenta a autora. O estudo lembra que, apesar dos esforços dos profissionais de saúde em todos os níveis, as taxas mundiais de controle pressórico são apenas razoáveis. O Canadá apresenta taxa de 64,6%, Suíça de 59,4%, Estados Unidos de 57% e Ingla- terra de 37%. No Brasil, estas taxas variam entre 22,5% na Região Norte e 24,2% na Região Centro-Oeste. “Ignorar a pressão arterial elevada é um risco à saúde cardiovascular e renal, pois ela aumenta as chances de complicações com risco de vida e, quanto maior a pressão arterial, maior o risco de consequências para o coração e vasos sanguíneos nos principais órgãos, como o cérebro e os rins, independente da faixa etária”, ressalta a publicação. A íntegra do estudo “Prevalência, tratamento e controle da hipertensão arterial em idosos de uma capital brasileira”, está em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstrac- t&pid=S0066-782X2019005001103&lng=es&nrm=i&tlng=pt Metade dos idosos hipertensos que fazem tratamento não apresenta controle pressórico, aponta estudo As taxas de controle foram maiores entre na faixa etária de 60 a 70 anos. Mulheres são mais disciplinadas do que os homens 14

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