Jornal SBC 209 | dezembro 2019

Deputada paraense defende saúde integrada para aprimorar o sistema A parlamentar, que é cardiologista intervencionista, tem proposta para incrementar as sociedades estaduais de cardiologia em prol da população mais carente A cardiologista e deputada estadual do Pará, Heloisa Guimarães, que já foi secretária de saúde do estado, tem uma pro- posta legislativa para fomentar o crescimento das sociedades estaduais de cardiologia. Ela se reuniu com o presidente eleito da SBC, Marcelo Queiroga, em Belém do Pará. “A partir do Pará, Heloisa Guimarães vai criar uma grande corrente que atingirá todo o país, dando condições às Regionais da SBC para trabalhar em seus estados a fim de incrementar a Atenção Primária à Saúde e, com isso, reduzir a preva- lência das doenças cardiovasculares”, contou Queiroga, após o encontro. Segundo ele, a proposta ainda visa aprimorar o atendimento na média complexidade, promovendo uma interação maior entre o especialista e as Unidades Básicas de Saúde, bem como articular uma melhora na assistência de alta complexidade, para que possa fluir de forma mais apro- priada e reduzir a mortalidade. “A ideia é que as sociedades científicas possam ter o Certificado de Entidades Beneficentes de Assistência Social, sendo de utilidade pública, para serem centros de assistência social. Assim, conseguiremos transformar todo o nosso capital científico, que é gigantesco, em capital social”, defende a parlamentar, para que o benefício chegue às pessoas que mais precisam e não conseguem ter acesso. “Por melhor que seja a política pública do Brasil, muitos brasileiros não têm a me- nor chance e aguardam anos por uma simples consulta e sem segmento. Está na hora de repensarmos novos caminhos”, completou Guimarães. O Pará é um grande exemplo, já que tem dimensões de muitos países, e o desafio como secretária de saúde foi muito gran- de. Heloisa Guimarães é cardiologista intervencionista e atua na altíssima complexidade, mas conseguiu compreender as necessidades da Atenção Primária. “O olhar traduz o sentimento da pessoa, e tivemos a sensibilidade de perceber quais eram as especialidades que a população mais precisava. Fizemos gigantescas caravanas no Pará, de barco, de ônibus, de avião, nas seis regiões do estado. Conseguimos manter isso por cinco anos ininterruptos, atendendo oito milhões de pessoas. Eram caravanas com mais de 14 especialidades, com eletrocardiograma, ecocardiograma, raio X, toda a parte da saúde da mulher e do homem. Mas no ano eleitoral não pudemos dar continuidade ao trabalho”, contou. “Precisamos alterar a legislação para que possamos integrar todas as especialidades”, propôs a cardiologista parlamentar. Marcelo Queiroga e Heloisa Guimarães 26

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