Jornal SBC 199 | fevereiro 2019

Roberta Lara é nutricionista clínica, Mestre e Doutora pela Universidade Estadual de Campinas e atua nas áreas de Síndrome Metabólica e Dislipidemias. Gordura abdominal vs. controle do índice glicêmico das refeições O acúmulo de gordura abdominal é uma condição clínica encontrada atualmente em grande parte da população. Esse tipo de gordura, que chamamos de visceral, por estar presente entre os órgãos da região do abdome, é considerada extremamente prejudicial para a saúde, so- bretudo, cardiovascular. A alimentação é considerada o principal fator associado na redução deste tipo de gordura. Algumas estratégias nutricionais podem ser atribuídas de forma constante nos cuidados com o excesso de tecido adiposo. Uma delas é o controle do índice glicêmico e da carga glicêmica dos alimentos fontes de carboidratos. O índice glicêmico representa a velocidade com a qual o organismo absorve os carboidratos obtidos durante a ali- mentação. Quando a velocidade for baixa, significa baixo índice glicêmico, e vice-versa. Tal velocidade de absor- ção não depende apenas do organismo, mas também do tipo de carboidrato que será consumido. Os carboidratos de rápida absorção induzem o corpo ao aumento da pro- dução de insulina, hormônio responsável por metabolizar a glicose para dentro das células. Com altos níveis de gli- cose no sangue, a quantidade de insulina aumenta e leva essa glicose até as células. Normalmente, nosso organis- mo não consegue gastar toda a energia gerada por essa glicose, ou seja, esse excesso acaba transformando-a em gordura. Essa gordura, por sua vez, armazena-se espe- cialmente nos tecidos abdominais. Já a carga glicêmica indica a qualidade e quantidade de carboidratos presen- tes nos alimentos. Proteínas, gorduras e fibras são responsáveis por desa- celerar o processo absortivo dos carboidratos, contribuin- do com a modulação dos níveis de glicose no sangue. Esse efeito auxilia na redução do acúmulo de gordura ab- dominal e no equilíbrio no metabolismo energético, contri- buindo para melhorar a sensibilidade à insulina e outros parâmetros metabólicos. REFERÊNCIA Faria VC, Oliveira GA, Marins JC. Índice glicêmico da re- feição pré-exercício e metabolismo da glicose na ativida- de aeróbica. Rev Bras Med Esporte. 2014;20(2). Nutrição por Roberta Lara 22

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