Jornal SBC 198 | janeiro 2019

Um artigo de revisão da University of Ottawa Heart Institute Canada Ontário , no Canadá, analisou e comparou o resul- tado de dois grandes estudos que avaliaram o desfecho em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) isquêmica submetidos à pesquisa de viabilidade antes da cirurgia e apresentaram resultados conflitantes. A revisão, assinada por Fernanda Erthal, Christiane Wiefels, Steven Promis- low, Riina Kandolin, Ellamae Stadnick, Lisa Mielniczuk, Terrence Ruddy, Gary Small, Rob Beanlands destaca as evidências atuais e as direções futuras da avaliação por imagem para definir a viabilidade miocárdica. Os estudos revisados foram o PARR-2 ( Positron emission tomography And Recovery following Revascularization ) e STICH ( Surgical Treatment for Ischemic Heart Failure ). O PARR-2 acompanhou 430 pacientes para avaliação de viabilidade miocárdica com PET FDG antes da deci- são cirúrgica. No estudo principal observou-se tendência de benefício do grupo submetido ao PET para o desfecho primário (morte cardíaca, infarto miocárdico e hospitaliza- ção cardíaca em 1 ano). Entretanto, quando analisados apenas os enfermos nos quais as recomendações do PET foram seguidas, houve redução significativa do número de desfecho no braço do PET, indicando que a aderência à recomendação baseada nos achados da imagem tem im- portante impacto prognóstico. No estudo STICH, 1.212 pessoas com IC foram rando- mizadas para tratamento cirúrgico vs. tratamento clínico. Após a randomização, 601 foram submetidas à pesqui- sa de viabilidade (com cintilografia miocárdica ou eco- cardiograma com dobutamina) e o resultado do exame de imagem não interferiu na decisão terapêutica. Neste estudo, a viabilidade miocárdica se correlacionou com o desfecho (todas as causas de morte), porém não como um fator independente. “Embora o valor da imagem de viabilidade possa ter sido questionado pelo estudo STICH, a presença vs. a ausên- cia da viabilidade miocárdica não deve ser analisada como dicotômico. Diferentes estudos demonstram que quanto maior o porcentual de viabilidade miocárdica, maior o be- nefício da revascularização miocárdica. Outros também Artigo reforça importância da avaliação de viabilidade miocárdica por imagens para definir melhor tratamento ao paciente com insuficiência cardíaca Ensaios em andamento permitirão melhor identificação de quais pacientes mais se beneficiam da geração de imagens e por quais métodos Dia a Dia do Cardiologista 17

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