Jornal SBC 204 | julho 2019

Anvisa detecta impurezas em medicamentos para hipertensão DHA orienta a população a não suspender os remédios A Agência Nacional de Vigilância Sa- nitária (Anvisa) adotou, em maio, uma série de medidas após a detecção de impurezas, chamadas de nitrosaminas, no princípio ativo sartana, utilizado na fabricação de medicamentos para o tratamento de hipertensão arterial. En- tre as ações, lotes específicos do pro- duto foram imediatamente recolhidos.  Desde julho de 2018, a Anvisa tem realizado publicações e ações alinha- das com agências do mundo inteiro, como a Food and Drugs Administra- tion (FDA) e a European Medicines Agency (EMA), para a segurança da saúde da população e a qualidade dos produtos consumidos. Nestes países, também está sendo feito o recolhi- mento dos remédios. No Brasil, além da retirada do mercado dos lotes de medicamentos, as ações da Anvisa incluem suspensão da fabri- cação, da importação, da distribuição, da comercialização e do uso dos insu- mos farmacêuticos ativos com suspeita de contaminação. No total, foram efe- tuadas 14 suspensões de três insumos (losartana, valsartana e irbesartana) de dez fabricantes internacionais. Tam- bém foi determinada a fiscalização de todas as empresas fabricantes de me- dicamentos contendo sartanas disponí- veis. Até o momento, foram avaliadas 29 empresas e 111 medicamentos co- mercializados, em 2018, e aproximada- mente 200 lotes foram recolhidos. Os lotes recolhidos foram relaciona- dos pela Anvisa no link : http://portal. anvisa.gov.br/documents/219201/0/ Produtos+Recolhidos+v4.pdf/326aef- ce-579d-4198-b9ed-27c29d905f5c Baixo risco AAnvisa alertou, emnota divulgada, que “embora o risco seja muito pequeno, es- tudos apontam que as nitrosaminas têm potencial ou provável risco de causar câncer caso os medicamentos sejam consumidos todos os dias, em sua dose máxima, durante 5 anos seguidos. Nes- sas condições, autoridades europeias calcularam que o risco de câncer asso- ciado ao consumo contínuo do medica- mento é de 0,00017%, ou um caso para cada grupo de 6.000 pessoas. Portanto, o risco é muito baixo e está associado ao consumo diário e contínuo, em altas doses e por um longo período”. A agên- cia ainda esclareceu que “o consumo desses medicamentos não oferece ris- co imediato para as pessoas que fazem uso deles e que eles são eficazes para o tratamento de pressão alta, mas reco- menda que sejam trocados por outro de igual valor terapêutico”. O presidente do Departamento de Hi- pertensão Arterial da SBC, Rui Póvoa, afirmou, em entrevistas concedidas à imprensa para esclarecer o assunto, que as pessoas não deveriam deixar de usar o medicamento para hiperten- são. “No indivíduo hipertenso, se ele parar de tomar o remédio, sua pressão pode subir, e ele pode ter um AVC, um ataque cardíaco ou um infarto do mio- cárdio. Ele deve continuar tomando o remédio, trocando o lote que está com problema. Enquanto não trocar, deve continuar tomando o que tem” alertou Rui Póvoa. Diretoria 8

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