Jornal SBC 200 | março 2019

A prática clínica nos obriga ao estudo diário dos avan- ços científicos e novas tecnologias/medicamentos que auxiliam na melhoria da sobrevida e da qualidade de vida dos cardiopatas. A incorporação tecnológica na saúde suplementar envolve um processo formal que ocorre após a aprovação pela Agência Nacional de Vi- gilância Sanitária (ANVISA) e de um contexto de eta- pas que acontece a cada anos por consulta pública por meio do site da Agência Nacional de Saúde Suple- mentar (ANS). Sociedades médicas, pacientes e cardiologistas deve- rão, no período de 4 de fevereiro a 3 de maio de 2019, identificar quais tecnologias que deveriam constar do rol de procedimentos cobertos pelos planos de saúde/ operadoras que fazem parte da saúde suplementar. No dia 5 de fevereiro, fui convidado pela Associação Médica Brasileira (AMB) para representar a SBC da Qualidade Assistencial, para conhecer os novos formu- lários e debates feitos para melhoria desse processo fundamental para o país. Não há dúvida de que o en- frentamento desta proposta envolve a busca de evidên- cias científicas, avaliar estudos diversos, embarcar a tecnologia em questão com dados econômicos, casos disponíveis na literatura ou idealmente constituídos em nosso meio. A fase da consulta pública incentiva o cor- po técnico da ANS na procura de uma análise preliminar e revisões com membros das prestadoras de serviço, de associações médicas e sociedades. Após concluí- da essa etapa, a diretoria da ANS da figura colegiada define as novas tecnologias para serem incorporadas. Rol da ANS: a importância para evoluirmos na avaliação tecnológica da saúde Na reunião, foram discutidas duas tecnologias que im- pactam em nossa prática: o transplante cardíaco e o implante percutâneo valvar, que mudaram a morbimor- talidade e a qualidade de vida dos portadores de insu- ficiência cardíaca e da estenose aórtica. A SBC apoia e irá engajar a Sociedade de Hemodinâmica (SBHCI) e de Cirurgia Cardíaca (SBCCV) para endossar essas incorporações. A complexidade da avaliação das tecnologias em saú- de é crescente, e o país necessita de avançar na dire- ção de uma Agência Nacional de Avaliação Tecnológi- ca, a exemplo do National Institute for Health and Care Excellence (NICE), da Inglaterra, para que possamos ter um sistema integrado, no qual as incorporações possam atender aos pacientes públicos e privados. Defesa Profissional Evandro Tinoco Mesquita 12

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