Jornal SBC 200 | março 2019

Black box: uma revolução no centro cirúrgico Cirurgia Cardíaca por Domingo Braile Domingo Braile é Professor Emérito da Faculdade Estadual de Medicina de Rio Preto e Sênior da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Pró-Reitor de Pós-Graduação da Famerp, editor do Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery. Após um desastre aéreo, uma das primeiras medidas é a busca da black box , para saber a causa da fatalidade. Em 1953, o cientista australiano Da- vid Warren teve a ideia de gravar os parâmetros das aeronaves durante o voo. A black box tornou-se rea- lidade em 1958. Desde então, sal- vou milhares de vidas, mostrando porque as aeronaves caem por fa- lhas estruturais (raras) ou humanas (comuns) impulsionando o uso de simuladores para ensinar os pilotos a evitarem as falhas. Em 2017, o Dr. Teodor Grantcha- rov, cirurgião do Hospital St. Mi- chael da Universidade de Toronto, desenvolveu a black box para cen- tro cirúrgico, pois ocorrências do ambiente cirúrgico são mantidas em segredo. Na caixa preta são analisadas as inte- rações entre a equipe cirúrgica, o am- biente e os componentes humanos com influência nos resultados, per- mitindo fazer a cirurgia mais aberta, mais transparente e menos mística, e o centro cirúrgico mais amigável, se- gundo Grantcharov. 31

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=