Jornal SBC 207 | outubro 2019

abc/portugues/2019/v11303/pdf/11303010.pdf), do Instituto deCardiologia doRioGrande do Sul, analisaramuma amos- tra composta por cem pacientes com idade média de 55,87 ± 12,55 anos e 67% (n = 67) do sexo feminino. Os valores médios de pressão arterial foram de 182,38 ± 28,01 mmHg para sistólica e 94,95 ± 12,42 mmHg para diastólica. Re- ferente à variável estresse, 86% (n = 86) dos participantes estavam incluídos em alguma das fases hipertensas, sendo que, destes, 57% estavam na fase de resistência. Dentre os grupos alimentares investigados (carboidratos, lipídios, proteínas, alimentos in natura e ultraprocessados), houve associação significativa com alimentos ricos em lipídios e sintomas psicológicos de estresse. Concluiu-se que “os ali- mentos ricos em gordura prevaleceram entre as escolhas alimentares nos pacientes com sintomas psicológicos de estresse. Sugere-se mais estudos em relação à alteração do consumo alimentar e níveis pressóricos em relação às fases do estresse”. Já no artigo de outubro “Coocorrência de Tabagismo e Ali- mentação não Saudável na População Adulta Brasileira”, autores da Universidade Estadual de Campinas, realiza- ram estudo transversal de base populacional com 28.950 adultos (18 a 59 anos), cujas informações foram obtidas pelo Sistema de Vigilância por Inquérito Telefônico (Vigi- tel), em 2014. A prevalência de coocorrência de tabagis- mo e alimentação não saudável foi de 8,6% (intervalo de confiança de 95% − IC95% 7,9-9,3), mostrando-se mais elevada entre os que residiam na Região Sul (RP = 1,50; IC95% 1,18-1,89) comparados aos do Centro‑Oeste, nos Tabela ilustrativa do artigo “Estresse e Consumo Alimentar em Pacientes Hipertensos” que não possuíam plano privado de saúde (RP = 1,14; IC95% 1,03-1,25), nos que ingeriam bebidas alcoólicas de forma abusiva (RP = 3,22; IC95% 2,70-3,85) e nos que autoavaliaram a saúde como regular (RP = 1,65; IC95% 1,36-1,99) ou ruim/muito ruim (RP = 1,70; IC95% 1,18- 2,44). Apresentaram menor prevalência de ambos os fato- res os que viviam na Região Nordeste, as mulheres, os de cor da pele parda, aqueles que tinham cônjuge, os mais escolarizados e os que estavam com sobrepeso ou obe- sidade. “Os segmentos mais vulneráveis à coocorrência dos fatores de risco estudados foram os homens, os resi- dentes na Região Sul do país, aqueles com menor nível socioeconômico, os que referiram consumo abusivo de álcool, entre outros. Intervenções sobre múltiplos compor- tamentos de risco, adaptadas às realidades diversas, po- dem ter maior impacto na população brasileira”, concluiu o estudo que pode ser consultado na íntegra em (http:// publicacoes.cardiol.br/portal/abc/portugues/2019/v11304/ coocorrencia-de-tabagismo-e-alimentacao-nao-saudavel- -na-populacao-adulta-brasileira.asp). “Esses dados científicos robustos apresentados no ABC Cardiol demonstram a alta prevalência do estres- se, da obesidade, da má alimentação, da hipertensão e do tabagismo na vida cotidiana do brasileiro e que, de forma combinada, afetam marcadamente nossa saúde e a qualidade de vida. O combate a este cenário deve ser uma missão fundamental da sociedade brasileira”, conclui o editor-chefe do Arquivos Brasileiros de Car- diologia, Carlos E. Rochitte. Tabela 2 – Correlação das fases do Estresse com consumo alimentar e pressão arterial ISSL Fases PAS PAD PAS 0,023 (p = 0,821) - - PAD 0,134 (p = 0,185) 0,449 (p > 0,01) - Consumo_Ultra processados -0,059 (p = 0,563) -0,003 (p = 0,980) 0,070 (p = 0,490) Consumo_carboidratos 0,008 (p = 0,938) -0,074 (p = 0,467) -0,115 (p = 0,253) Consumo_Proteínas -0,154 (p = 0,125) -0,044 (p = 0,663) -0,064 (p = 0,524) Consumo_ in natura -0,002 (p = 0,987) -0,113 (p = 0,262) -0,083 (p = 0,413) Consumo_Lipídios 0,160 (p = 0,313) -0,193 (p = 0,220) 0,003 (p = 0,987) Coeficiente de Correlação de Spearman – Correlação entre fases do estresse (alerta, resistência, quase exaustão e exaustão) com consumo alimentar (carboidratos, proteínas, lipídios, ultra processados e alimentos in natura). p < 0,05. ISSL: Inventário de Sintomas de Stress para adultos de Lipp; PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial diastólica. 36

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