Jornal SBC 210 | janeiro 2020

cial de qualidade. Portanto, atua em sintonia com o poder público. Muitos reclamam do investimen- to no setor e reclamam do subfi- nanciamento da saúde.  Jornal SBC: A saúde tem os recur- sos necessários? Marcelo Queiroga: O Ministério tem orçamento de mais de R$ 130 bilhões por ano, além dos mais de R$ 110 bilhões na saúde suplementar, e os investimentos feitos por estados e municípios. Isso faz com que o investimento global da saúde no Brasil seja, na média, o que é dispendido nos países integrantes da Organiza- ção para a Cooperação e Desen- volvimento Econômico (OCDE). Então, o problema não é exclusi- vo de recursos financeiros. Ape- sar de haver subfinanciamento do setor público, a solução não é somente pedir ainda mais dinhei- ro, já que esses recursos advêm dos impostos, em um país com carga tributária elevada.  Jornal SBC: Qual seria a saída? Marcelo Queiroga: Precisamos de eficiência na gestão dos ser- viços públicos, de investimento na Atenção Primária, no controle das doenças crônicas e de seus fatores de risco, como a hiper- tensão arterial. Nós temos feito várias ações para combater a hipertensão arterial, no entanto, não estamos sendo eficientes “Nossos primeiros atos foram direcionados ao desenvolvimento da pesquisa e do intercâmbio científico” como fomos quando iniciamos ações no combate ao tabagismo. A SBC atua fortemente, não só, para que essas políticas públicas tenham consecução, mas tam- bém para estimular políticas pú- blicas e inovações que possam mudar a vida do povo brasileiro.  Jornal SBC: Quais as ações já iniciadas por sua gestão na SBC? Marcelo Queiroga: Estamos fazendo uma gestão disrupti- va, para rapidamente implantar mudanças que julgamos es- senciais para a modernização da SBC. Mudanças no modelo de governança em curso trarão “Precisamos de eficiência na gestão dos serviços públicos e de investimento na Atenção Primária” mais eficiência à gestão, com consequentes benefícios para a agenda científica. Idealiza- mos, desde o período eleitoral, a criação da Diretoria de Ciên- cia, Tecnologia e Inovação, para conferir mais legitimidade à de- fesa da introdução das inova- ções em cardiologia no sistema de saúde do Brasil, que já está a pleno vapor. O mesmo com a qualidade assistencial, já que entendemos que as melhores condições de trabalho para o cardiologista estão diretamente ligadas ao benefício ao pacien- te. Por fim, será implementado um programa de compliance e transparência, tudo com rigor de uma gestão eficiente, com arti- culação e controle interno. Em linhas gerais, são novos tempos para a SBC. 5

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=