“A melhor maneira de não se sentir sem esperança é se levantar e fazer algo”
Barack Obama

2020, o ano que poderia não ter existido! Não obstante, o ano que irá nortear as próximas décadas.

Se pudéssemos balizar um conceito, uma atitude que a medicina usou com virtuosismo, o trabalho em equipe e a cooperação ocupariam lugar de destaque. A ciência em todo seu arsenal plural, quer seja física, química, ciências exatas e da saúde, uniu-se velozmente, em torno do objetivo único: desenvolver soluções para minimizar os efeitos devastadores da pandemia pelo coronavírus.

Nunca se compartilhou tanta informação sobre pesquisa clínica, estudos randomizados, fases de uma pesquisa clínica, placebo, eficácia, entre outros termos até então completamente desconhecidos para o público em geral. A cardiologia como especialidade clínica mostrou-se de extrema relevância também durante a pandemia pelo coronavírus, tanto no diagnóstico como tratamento do paciente crítico. A cardiologia do RN não se esgueirou à luta. O cardiologista por sua formação também invasiva, tem sido desde o início dessa pandemia um profissional bastante qualificado, pronto para assumir unidades de terapia intensiva, e cuidar integralmente do paciente vítima da COVID-19, assim como de suas complicações, entre as quais estão as cardíacas, que se mostraram tão comuns.

E mesmo diante de tantos desafios emocionais, físicos e científicos, a cardiologia ainda conseguiu criar e inovar. Nasceu no RN o Registro Brasileiro da Cardiologia Intervencionista -RBCI – para o qual tivemos a possibilidade de contribuir, juntamente com as cardiologistas Glaucia Moraes (RJ) e Viviana Lemke (Curitiba). Foram mais de 1300 pacientes incluídos, em 38 centros de pesquisa. Alguns hospitais privados, assim como públicos ou criaram os heart teams ou adaptaram para o modelo de reunião virtual. Protocolos de dor torácica foram aprimorados rapidamente para se adequar aos riscos e atendimentos dos portadores de COVID. Por essa capacidade de interprofissionalismo, tivemos o exemplo da cardiologista Silvia Costa, protagonizando a construção do protocolo de AVC, supervisionado por neurologistas. Também participamos, por intermédio de Antonio Spinelli, na construção de diretrizes como a da HAS 2020. No congresso virtual da SBC, Sylton Arruda participou apresentando trabalho científico. Gisele Correia, cardiopediatra, organizou um congresso virtual de cardiopediatria com mais de 30.000 inscritos. A Diretoria da SBC RN fazendo jus a essa capacidade polivalente da cardiologia, organizou sete eventos virtuais no formato de webinares, que foram fundamentais na revelação de vários novos talentos como palestrantes, quais sejam Ferdinand Saraiva, Antonio Amorin, Leandro Juliasse , Kênnyo Santos, Fábio Mastrocola, Cristiane Pita, Carla Suely de Paula, Lorena Marques, Júlio César, Fátima Azevedo, Creuza Goes, Epitácio Belém, Isabela Saciloto e Cesimar Severiano. Além disso, em julho de 2020, a SBC RN teve a honra de participar na organização do II Simpósio Mulheres do Coração, veiculado para mais de 2000 pessoas, contando com a participação de grandes nomes femininos da cardiologia mundial, como Nanette Wenger, Roxana Mehran, Dipti Itchhaporia, Athena Poppas e Margaret-Mary Wilson.

2021 inicia-se com o desafio da organização do 40 Congresso Norte Nordeste de Cardiologia, totalmente virtual para maio próximo. Certamente a cardiologia do RN não fugirá à luta. A colaboração e o trabalho em equipe serão as chaves mestras para fazermos um evento fantástico. E pensando assim, a cardiologia do RN decidiu não sentir-se sem esperança, mas levantou-se para sair dessa pandemia fortalecida! Maria Sanali Moura de Oliveira Paiva Pres. SBC RN CRM 2567

Voltar