O MUSEU DO CORAÇÃO E A SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA
De longa data esta sociedade tenta contar sua história!
Quem visita a nossa sede, no Rio de Janeiro, é recebido, logo à entrada, pela
galeria de ex-presidentes e com um modelo conservado de um antigo aparelho de
ECG.
Saudosismo? Divagações do arquiteto?
Não! Todos nós, indivíduos, grupos ou corporações, costumamos, sempre que
possível, nos reunir para relembrar nossas vivências em comum. E a isso chamamos
História!
E a história de nossa cardiologia é uma bela história! Aliás, não seríamos hoje
a cardiologia competente e respeitada que somos em todo mundo, não fosse pela
nossa história e, principalmente, pelos que a escreveram.
E nada mais apropriado que reunirmos todo acervo em um único local. Um lugar que
chamamos memorial, museu!
Mas essas palavras, e toda palavra assim o faz, encerram definições.
Museu: s.m. Lugar onde se reúnem e expõem obras de arte, coleções científicas,
objetos raros ou antigos, etc.; (fig) reunião de coisas várias; miscelânea. (do
lat. museu).
Mas será isto mesmo que queremos?
No Congresso de Cardiologia da SBC em Porto Alegre, fizemos uma pesquisa: quase
2 mil congressistas dos que responderam e lá estavam presentes, disseram que
concordavam, apoiavam a ideia e que gostariam de participar do projeto Museu do
Coração.
Desde o ano passado, esse projeto foi retomado pela nossa diretoria e
classificado como um projeto institucional da SBC. Isso é uma tarefa que deverá
se perpetuar pelas próximas gestões.
Entretanto, questões fundamentais ainda não estavam respondidas!
Onde será o local? Como será o financiamento? Qual será o público alvo? E o mais
importante: como será a sua sustentabilidade e manutenção?
Cada uma dessas questões já começa a ser definida.
Por condições históricas e administrativas, foi escolhido como local a cidade do
Rio de Janeiro. Principalmente, por nessa cidade, existirem inúmeros prédios
históricos tombados (talvez centenas), o que se faz fundamental para o nosso
objetivo, pois a transferência de um imóvel tombado, por qualquer uma das
estâncias administrativas à SBC, viabiliza o desenvolvimento do projeto, através
do financiamento por leis de incentivo fiscal.
Uma história como a nossa não deve ficar restrita apenas a um público de
cardiologistas. Ao contrário, pensamos que além de contar a história, poderíamos
também continuar a escrevê-la, bastando para isso que transformássemos esse
futuro espaço, ou museu, em um centro irradiador de qualidade de vida
cardiovascular, onde escolas, organizações e a sociedade poderiam participar, ao
lado de nosso acervo, de atividades orientadas ao desenvolvimento de um padrão
de vida saudável, adequado à prevenção da saúde cardiovascular de nosso povo. E,
dessa forma, estamos difundindo esse conceito a toda sociedade, nossos futuros
parceiros.
A sustentabilidade e a manutenção não poderiam nunca ser função única da SBC,
pois isso tornaria o projeto inviável, mas sim compartilhada e
co-responsabilizada por um conselho gestor que incorpore os vários segmentos da
sociedade, empresários, instituições e governos.
E, como corolário de nossas idéias, resolvemos instituir o Museu Itinerante!
Através dessa ação, enquanto não viabilizamos a sede fixa, vamos percorrer o
nosso país, em cada canto que se realizar um congresso nacional ou estadual, e,
além de contar um pouco da história da nossa cardiologia, iremos contar também
um pouco da história cardiológica daquela cidade, daquele estado! Assim foi em
Curitiba, em nosso último congresso, onde contabilizamos uma visitação de quase
4 mil pessoas entre escolas, associações e público em geral. E assim será em
Salvador, Bahia, no próximo congresso, ainda este ano, onde estaremos
homenageando a saga da Doença de Chagas no Brasil, através da comemoração dos
cem anos de sua descoberta pelo Dr. Carlos Chagas e contando um pouco do
pioneirismo e da excelência da cardiologia baiana.
Participe, apóie essa idéia!
Quem sabe um dia, orgulhosamente, você também não será a parte integrante dessa
história?
A história do Museu do Coração da Sociedade Brasileira de Cardiologia!
A nossa história!
Até Salvador! Oxalá tudo se realize!
Emilio Cesar Zilli
Coordenador do Museu do Coração
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