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Jornal SBC 109 | Agosto 2011 2

Também conversamos sobre o posicionamento do CFM e da Interfarma em defesa das boas práticas no relacionamento entre a indústria farmacêutica e a classe médica. No último ano, várias reuniões foram realizadas na SBC, coordenadas pelo presidente do Conselho Federal de Medicina, nosso colega Roberto D’Ávila, e os presidentes das principais indústrias farmacêuticas no Brasil. Houve convergências e divergências e, fnalmente, penso que chegaremos a um consenso sobre o que é ético e correto nessa relação.

Mas está chegando a época do Congresso Brasileiro, este ano em Porto Alegre. Teremos quase 50 convidados estrangeiros e os maiores nomes da cardiologia mundial estarão em Porto Alegre. Preparamos uma programação científca esmerada, que vai surpreender a todos os presentes, pelo seu nível e novidades. Toda a programação foi preparada de forma vertical, isto é, cada sala terá uma mesma função do primeiro ao último dia. Haverá uma sala que será usada todos os dias para simpósios com as Sociedades de língua inglesa (ACC, AHA, ESC). Em outra, estarão os simpósios de língua espanhola e Portugal (Sul-americana, Interamericana, Espanha, Portugal, Argentina). Haverá salas exclusivas para as Diretrizes em Debate, para trials, para os highlights, para perguntas rápidas e respostas curtas, para rodas vivas com os principais convidados estrangeiros, dentre outras atividades. Também procuramos concentrar os temas dos departamentos em mesma sala.

Para encerrar, gostaria de dizer que estamos muito felizes em recebê-los aqui no Rio Grande do Sul e que nos esforçaremos, ao máximo, tanto para que este seja um Congresso excelente, do ponto de vista científco, como para que fque na memória de todos como um lugar em que foram recebidos com carinho e atenção.

Colegas,

Uma Sociedade do porte da nossa exige uma participação política nas questões de saúde de nosso país. Exige também, a cada ano, crescimento científco, o que se revela, especialmente, por meio de nosso Congresso. Vamos tratar desses dois assuntos.

No último mês, tivemos em Brasília algumas importantes reuniões: com os titulares da Secretária de Atenção à Saúde (SAS), na presença do Secretário Helvécio Miranda Magalhães Júnior; com o ministro da Saúde, Dr. Alexandre Padilha; na Anvisa, com o presidente Dirceu Barbano; e no Conselho Federal de Medicina (CFM), com o presidente Roberto D’Ávila.

Em todas as reuniões encontramos pessoas motivadas, idealistas, comprofundo conhecimento dos problemas da saúde do nosso povo. O Brasil é o único país com mais de 100 milhões de pessoas que possui um sistema universal de saúde, o que, por si só, mostra a grandiosidade e a problemática da saúde no Brasil.

No âmbito do Ministério da Saúde, conseguimos alguns êxitos signifcativos, como a promessa de que serão disponibilizadas váriasdrogas importantesna redepública: o carvedilol, tão necessário ao tratamento dos pacientes com ICC, a tecnecteplase nas Upas e Samus, e o clopidogrel pós-implante de stents. Também estabelecemos parcerias emprogramas de treinamento de urgência e ressuscitação para a rede pública. Discutimos a importância dos registros e nossas difculdades em fnanciá-los, e é muito possível que o governo vá nos dar uma substancial ajuda emnosso programa de “Registros”, tão importante e tão oneroso para nós. Outro aspecto abordado foi o acompanhamento de pacientes infartados e com insufciência cardíaca, pós-alta hospitalar. Esses pacientes terão ambulatórios especializados na rede pública.

Acredito que, se tudo isso for posto em prática, vamos diminuir um pouquinho nossos péssimos índices de mortalidade nas síndromes coronarianas agudas e nossos terríveis índicesdehospitalizaçãopor insufciênciacardíaca. No Conselho Federal de Medicina, acertamos o modelo para os estágios em cardiologia em subespecialidades, que vamos abrir nos hospitais brasileiros para colegas de língua portuguesa, oriundos de Portugal e da África, e para os colegas da América do Sul.

Jorge Ilha Guimarães | Presidente da SBC - Biênio 2010-2011

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