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« Previous Page Table of Contents Next Page »Jornal SBC 111 | Outubro 2011 24
CARDIOLOGIA NA IMPRENSA
Drogas Ilícitas e o coração
Voltamos ao velho assunto, depois da morte de artistas que são ou foram usuários de drogas ilícitas de toda ordem. Essa abordagem tem importância porque o cardiologista conhece apenas superfcialmente alguns dos efeitos cardiovasculares das drogas ilícitas mais usadas na atualidade. O Dr. Rui Fernando Ramos, chefe da UCo do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, doutor em Medicina (FMUSP) muito tem se interessado pelo assunto e nos traz sua experiência.
“A cocaína é extraída das folhas do arbusto da coca (Erythroxylon coca) e consumida por cerca de 14 milhões de pessoas em todo o mundo, com idades entre 15 e 64 anos. Os tabagistas e os usuários de álcool são 10 vezes mais propensos a consumir cocaína. Seus efeitos ocorremdevidoaobloqueioda recaptaçãopré-sináptica dos neurotransmissores (dopamina, noradrenalina e serotonina) nos sistemas nervoso central e periférico e ao bloqueio da membrana dos canais de sódio. Esta última ação responde por seu efeito anestésico local e pode contribuir para a presença de arritmias cardíacas.
A cocaína é prontamente absorvida pela mucosa do nariz, da boca e dos tratos geniturinário, gastrintestinal e respiratório. Seus metabólitos aparecem no sangue, urina, cabelo, suor, saliva e leite materno. Análise desses tecidos e fuidos podem ser utilizadas para detecção da droga.
O uso crônico da cocaína, por qualquer via de administração, está associado a maior risco de infecção, hepatite viral e Aids. Sintomas cardiovasculares (CV), particularmente dor torácica, são frequentes entre os usuários de cocaína que procuram os serviços de emergência. Em tais pacientes, síndrome coronariana aguda, arritmias, miocardite, dissecção e ruptura aórtica, vasculite e aneurisma de artéria coronária devem ser sempre considerados. O uso da cocaína é responsável por cerca de um quarto dos ataques cardíacos não fatais em pessoas com idade inferior a 45 anos. As
Responsável Nabil Ghorayeb ghorayeb@cardiol.br www.cardioesporte.com.br
ações simpaticomiméticas, como o aumento de FC, PA sistêmica e vasoconstricção coronariana, são mediadas pela estimulação alfa e beta-adrenérgica e resultam no aumento no consumo de O2 pelo miocárdio. Outros efeitos CV da cocaína incluem a formação de trombos, via ativação da agregação plaquetária, potencialização da produção de tromboxano, arritmias e vaso espasmo, podendo levar ao IAM, mesmo em pessoas jovens, sem aterosclerose.
Em diferentes séries, aproximadamente dois terços dos infartos ocorreram em até três horas após o consumo de cocaína, variando de um minuto a quatro dias, e aproximadamente 25% ocorreram no prazo de 60 minutos. A miocardite é um achado comum na autópsia de usuários de cocaína. O mecanismo mais provável é a reação de hipersensibilidade levando a vasculite e miocardite induzida pela toxicidade das catecolaminas. Embora potencialmente fatal, a miocardite pode ser totalmente reversível, se for identifcada no início do processo da doença. A cardiomiopatia dilatada também tem sido documentada entre usuários de cocaína, provavelmente resultado dos efeitos tóxicos diretos sobre o coração, que levam a destruição de miofbrilas, fbrose intersticial, dilatação domiocárdio e insufciência cardíaca. O estado hiperadrenérgico cocaína-induzido pode produzir necrose no coração e outras mudanças estruturais.
Arritmias e distúrbios da condução são raramente vistos em pacientes que abusam de cocaína. O potencial arritmogênico é mal compreendido, mas por causa de seu perfl farmacológico e capacidade de induzir um estado hiperadrenérgico, é provável que a droga possa produzir ou exacerbar arritmias e distúrbios da condução sob certas circunstâncias. Dentre as alterações que têm sido associadas ao consumo de cocaína estão a taquicardia sinusal e bradicardia, bloqueio de ramo, morte súbita (fbrilação ventricular ou assistolia), taquicardia ventricular e ritmo acelerado idioventricular, bloqueio cardíaco ou torsades de pointe. O abuso de cocaína pode produzir uma variedade de outras complicações cardíacas, incluindo HVE, endocardite infecciosa entre os usuários intravenosos, isquemia mesentérica e aceleração da aterosclerose.
CARDIONAUTAS
O que é o LinkedIn
LinkedIn é uma rede social voltada para fns profssionais que está crescendo exponencialmente. Esse site, cujo endereço é o www. l i nked i n . com. b r , foi criado especialmente para relacionamentos profssionais. Ele tem funções que auxiliam o usuário a encontrar um emprego, descobrir malas-diretas, entrar em contato com possíveis parceiros de negócios etc... O perfl do LinkedIn assemelha-se a um currículo profssional.
Responsável Augusto Uchida augustohiroshi@cardiol.br
O LinkedIn é útil quando você tem uma tarefa específca como procurar um emprego ou buscar conselhos de pessoas da sua área. O recurso LinkedIn Answers (Respostas do LinkedIn) pode ser um meio efcaz para que você estruture um fórum especializado para compartilhar experiências e esclarecer dúvidas. É interessante o recurso de classifcação dos usuários desse recurso. Você pode ser classifcado no LinkedIn Respostas como um especialista em algum assunto. Os usuários que recebem esse título de especialista são os quemais esclarecemas dúvidas dos outros participantes da rede.
O site é gratuito, mas oferece recursos avançados para
A metanfetamina – outra droga – é rapidamente absorvida após a administração oral, pulmonar, nasal, intramuscular, intravenosa, retal e vaginal. Embora a metanfetamina tenha uma meia-vida plasmática de 12 a 34 horas, a duração do seu efeito comumente persiste por mais de 24 horas. Seus efeitos CV são a taqui sinusal e HA, comuns em pacientes intoxicados, commecanismo fsiopatológico semelhante ao da cocaína. A isquemia miocárdica com IAM e MCP foram identifcadas em usuários agudos e crônicos. Entre pacientes que se apresentaram na emergência com queixa de dor no peito após uso de metanfetamina, 25% apresentavam evidência de síndrome coronariana aguda. O colapso CV nesses pacientes não é incomum e ocorre por combinação de exaustão de neurotransmissor, acidose metabólica e desidratação. Pacientes colocados em restrições físicas podem sofrer parada cardíaca súbita por uma combinação de desidratação, esgotamento de neurotransmissores adrenérgicos e acidose metabólica.
Finalmente, a maconha causa alterações principalmente cerebrais. Pode representar um risco CV em idosos com DAC ou doença vascular cerebral, por causa do aumento das catecolaminas, dos níveis de carboxi-hemoglobina, aumento do trabalho cardíaco, e eventuais episódios de hipotensão postural intensa. A maconha raramente está associada ao IAM.
Devemos lembrar que os usuários de droga consomem muitas vezes uma associação de drogas lícitas e ilícitas, pontencializando os seus efeitos maléfcos”.
assinantes, como visualização de estatísticas detalhadas dos usuários que visitam o seu perfl.
Enfm, o LinkedIn é uma mídia social que tem o potencial de ir além de um passatempo divertido, pois ele efetivamente transforma uma rede de amigos em conexões profssionais.
O cardiologista conhece apenas superfcialmente alguns dos efeitos cardiovasculares das drogas ilícitas mais usadas
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