Page 8 - 117-Abr_2012

Basic HTML Version

Jornal SBC 117 | Abril 2012
8
SBC começa a viabilizar com o CONASS
Dias Temáticos nas Unidades do SUS
O diretor de Promoção de Saúde Cardiovascular, Carlos
Alberto Machado, reuniu-se no final de fevereiro com a
assessora técnica do Conselho Nacional de Secretários
Estaduais de Saúde – CONASS, em Brasília. O encontro
foi para acertar detalhes sobre um dos mais ambiciosos
projetos da presidência da SBC, que é levar os Dias
Temáticos sobre hipertensão, colesterol, diabetes e
tabagismo, para dentro das 63.000 Unidades Básicas de
Saúde em todo o Brasil.
“A proposta é uma bandeira do presidente Jadelson”,
explica Carlos Alberto, que pretende tanto valorizar
a missão do médico que trabalha na ponta do
atendimento, juntoàcomunidade, comoprincipalmente
evitar que o paciente evolua para uma situação em que
terá necessariamente que ser atendido num Pronto
Socorro ou hospital. “O caminho para isso é a prevenção”,
insiste Carlos Alberto, e nada melhor do que se valer do
SUS, que atende a 75% da população brasileira.
A Diretoria da SBC reconhece que o programa é de
difícil execução, pois pressupõe uma mudança no
sistema de atendimento. Do ponto de vista da Saúde
Pública, porém, faz muito mais sentido atender o
paciente hipertenso quando a doença ainda não
provoca crises de hipertensão, educá-lo para que não
abandone o tratamento, como tantas vezes acontece
e acompanhá-lo na UBS. “É melhor do que esperar
que haja uma crise, para que então seja encaminhado
a um hospital que resolverá o problema imediato,
mas não fará o acompanhamento a longo prazo”.
O Ministério da Saúde está sensibilizado com a
proposta, mas será necessário um grande esforço
para chegar aos médicos do atendimento básico.
Será necessário criar um sistema de interatividade
na Internet, para que possam tirar suas dúvidas e o
sistema passe a fazer a prevenção junto à população
de risco que mora em torno de cada unidade e
o devido tratamento e promoção de vida mais
saudável.
“Vamos convencer o médico que atua na ponta que
ele pode efetivamente atuar para que os moradores
da comunidade em que estão inseridos não tenham
infarto e não venham a ser vítimas de um derrame”,
conclui Carlos Alberto. O diretor da SBC sentiu a
empatia que a proposta causou junto à representante
do CONASS, Eliana Dourado. Foi também enviada
correspondências a todos os Presidentes de Conselho
de Secretários Municipais de Saúde – COSEMS dos
estados sobre o projeto. Essa proposta se soma a outra,
do ministro dos Esportes, que quer usar a Copa para
que a SBC difunda, juntamente com o Ministério, um
Em vez das atividades pontuais, nas praças públicas, o objetivo é levar as ações às 63.000 Unidades
Básicas de Saúde do país.
programa de vida saudável e atinja toda a população.
Esse outro projeto é desenvolvido pelo DERC e que
também tem como foco principal a prevenção das
doenças cardíacas.
DIRETORIA
Carta das entidades dá força à Anvisa,
que proíbe aditivos no cigarro
Em decisão unânime, tomada em 13 de março, a
Anvisa proibiu o uso de aditivos de sabor nos cigarros
brasileiros e naqueles que são importados, mas não
vetou o uso de açúcar na mistura do tabaco. A medida,
à qual os produtores têm 18 meses para se adaptar,
foi adotada depois de grande demora. O
lobby
dos
fabricantes tentou jogar a decisão para a Casa Civil, mas
perdeu a batalha para as mais importantes entidades
federativas e sociedades de especialidades, entre as
quais a SBC, que assinaram carta aberta ao presidente
da Anvisa, Dirceu Barbano, pressionando por uma
decisão imediata.
A posição da Anvisa é importante porque afeta a
indústria do tabaco justamente na principal arma que
usa para conquistar novos fumantes entre a população
mais jovem, os sabores de cravo, menta e outros aditivos
que mascaram o sabor amargo do tabaco, contribuindo
de forma decisiva para a criação do vício.
Paraocoordenador doComitêdeControledeTabagismo
da SBC, Márcio Gonçalves de Souza, que esteve em
Brasília para acompanhar a votação, a proibição do uso
dos aditivos era questão de honra para o Brasil. O país é
líder na redução do número dos fumantes e um dos 177
países signatários da “Convenção Quadro”, que define as
linhas de atuação para a redução do tabagismo.
A Carta das entidades federativas e sociedades
de especialidades leva a assinatura do presidente
Jadelson Andrade e do diretor de Promoção de Saúde
Cardiovascular da SBC Carlos Alberto Machado. O
documento tem ainda assinaturas dos representantes
do Conselho Federal de Medicina, da Associação
Médica Brasileira, dos seus órgãos regionais e também
da Federação Nacional dos Médicos, Academia Nacional
de Medicina, Sociedade Brasileira de Pneumologia e
Tisiologia, Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica,
Sociedade Brasileira de Pediatria e Associação Brasileira
de Estudos do Álcool e outras Drogas.
Os signatários relembram, na carta, as consultas públicas
que deixaram clara a posição da sociedade brasileira
contra o tabagismo, e ressaltam que as entidades
A proibição veda produtos cujo sabor é usado para conquistar os jovens para o tabagismo.
Márcio Gonçalves de Souza ao lado do presidente
do Comitê de Tabagismo da Sociedade Brasileira de
Pneumologia e Tisiologia, Alberto Araújo, em uma das
audiências públicas em Brasília
Foto: Arquivo Pessoal / Márcio Gonçalves de Souza
médicas têm atuado ao longo de décadas em defesa da
saúde pública, “particularmente no combate à principal
causa de mais de 50 doenças evitáveis, o tabagismo”.
Carlos Alberto Machado reuniu-se com representante
do CONASS para acertar detalhes do projeto de Dias
Temáticos, que levará prevenção a diversos pontos
do Brasil.
Foto:
Divulgação SBC
PREVENÇÃO