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Jornal SBC 117 | Abril 2012
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José Xavier de Melo Filho
Diretor de Qualidade
Assistencial da SBC
josexavier@cardiol.br
O perfil de especialidades
DEFESA PROFISSIONAL
O censo brasileiro demédicos
especialistas e generalistas
apresentado pelo Conselho
Federal de Medicina (CFM)
foi um estudo recentemente
apresentado com dados
interessantes
que
não
eram do conhecimento da
comunidade médica.
Para
efeito
de
estudo,
especialista é o médico que
possui título oficial em uma
das 52 especialidades médicas reconhecidas no Brasil.
Generalista é todo aquele que não possui título formal de
especialista.
Os pediatras estãono topodo
ranking
brasileirononúmero
de médicos especialistas, reunindo 27.232 profissionais,
seguidos por ginecologia e obstetrícia, anestesiologia,
cirurgia geral, clínica médica, ortopedia e traumatologia,
oftalmologia, medicina do trabalho e cardiologia. Nossa
especialidade conta com 8.708 médicos inscritos no
CFM (4,54% dos especialistas do Brasil), mostrando uma
defasagem quando confrontada com os números da SBC.
Fato esse que ocorre por desconhecimento, por parte dos
colegas, da necessidade de apresentar o diploma do título
de especialista nos conselhos regionais.
O Brasil conta com aproximadamente 55% de médicos
especialistas e 45%degeneralistas. Os dados apresentados
pelo CFM mostram que há um direcionamento à
especialização e a serviços médicos especializados em
razão dos avanços tecnológicos, mudança do perfil de
morbimortalidade da população e pelo fato de termos
um sistema público-privado fragmentado, que busca
responder à saúde coletiva e ao mesmo tempo atender
demandas espontâneas de pacientes e interesses
particulares de prestadoras e segmentos empresariais.
Alémdisso, a remuneração não é homogênea, tanto entre
generalistas e especialistas como entre as especialidades.
A Região Sul tem a maior concentração de especialistas
do país – 1,95 para cada generalista. A Norte (com 0,83%)
e a Nordeste (com 0,96%) ocupam posição oposta,
com mais generalistas. A Região Centro-Oeste tem 1,66
especialista para cada generalista. A Sudeste aparece
abaixo da média nacional – 1,66 especialista para cada
generalista.
Documento vai auxiliar na interpretação do
eletrocardiograma de atleta
Vinte e cinco especialistas em Cardiologia do Exercício e
do Esporte estiveram reunidos em Seattle, nos Estados
Unidos, nos dias 13 e 14 de fevereiro, em um evento
promovido pela Sociedade Americana de Medicina
Esportiva, pela Sociedade Europeia de Cardiologia e
pela FIFA.
Único médico da América Latina a fazer parte deste
encontro, o cardiologista e médico do esporte, Ricardo
Stein, se uniu a um seleto grupo que iniciou o trabalho de
escrever um documento internacional que servirá para
auxiliar na interpretação do eletrocardiograma de atletas.
Esse material será uma espécie de tutorial para
ajudar médicos do mundo todo a avaliar alterações
eletrocardiográficas que sugiram a existência de alguma
doença capaz de ocasionar morte súbita e estará
disponível como ferramenta online.
O convite para Ricardo Stein participar do evento foi
feito pelo professor Jonathan Drezner, da Universidade
de Washington. Participaram do encontro Domenico
Corrado, Victor Froelicher, Sanjay Sharma, Hein
Heidbuchel, Euan Ashley, Mats Borjesson, Michel
Ackerman, Aaron Baguish, entre outros.
Ricardo Stein conta que a SBC e o Departamento de
Ergometria, Exercício e Reabilitação Cardiovascular –
DERC foram destacados pela sua inserção no cenário
cardiológico internacional.
Encontro nos EUA reuniu especialistas internacionais que se dedicam à prevenção da morte súbita em atletas.
Ricardo Stein, no centro da foto de camisa branca.
PREVENÇÃO
Foto: Ashwin Rao