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Jornal SBC 121 | Agosto 2012
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Emdefesa da saúde dos cidadãos e da qualidade do
exercíciodamedicina noBrasil
As
entidades
médicas
brasileiras lideradas pela
Associação Médica Brasileira
(AMB), com o apoio das
sociedades de especialidades
médicas, vêm a público
posicionar-se radicalmente
contrários à intenção do
Ministério da Educação (MEC)
de criar mais 2.415 novas
vagas em cursos médicos
já existentes e em outros a
serem criados desde agora
até 2014.
Mais uma vez, o governo federal busca arremedos na
tentativade solucionar problemaque searrastahádécadas
no sistema de saúde, talvez por sua própria carência
técnica, política e gerencial: a má distribuição de médicos
no território nacional. Segundo o ministro da Educação,
a expansão de vagas é premissa para a interiorização de
profissionais e a assistência em áreas remotas, de difícil
acesso. Diz o MEC que o Brasil carece de falta de médicos,
se comparado a outros países.
Tal argumentação denota conhecimento insuficiente de
gestão em saúde. Não existe número mágico na relação
médicos-habitantes, a ser aplicado igualmente a todas as
naçõesepovos.Essaproporçãodevelevaremconsideração
fatores distintos, como dados epidemiológicos, do sistema
de saúde, aspectos socioeconômicos, perfil populacional,
políticas de Estado, entre outros.
No Brasil, o problema não é de quantidade, mas de
qualidade e da inexistência de políticas públicas
estimuladoras à adequada distribuição geográfica dos
médicos. Temos 371 mil profissionais, média de 1,95 por
mil habitantes, bemsuperior àmédiamundial – 1,4 por mil
habitantes.
Exemplos da proporção médico por 1.000 habitantes:
Distrito Federal (4,02), Rio de Janeiro (3,57), São Paulo
(2,58) ostentam índices semelhantes ao bloco do chamado
PrimeiroMundo, na comparação doministro da Educação.
Entretanto, em todos eles ainda faltam profissionais nas
periferias e são inúmeras as mazelas na saúde.
De dez anos para cá, duplicaram as escolas médicas;
passamos de 100 para 196. Formamos hoje cerca de
18 mil médicos ao ano, mas boa parte sem capacitação
adequada, pois as políticas de governo visam somente
quantidade; a qualidade não tem preocupado essas
autoridades.
Levantamento realizado ao longo de dois anos,
pela Secretaria de Ensino Superior do Ministério
DEFESA PROFISSIONAL
José Xavier de Melo Filho
Diretor de Qualidade
Assistencial da SBC
josexavier@cardiol.br
da Educação (sob a supervisão do ex-ministro
Adib Jatene), demonstrou claramente que parte
significativa das escolas de medicina existentes não
possui condições de oferecer a capacitação necessária
aos alunos.
Em vez disso, recorre-se a estratagemas que apenas
colocam em risco a saúde e a vida dos cidadãos.
Agora mesmo, além da condenável ideia de criar
novas vagas em cursos medicina, o governo ameaça
abrir as fronteiras do país a profissionais formados no
exterior sem exigir, por meio de exame rigoroso para
revalidação de diploma, a comprovação de que estão
de fato aptos a exercer a medicina no Brasil.
A saúde e a vida dos brasileiros corre risco iminente,
dessa forma. Assim, as Associações Médicas cumprem
sua missão ao denunciar o perigo e chamar atenção
de mídia e população.
Caso o governo insista em tais propostas, embasado
em convicções próprias, estamos prontos para um
debate público, para o qual convidamos os ministros
da Educação e da Saúde.
Não nos furtaremos emmomento algum em defender
a medicina, e especialmente nossos pacientes, motivo
maior do nosso trabalho.
REGIÃO SERRANA
REGIÃO
NORTE-NOROESTE
REGIÃO LESTE
REGIÃO DOS LAGOS
BAIXADA
REGIÃO SUL
18
a
20
de Outubro de 2012
Hotel Atlântico Búzios Convention & Resort.
Armação dos Búzios – Rio de Janeiro
INSCRIÇÕES ABERTAS!
Para maiores informações acesse o site
www.congressofluminense.socerj.org.br
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