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Jornal SBC 125 | Dezembro 2012
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atenção às doenças cardiovasculares, foi realizado
nos dois dias que antecederam ao congresso Brasil
Prevent, o curso de qualificação para mil profissionais
de saúde pública, em um convênio firmado entre
a SBC e a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de
Janeiro, e que teve a coordenação de Glaucia Moraes,
coordenadora de novos projetos da SBC e presidente
da SOCERJ.
Caminhada
O Congresso foi finalizado no domingo pela manhã
com a caminhada “Eu Cuido do Meu Coração”
,
promovida pela SBC na praia de Copacabana, que
reuniu cerca de sete mil pessoas e que foi encerrada
em uma tenda armada no parque Garota de Ipanema
no Arpoador, onde foram distribuídos materiais,
medalhas, botons e folhetos informativos acerca
fatores de risco para doenças cardiovasculares. Em
local reservado da tenda foram medidos pressão
arterial, peso e altura e colhido dados acerca da
presença dos fatores de risco e no período da
tarde foi realizado o Treinamento Emergências
Cardiovasculares, TECA B
,
para cerca de cem inscritos.
Veja a cobertura completa da caminhada “Eu Cuido
do Meu Coração” na página 13.
Balanço
No entendimento do presidente Jadelson Andrade,
“a SBC se superou na estruturação, organização e
implementação de um congresso que se repaginou
inteiramente, ganhou contexto e notoriedade
internacional e inscreveu definitivamente o nome
da Cardiologia Brasileira no calendário da Prevenção
Cardiovascular Mundial”. Isso ficou muito claro pelo
interesse que despertou na imprensa nacional e
internacional e pelas manifestações recebidas após o
eventodos presidentes das sociedades internacionais,
incluindo convites ao presidente da SBC para indicar
nomes de cardiologistas brasileiros para participar
dos
boards
científicos de suas sociedades e como
speakers
internacionais em prevenção cardiovascular
e ainda solicitações para que a
Carta do Rio
seja
apresentada nesses foros privilegiados. O diretor
científico da SBC, Luiz Alberto Piva e Mattos, salientou
o fato raro dos presidentes das mais importantes
sociedades de cardiologia do mundo “se reunirem
presencialmente para preparar a
Carta do Rio
” e foi
complementado pelo ex-presidente da SBC, Antônio
Felipe Simão, que de forma emocionada relembrou,
como há três anos, começou a desenhar o evento que
agora chegava à maturidade e se internacionalizava
de forma definitiva.
DIRETORIA
Carta do Rio
propõe estratégia mundial para
redução de mortes por doenças do coração
Lideradas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia,
as mais importantes sociedades de cardiologia
do mundo divulgaram a
Carta do Rio de Janeiro
,
um documento de cinco páginas que estabelece
as estratégias das campanhas de prevenção das
doenças cardiovasculares no Brasil, na América
Latina e em todo o mundo, cujo objetivo é reduzir
em 25% a mortalidade até 2025.
Elaborada e assinada pelos presidentes das
Sociedade Brasileira de Cardiologia, Jadelson
Andrade; American Heart Association, Donna
Arnett; European Society of Cardiology, Fausto
Pinto; World Heart Federation, Sidney Smith;
e Sociedad Interamericana de Cardiología,
Daniel Piñero, o documento inédito no mundo
estabelece recomendações para reduzir a
prevalência dos fatores de risco cardiovascular na
população, e dessa forma modificar o atual per fil
epidemiológico dessas doenças, responsável por
cerca de 17 milhões de mortes por ano no mundo, e
315 mil mortes por ano no Brasil, correspondendo
a 30% do total de mortes dentre todas as causas
de morte relacionadas.
O objetivo é reduzir em 10% a prevalência do
sedentarismo nos adultos acima de 18 anos; 25% de
redução na prevalência da pressão alta, entendida
como maior que 14 por 9 mmHG; limitar a ingestão
de sal a menos de 5 gramas diárias, o correspondente
a 2.000 mg de sódio; redução da prevalência do
tabagismo em 30%; diminuir a ingestão de gorduras
saturadas em 15%; sustar o aumento dos níveis de
obesidade; reduzir em 10% o consumo excessivo de
álcool; reduzir em 20% o nível de colesterol total na
população; disponibilizar medicamentos para 50%
da população para a qual são recomendadas drogas
para prevenir ataques cardíacos e AVC (derrames), e
disponibilizar medicamentos para pelo menos 80%
da população que necessite da sua utilização.
A proposta das sociedades de Cardiologia está de
acordo com as recentes deliberações da Organização
Mundial da Saúde, que recentemente anunciou que
a cada ano estão morrendo 17,5 milhões de pessoas
pelo que define como “doenças não transmissivas
crônicas degenerativas”, as principais das quais
são o infarto, os acidentes vasculares cerebrais e
arritmias. Ainda segundo a OMS, essas doenças
fazem que grande número de pessoas venha a
falecer com menos de 60 anos, quando mesmo em
muitos países em desenvolvimento, incluindo o
Brasil, a expectativa de vida é em torno de 76 anos.
“A Sociedade Brasileira de Cardiologia está
animada ao estabelecer esta parceria com as
mais importantes sociedades de cardiologia do
mundo e desta forma ser agentes de mudança no
nosso país para incentivar as pessoas a fazer as
escolhas inteligentes que irão ajudá-las a proteger
sua saúde”, afirma o presidente da SBC, Jadelson
Andrade. “Dada a vontade política global que existe
para tratar de doenças crônicas, acreditamos que
temos uma oportunidade sem precedentes para
sensibilizar e agir em nossa missão conjunta para
tratar doenças do coração”, finaliza Jadelson.
Fotos:
Divulgação SBC
Reunião de trabalho do Comitê de Elaboração da
Carta do Rio de Janeiro
Jadelson Andrade, Presidente da Sociedade Brasileira
de Cardiologia, entrega
Carta do Rio
ao Ministro da
Saúde Alexandre Padilha
O documento de cinco páginas tem por objetivo reduzir em 25% a mortalidade até 2025