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Jornal SBC 120 | Julho 2012
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ESQUINA CIENTÍFICA
Luís Beck da Silva |Co-editor
luisbeckdasilva@gmail.com
Aterosclerose
Estatina em pacientes com baixo risco de doença
vascular
Não é novidade que as estatinas reduzem eventos
vasculares. A meta-análise realizada pelo Cholesterol
Treatment Trialists (CTT) Collaboration mostrou
queda de 20% de eventos vasculares maiores a
cada redução de 1 mmol/L do LDL(1). Na edição de
maio de 2012 do
Lancet
, foi publicada nova análise
do CTT (2) que avaliou a redução dos eventos
vasculares segundo o risco basal dos participantes.
Os resultados mostraram que a redução do LDL com
estatina reduziu significativamente o risco de eventos
vasculares maiores
mesmo em indivíduos de baixo
risco (<10% em 5 anos)
, com redução absoluta de
11 eventos a cada 1.000 indivíduos tratados em cinco
anos. Esse estudo reforça a necessidade de uma
reanálise das diretrizes vigentes quanto ao uso das
estatinas.
Fonte
:
Lancet
.
Referência
: 1) Efficacy and safety of more intensive
lowering of LDL cholesterol: a meta-analysis of data
from 170000 participants in 26 randomised trials.
Lancet 2010; 376: 1670-81. 2) The effects of lowering
LDL cholesterol with statin therapy in people at low
risk of vascular disease: meta-analysis of individual data
from 27 randomised trials. Lancet 2012
Viviane Zorzanelli Rocha
Diretora Adjunta Administrativa do Departamento de
Aterosclerose
Cardiologia damulher
Características clínicas e hormonais de longo prazo
pós-menopausa comTakotsubo
A grande maioria das mulheres com Takotsubo (TK)
sofre dessa entidade no período pós-menopausa,
hipotetizando que o miocárdio estonteado seria
provocado por deficiência estrogênica. Foram avaliados
três grupos na pós-menopausa, sendo 17 com TK,
16 com IAM e 15 controle com coronárias normais.
Feito seguimento hormonal e ecocardiográfico no
internamento, 1mês e 6,4 anos. Verificou-se elevação do
estrogênio na admissão no grupoTK, comparados a IAM
e controle. Após 6,4 anos esses níveis estavammenores.
Levantou-se a hipótese de que o estrogênio agiria como
efeito ateroprotetor ante o estresse, direcionando para
TK emvez de IAM. Tardiamente, houve duas recorrências
de TK e uma MS após 6,4 anos, inferindo maior risco de
longo prazo dessa enfermidade.
Fonte
:
Clinical Cardiology
.
Referência
:
Clin.Cardiol
(in press) accepted with revision:
Feb 27, 2012.
Orlando Otávio de Medeiros
Presidente do Departamento de Cardiologia da Mulher
Insuficiência Cardíaca
Varfarina na insuficiência cardíaca com ritmo
sinusal
Qual o melhor antitrombótico para pacientes com
Insuficiência Cardíaca (IC) e ritmo sinusal? O ensaio
clínico Warcef randomizou 2.305 pacientes com IC
por disfunção sistólica e ritmo sinusal para receberem
aspirina (325 mg/dia) ou varfarina (INR alvo: 2,0-3,5).
O desfecho primário, um composto de Acidente
Vascular Cerebral (AVC) isquêmico ou hemorrágico
ou morte total foi semelhante nos dois grupos (HR
Varfarina, 0,93; IC95%, 0,79 a 1,10; P = 0,40). Houve
uma redução do risco de AVC isquêmico no grupo da
varfarina que foi compensada por um aumento de
risco de sangramento maior. O estudo é criticado pelo
fato de não incluir um grupo placebo, pois compara
duas estratégias não indicadas em pacientes com IC e
ritmo sinusal, se não isquêmicos.
Fonte
:
New England Journal of Medicine
.
Referência
: Homma S, Thompson JLP, Pullicino PM, et
al.
N Engl J Med
2012; 366(20):1859-69.
Luís Beck da Silva
Diretor Administrativo do Departamento de
Insuficiência Cardíaca – DEIC/SBC