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Jornal SBC 123 | Outubro 2012
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DIRETORIA
O edi tor da Di retr iz de Per ioperatór io, professor
Bruno Caramel l i , informou à Di retor ia da SBC
que a Agency for Heal thcare Research and
Qual i ty, do governo nor te -amer icano, registrou
quase dez mi l acessos ao documento, que é a
única Di retr iz brasi lei ra inscr i ta na Agência,
mais conhecida como NGC. A maior ia dos
acessos e também das consul tas encaminhadas
aos autores do trabalho diz respei to às medidas
recomendadas para reduzi r o r isco cardíaco
numa intervenção ci rúrgica.
A Di retr iz, que está em sua segunda versão, foi
preparada por uma equipe de médicos de diversas
sociedades de especial idades, pois, além dos
cardiologistas, par t iciparam representantes dos
anestesistas, endocr inologistas, hematologistas,
nefrologistas
e
pneumologistas,
sob
a
coordenação de quatro cardiologistas do Grupo
de Aval iação Per ioperatór ia da SBC (Gapo) .
Nova postura
Caramel l i , que é professor da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo e ex-
presidente do Gapo, expl ica que em anos
recentes corpor i f icou-se uma nova postura
mundial em relação aos r iscos cardíacos durante
uma ci rurgia.
Diretriz Brasileira no
National Guideline
ClearingHouse
já registrou dez mil acessos
A segunda versão do documento já está sendo elaborada por uma equipe
de profissionais de várias especialidades
“Anter iormente a tendência dos ci rurgiões era
não operar o idoso, devido ao r i sco de problemas
cardíacos”, diz ele. Mas com o envelhecimento
da população mundial e o crescimento do
número de ci rurgias, três mi lhões por ano
no Bras i l e 240 mi lhões no mundo intei ro,
tornou-se necessár ia a aval iação do paciente
a ser operado. O objet ivo é minimizar as
compl icações poss ívei s, das quai s as mai s
temidas são as cardíacas, a saber, o infar to, o
edema agudo de pulmões, o der rame cerebral ,
a ar r i tmia e, é claro, a mor te.
Nos congressos
Esta nova preocupação está patente nos
recentes congressos da Socesp e da SBC,
expl ica Caramel l i . “O tema tem sido debat ido,
caracter izando-se um novo nicho de atuação
do cardiologista, a quem cabe aval iar o r isco,
recomendar as at i tudes para reduzi - lo. Chegam a
inclui r a recomendação de postergar a operação,
enquanto se faz o tratamento necessár io e, em
casos extremos, o cancelamento da ci rurgia”.
A Di retr iz, cuja pr imei ra versão é de 2007,
especi f ica
os
exames
necessár ios
para
a
aval iação,
normat izando
a
escolha,
anter iormente aleatór ia, informa Caramel l i .
Além di sto, a Di retr iz recomenda estratégias
de tratamento para reduzi r o r i sco de
compl icações, que será entregue a toda equipe
médica, incluindo ci rurgiões, anestes i stas e o
própr io paciente.
Diretriz para o mundo
O documento foi mui to bem acei to no Brasi l
pelas vár ias especial idades médicas, tanto que,
além da publ icação no por tal www.cardiol .
br, foi divulgado nos
Arquivos Brasi lei ros de
Cardiologia
e nos si tes das demais sociedades
médicas. “O impor tante é que se tornou a única
Di retr iz Brasi lei ra publ icada pela Agency for
Heal thcare Research and Qual i ty, que agora
informa o grande índice de consul tas fei tos
pelos ci rurgiões do mundo intei ro”.
O presidente da Sociedade Brasi lei ra de
Cardiologia, Jadelson Andrade, disse que o
registro de uma Di retr iz brasi lei ra na
Nat ional
Guidel ine Clear ingHouse
atesta “a qual idade do
trabalho, que é fruto da condução cr i ter iosa
da equipe comandada pelo professor Bruno
Caramel l i ”. Para ele, “a Cardiologia brasi lei ra
marca tentos na sua projeção internacional ,
sempre que ações como esta são real izadas e
tem uma repercussão posi t iva no exter ior ”.
(Da esq.) Eduardo Nagib Gaui, Antonio Carlos
Palandri Chagas, David Holmes, Luiz Alberto Mattos,
William Zoghbi e Jadelson Andrade.
Foto:
Divulgação SBC
SBC e ACC assinam convênio que trará ao Brasil
curso do professor Fuster
A edição agora será anual e poderá receber especialistas brasileiros e de toda América do Sul
O curso intensivo de Cardiologia do professor Valentin
Fuster, que se realiza há 40 anos em Nova York, será
também organizado em São Paulo no ano que vem. O
eventoteráumpúblicointegradonãosóporcardiologistas
brasileiros, como por especialistas de todo o cone sul do
continente, que aproveitarão a oportunidade para uma
“imersão total nas novas fronteiras de conhecimento”.
A informação é do diretor científico da SBC, Luiz Alberto
Mattos, que participou, no Hotel Transamérica, em Recife,
durante o 67º Congresso Brasileiro de Cardiologia, da
assinatura do convênio entre o American College of
Cardiology, representado pelo norte-americano William
Zoghbi e a SBC, representada por seu presidente,
Jadelson Andrade.
Somente no Brasil
Jadelson explica que vários países pedem há anos para
abrigar uma das edições desse curso, o mais famoso
de Educação Médica Continuada no campo da
Cardiologia, mas sem sucesso. “Coube ao Brasil
a honra de ter sido escolhido como o primeiro
pelo professor Fuster, que já neste ano ministrou
seus ensinamentos a um grupo de mais de 1.800
especialistas brasileiros.”
Conteúdo
Luiz Alberto Mattos diz que o resultado do evento
foi tão bom, que o ACC assinou agora com a SBC
uma relação contratual, segundo a qual haverá uma
edição anual do curso no Brasil. O que significa
que as mais modernas ferramentas de educação
médica continuada, a informação científica atual
no campo da Cardiologia, as avançadas fronteiras
do conhecimento, jamais apresentadas fora
dos Estados Unidos, estarão disponíveis para os
brasileiros. O curso está agendado para os dias 4 e
5 de maio de 2013.