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Jornal SBC 129 | Abril 2013
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ESTILO DE VIDA
“Há pessoas que choram
por saber que as rosas têm
espinho, 
outras
que
sorriem por saber que os
espinhos têm rosas!”
(Machado de Assis)
Na prática clínica diária,
observamos que a atitude
dos indivíduos perante a
vida parece ter influência
sobre a sua saúde e a
evolução das doenças. Embora já esteja comprovado
o impacto negativo de condições como depressão,
ansiedade, raiva e hostilidade, ainda não havia sido
bem documentado se há, realmente, influência da
positividade sobre a saúde do coração.
Uma revisão sistemática de mais de 200 estudos
avaliou os potenciais benefícios da felicidade sobre
a saúde cardiovascular
1
. Os pesquisadores avaliaram
dados
relacionados
ao
chamado
bem-estar
psicológico positivo cujos principais componentes
são o otimismo, a felicidade hedonista, baseada no
prazer, e a felicidade eudaimônica, que enfatiza a
felicidade interior. Observaram, contudo, que esses
Felicidade e doenças cardiovasculares
Pesquisadores da Escola de Saúde Pública de Harvard avaliaram o impacto do otimismo sobre as
doenças cardiovasculares
estados tendem a se correlacionar e, muitas vezes,
tais sentimentos se sobrepõem nas pessoas que
se consideram felizes. Foram também avaliadas as
correlações do bem-estar psicológico com fatores
de risco, tais como tabagismo, consumo de álcool,
qualidade do sono, atividade física, estilo alimentar,
além da presença de disfunções cardiocirculatórias,
inflamatórias e processos metabólicos mais
relevantes para a saúde cardiovascular.
Os resultados são admiráveis. Ativos psicológicos,
como otimismo e positividade não apenas associaram-
se à proteção contra os males cardiovasculares, mas
também retardaram a progressão das doenças já
estabelecidas. Dados revelamque a felicidade protege
consistentemente contra as doenças cardíacas,
independentemente da presença de tradicionais
fatores de risco. O bem-estar psicológico positivo
também se correlaciona positivamente com um estilo
de vida mais saudável e negativamente com hábitos
sabidamente deterioradores da saúde. Em conclusão,
pessoas felizes e mais otimistas têm um risco até 50%
menor de sofrer um desfecho cardiovascular primário.
Referência:
1) Boehm JK, Kubzansky LD. The heart’s content: the
association between positive psychological well-being and cardiovascular
health. Psychol Bull. 2012;138(4):655-91