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Jornal SBC 127 | Fevereiro 2013
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Cardiologista deve emitir receita para vacinação
contra Influenza
SBC participou de reunião no Ministério, que abrirá 34 mil salas de vacinação.
Os cardiopatas foram incluídos no grupo de risco
A SBC alerta os associados para a necessidade de
passarem a receitar a vacina contra a gripe para seus
pacientes, informando-os de que agora têm direito
a se imunizarem gratuitamente nas 34 mil salas de
vacinação que o Ministério tem no país inteiro. A
informação foi transmitida ao diretor de Promoção de
Saúde Cardiovascular, Carlos Alberto Machado, que
representou a SBC em recente reunião em Brasília.
Inclusão de cardiopatas
Carlos Alberto explica que a Comissão Nacional de
Imunização, que já garantia a vacinação gratuita
para os idosos, abriu o leque, e considera agora com
direito à vacina todo hipertenso com comorbidade,
os portadores de cardiopatia congênita, de
insuficiência cardíaca e de doença arterial
coronariana. Assim, quando for iniciada a campanha
de vacinação deste ano, em abril, os pacientes que
se enquadram nas condições previstas devem ser
orientados pelos cardiologistas a procurar os postos
do SUS levando a receita.
A inclusão dos cardiopatas no grupo de risco que
deve receber prioritariamente a vacina decorre das
complicações que a gripe pode provocar no paciente
com problemas cardíacos. Essa preocupação tem
aumentado à medida que cresce a expectativa
de vida da população e o brasileiro envelhece,
explica Carlos Alberto, tanto que a SBC está
iniciando juntamente com a Sociedade Brasileira
de Imunização o preparo da
Diretriz de Imunização
em Cardiologia
, que deverá ser divulgada ainda
no correr deste ano. Leia mais sobre a diretriz na
página 18.
DEFESA PROFISSIONAL
A falta de qualidade da saúde suplementar
Apesar de nos últimos anos,
após a
Lei nº. 9.656/98
e a
criação da Agência Nacional
de Saúde (ANS), ter se
verificado uma melhoria
na quantidade e qualidade
de dados sobre o mercado
de saúde suplementar, ele
ainda é pouco conhecido
e
considerado
no
planejamento do sistema de
saúde no país.
Nos últimos meses, a ANS
proibiu a comercialização de
saúde de algumas operadoras. A decisão foi motivada
pela má qualidade da prestação de serviços, sobretudo
a demora no atendimento médico, na realização de
exames e na concessão de autorização para internações.
A intervenção parece legítima. Afinal, cabe ao regulador
corrigir falhas de mercado e a insuficiência generalizada
da qualidade dos serviços de saúde suplementar.
Vivemos um momento de crise no sistema de saúde
suplementar. A situação atual é extremamente delicada,
pois essas empresas prestadoras de serviços na área da
saúde vêm sendo alvo de volume expressivo de queixas
dos consumidores ao Procon. Os médicos estão se
descredenciando das operadoras (planos de saúde e
seguradoras), pois não aceitam mais trabalhar por cerca
de R$ 40 a consulta, o que pagam os planos de saúde.
Além disso, vêm sofrendo “interferências antiéticas”
feitas pelos planos de saúde na relaçãomédico-paciente,
“insustentáveis” também por imporem limitação a
José Xavier de Melo Filho
Diretor de Qualidade
Assistencial da SBC
josexavier@cardiol.br
pedidos de exames. As operadora em geral impõem
regras, do tipo protocolos e diretrizes, estabelecendo
por vezes uma limitação de autonomia profissional.
Segundo o presidente do CFM, “Há uma inércia do poder
político. Faltam políticas públicas de saúde”.
Centenas de profissionais de especialidades médicas
têm optado por se descredenciado dos convênios e
operadoras de saúde. O que antes era visto apenas em
grandes centros, como São Paulo, generalizou-se por
todo o país. Os valores das mensalidades dos usuários de
plano de saúde tiveram reajustes de 136% nos últimos
onze anos. Em contrapartida, os médicos receberam,
emmédia, somente 60% de reajuste nos honorários. No
mesmo período, a inflação acumulada foi de 105%. A
alegação do descredenciamento, assim, faz sentido.
DIRETORIA