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Jornal SBC 130 | Maio 2013
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SBC publica Diretriz em Cardiologia do
Esporte e do Exercício com foco em
treinamento físico de deficientes
EDUCAÇÃO
A Sociedade Brasileira de Cardiologia acaba de
divulgar a primeira Diretriz que orienta os médicos
sobre como avaliar as condições de um deficiente
físico, para que comece a se exercitar, praticar
esportes ou mesmo se tornar um atleta competitivo
em paraolimpíadas.
O documento, que levou três anos para ser preparado
epodeser acessadonoPortal daSBC(www.cardiol.br),
é fruto do trabalho de 40 especialistas da Sociedade
Brasileira de Medicina do Esporte e da Sociedade
Brasileira de Cardiologia.
O editor da Diretriz, Nabil Ghorayeb, relata que
nas últimas décadas a medicina passou a encarar o
sedentarismo como um fator de risco para a saúde
como um todo e para o sistema cardiovascular de
forma especial. Por essas razões, nos dias atuais,
pessoas com problemas cardíacos, diabéticos,
idosos e deficientes físicos são estimulados a
praticar exercícios. “Os médicos se queixavam,
porém, da falta de uma Diretriz que estabelecesse
normas acerca da melhor orientação para alguém
que resolva começar a se exercitar: seja caminhando,
em academia, ou ainda tornando-se um atleta
profissional e, em consequência, que tipo de
exercício e com que intensidade recomendar”.
“A Diretriz tem três capítulos, que indicam como
avaliar quemvai começar a seexercitar, comoprevenir
a morte súbita no esporte e ainda um capitulo inédito
de como avaliar e iniciar o deficiente físico num
programa de condicionamento”, relata o presidente
da SBC, Jadelson Andrade. O presidente chama a
atenção para a oportunidade em que a Diretriz está
sendo publicada, considerando a proximidade da
Copa das Confederações, da Copa do Mundo, das
Olimpíadas e Paraolimpíadas, que certamente serão
um forte estímulo para que milhões de brasileiros
comecem a se exercitar.
Atualmente, apenas 10% da população fazem
exercícios na frequência recomendada, de pelo
menos três vezes por semana. A recomendação
é de que, quem pretende se exercitar, procure o
médico para um exame clínico, e este, por sua vez,
deve observar a faixa etária, o histórico do paciente,
presença de fatores de risco, exame físico, e a partir
daí estabelecer o tipo de exame complementar
que deva solicitar, e após toda essa análise, o
aconselhamento acerca do programa de exercícios
para o paciente.
A Diretriz é um documento que responde às
perguntas do médico, orienta a avaliação,
exames a ser solicitados e a evolução do
paciente, evitando que ele se lance
sem preparação adequada em
desafios como uma maratona
ou corridas de rua. “Esses
esforços inusitados numa
corrida
muito
longa
exigem muito do coração”,
explica Nabil Ghorayeb,
“e não é incomum que
provoquem uma arritmia,
uma isquemia ou mesmo
um infarto ouparada cardíaca”.
O teste de esforço é um dos
métodos,
quando
indicado,
mais precisos para avaliar a
condição de um paciente sedentário
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Sociedade Brasileira de Cardiologia • ISSN-0066-782X • Volume 100, N° 1, Supl.2, Janeiro 2013
A Diretriz tem três capítulos,
que indicam como avaliar
quem vai começar a se
exercitar, como prevenir
a morte súbita no esporte
e ainda um capitulo
inédito de como avaliar
e iniciar o deficiente
físico num programa de
condicionamento
iniciar a prática de exercícios uma vez que reproduz
em ambiente seguro, sob monitorização e vigilância
a carga que o coração enfrenta durante um esforço
físico permitindo, dessa forma, estabelecer uma
orientação adequada dos limites de exercício
que cada paciente pode realizar sem risco de
complicações cardiocirculatórias.
Exercício do deficiente preocupa
A Diretriz dedicou todo um capítulo ao deficiente
físico, pois o sucesso dos brasileiros nas
paraolimpíadas está levando milhares de deficientes
a abraçarem o esporte. O Brasil tem crescente
número de nadadores deficientes físicos, outros
que disputam provas de atletismo como ocorre
com os deficientes visuais. É para os médicos
desses atletas deficientes físicos que querem
começar a se exercitar que foi preparado o capítulo
da Diretriz sobre avaliação do deficiente, explica
Ghorayeb. Ressalta ainda que, embora divulgada a
menos de um mês, a grande demanda pela Diretriz
mostra que os médicos estavam efetivamente se
ressentindo da falta deste importante documento,
que a SBC acaba de publicar conjuntamente
com
a
Sociedade
Brasileira
de
Medicina
do Esporte.