Jornal SBC 146 | Setembro 2014 - page 18

Jornal SBC 146 · Setembro · 2014
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Informes CFM
Ainvoluçãodo ensinomédico
Pouco mais de dois séculos
nos separam da abertura da
primeira escola de Medicina
do país, no ano de 1808, em
Salvador (BA). Desde então, a
medicina e seus representantes
se tornaram referências para a
comunidade internacional. Essa
projeção resulta também da
qualidade do ensino médico, a
qual vem sendo ameaçada por
algumas políticas públicas.
Chama a atenção a quantidade de novos cursos
médicos no Brasil. Em 24 anos, o número passou
de 83 para 235, e apesar de ilhas de excelência, a
falta de critérios tem feito que escolas funcionem
com estruturas limitadas, sem laboratórios, hospitais
de ensino e professores capacitados.
Roberto Luiz
d’Avila
Presidente do Conselho
Regional de Medicina
(CFM)
O governo alega que o aumento de vagas fixará
médicos em áreas de difícil provimento. Estudos
mostram, no entanto, que apenas 26% dos médicos
fixam residência nos municípios de sua graduação.
Alémdisso, tambémcausam inquietude asmudanças
das diretrizes curriculares aprovadas pelo Conselho
Nacional de Educação, que passaram a priorizar o
internato dos alunos na atenção básica e nos serviços
de urgência e emergência da rede pública.
Assim, o olhar mais agudo percebe que as medidas
anunciadas para o ensino médico nada têm de
estruturantes. Preocupa-nos, sobretudo, o impacto
dessas ações para a sociedade que receberá, no
futuro, jovens médicos com formação duvidosa.
Cabe ao governo avaliar as consequências desse
processo que confirma a vocação de se transformar
a saúde – em todos os seus aspectos – em mais um
peão do jogo do marketing político e eleitoral.
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