Dia a Dia do Cardiologista
RECOMENDAÇÕES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA PARA A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA OU DE EXERCÍCIO FÍSICO DE INTENSIDADE MINIMAMENTE MODERADA
A Sociedade Brasileira de Cardiologia e o seu Departamento de Ergometria, Cardiologia do Esporte, Cardiologia Nuclear e Reabilitação Cardíaca (SBC/DERC), destinados ao estudo, pesquisa, atenção, orientação da utilização do exercício físico no diagnóstico, prevenção e tratamento das doenças cardiovasculares, estabelece orientações que visam aspectos essenciais no alcance do alvo maior, que é o benefício da saúde humana e a segurança na execução deste objetivo.
1. A prática da atividade física e do exercício físico constituem condutas que mais possibilitam a prevenção e o tratamento de várias condições clínicas, reduzindo a alta frequência do aparecimento das doenças cardiovasculares, diminuindo a sua gravidade e elevada mortalidade. O SBC/DERC entende que diante de tais benefícios, a ênfase quanto ao incentivo e a sua efetiva aplicação devam ser priorizadas pelos profissionais médicos e pelas instituições governamentais e não governamentais que têm como maior objetivo a preservação da saúde da população.
2. Embora altamente benéfica para a maioria dos indivíduos, em algumas condições ela pode desencadear, agravar e/ou precipitar eventos potencialmente muito graves, inclusive a morte, mesmo que incomumente.
3. Visando alcançar os objetivos maiores descritos no item 1 e, simultaneamente, procurando reduzir ao mínimo o risco das condições referidas no item 2, o SBC/DERC, sustentado cientificamente, orienta quanto as recomendações que visam, exclusivamente, o benefício e a segurança dos que já praticam ou pretendem iniciar programas de atividades físicas.
3.1. Idealmente, todos os indivíduos antes de iniciar um programa de exercício de maior intensidade deveriam ser avaliados por um médico de modo a serem submetidos a uma avaliação técnica profissional qualificada.
3.2. Todos os interessados em realizar atividade física de intensidade moderada à intensa em instituições com esta finalidade deverão responder as questões dos subitens 3.3 e 3.4. Caso respondam “sim” a uma das questões do subitem 3.3. ou a duas ou mais questões do subitem 3.4, a consulta prévia ao profissional médico deverá ser realizada obrigatoriamente, e somente após a liberação formal do mesmo a inclusão nas sessões de atividade física poderão ser iniciadas.
Referências científicas:
1. Balady GJ, Chaitman B, Driscoll D, Foster C, Froelicher E, Gordon N et al. Recommentations for cardiovascular screening, staffing, and emergence policies at health/fitness facilities. Circulation. 1998;97:2283-2293.
2. Borjesson M, Urhausen A, Kouidi E, Dugmore D, Sharma S, Halle M et al. Cardiovascular evaluation of middle-age/senior individual engaged in leisure-time sport activities: position stand from the sections of exercise physiology and sport cardiology of the European Association of Cardiovascular Prevention and Rehabilitation. Eur J Cardiovasc Prev and Rehabil. 2010.
3. Ghorayeb N, Costa RVC, Castro I, Daher DJ, Oliveira Filho J A, Oliveira MAB et al. Diretriz em cardiologia do esporte e do exercício da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. Arq Bras Cardiol. 2013;100(Supl.2):1-41.
4. Herdy AH, López-Jiménez F, Terzic CP, Milani M, Stein R, Carvalho T, Serra S, Araújo CG et al. Diretriz Sul-Americana de Prevenção e Reabilitação Cardiovascular. Arq Bras Cardiol. 2014;103(Supl.1):1-31.