Uma
segunda
chance
Eduardo Chammas conta
como o susto o fez
repensar toda a vida
Era para ser um dia como outro qualquer. Em 28 de
novembro de 2011, Eduardo Chammas – formado pela
Faculdade de Medicina de Valença (RJ), e especialista em
Cardiologia e Hemodinâmica da Beneficência Portuguesa
de São Paulo – chegou ao consultório, em Jales, no interior
de São Paulo, para o habitual atendimento aos pacientes.
Mas, perto das 9h da manhã, o profissional que tanto se
dedicava à saúde cardiovascular das pessoas foi traído
pelo seu próprio coração, que parou. Aos 36 anos, magro,
praticava atividade física, não dependente químico, mas
trabalhava demais.
Assimque sofreu a parada cardíaca, foi socorrido pelas então
secretárias Vladia e Suzi, que haviam sido treinadas para
emergência. “Foram elas que iniciaram o procedimento de
emergência. Correram, pediram ajuda e depois começaram
a fazer a massagem de reanimação, até a chegada de dois
outros médicos de consultórios vizinhos”, lembra Eduardo
Chammas.
Coma por três dias
Ele foi levado para a Santa Casa de Jales, onde sofreu
outras paradas cardiorrespiratórias. “Foram 35 minutos de
reanimação, fui cardiovertido sete vezes. Em seguida, me
transferiram para o Instituto de Moléstias Cardiovasculares
(IMC) de São José do Rio Preto, onde fiquei em coma por
três dias. “Minha esposa Kika foi muito companheira em tudo
o que aconteceu. Ela acredita muito no pensamento positivo.
Todos falaram que eu ficaria com sequelas e ela dizia que
me tiraria andando da UTI. E aconteceumesmo”, comemora.
Eduardo Chammas conta que a parada foi causada pela
Síndrome de Brugada, até então desconhecida. Logo após
o evento, foi implantado um cardiodesfibrilador no coração
do especialista, que hoje leva uma vida normal. “Devo minha
vida aos colegas Dr. Fábio, Dr. Márcio e Dra. Emico, em
Jales, e ao Dr. Greco e equipe do IMC”, faz questão de frisar.
Mais tempo à família
A segunda chance ele aproveita da melhor maneira possível.
Pai de dois meninos, hoje com 7 e 9 anos, Chammas conta
que, desde o susto, se dedica muito mais a ter tempo para
a família, almoça em casa, leva as crianças para a escola e
tenta se organizar nos horários para respeitar o próprio ritmo.
“Geralmente cardiologista acha que não acontece com a
gente. Jales tem 50 mil habitantes e todo mundo sabe que
eu morri. Até hoje levo puxão de orelha de paciente que
me dizem ‘Doutor, o senhor está bem? O senhor não pode
morrer’”, finaliza descontraído.
Coração Valente
Nota: A partir desta edição o Jornal SBC irá contar histórias de superação de seus sócios.
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