Jornal SBC 173 | dezembro 2016 - page 25

Domingo Braile é Prof. Emérito da Faculdade Estadual
de Medicina de Rio Preto e Sênior da Faculdade de
Ciências Médicas da Unicamp. Pró-Reitor de Pós-Gra-
duação da Famerp, editor do Brazilian Journal of Cardio-
vascular Surgery
Cirurgia Cardíaca
por Domingo Braile
Congresso da SBCCV será no Rio de Janeiro
Os principais meios de inserção e divul-
gação da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Cardiovascular repousam em atividades
presenciais e de mídia impressa e eletrô-
nica. Destacando-se o Congresso Brasi-
leiro de Cirurgia Cardiovascular, cuja 44ª
edição realizar-se-á nos dias 20 a 22 de
abril de 2017, no “Riocentro Exhibition &
Convention Center”, Rio de Janeiro.
Será um evento de grande repercussão
como afirmou seu coordenador o Prof. Hen-
rique Murad, “A cidade sede de grandes
espetáculos está preparada para acolher o
mais esperado e importante Congresso da
especialidade da América Latina”.
A programação esmerada envolve todas
as grandes áreas da Cirurgia Cardiovas-
cular, destacando-se inovações e incorpo-
ração de técnicas do atual estado da arte.
Teremos seis conferencistas internacionais,
das Universidades: Hannover, Duke, Mayo
Clinic, Icahn-Mont Sinai, Coimbra e San
Diego. Ao lado dos especialistas brasileiros,
são garantia de grande proveito para atuali-
zação de Cirurgiões e Cardiologistas.
Exigências do ensino atual de Cardiologia
Para alcançar tais objetivos as escolas médicas necessitam de
docentes com sólidos conhecimentos e com capacidade didática
para transmiti-los; não podem prescindir de estruturas adequa-
das, como laboratórios e hospitais de ensino; estes últimos são
condição
sine qua non
para o ensino. E mais, impõe-se que os do-
centes tenham dedicação efetiva ao ensino; ser mestre não é uma
atividade eventual; é uma vocação que merece dedicação total.
Por outro lado, ensino da Cardiologia moderna deve incorpo-
rar os novos avanços, tais como biologia molecular, genética,
estatística e informática. A fisiopatologia atual baseia-se em
mecanismos celulares, subcelulares, moleculares e sinaliza-
ção mecanoquímica. Porém tais conhecimentos requerem
técnicas especiais para identificação de elementos e meca-
nismos intracelulares.
Nesse contexto ultrarresumido, pergunta-se: quantas escolas
médicas brasileiras estão preparadas para alcançar tais ob-
jetivos. Com exceção de certas ilhas de competência, muito
poucas.
Nossos dirigentes educacionais devem atentar seriamente para
essa grave situação. Estruturação moderna do ensino médico
deve ser prioridade do governo.
O ensino da medicina em geral tem como objetivos básicos:
1
estudar os fenômenos biológicos que governam o funcionamento de todo o organismo; i.e, fisiologia;
2
estudar as relações mente/corpo visto que as doenças não são apenas físicas mas afetam a pessoa toda; é o modelo humano;
3
estudar as alterações fisiopatológicas que constituem as bases das doenças; sem isso não existe terapêutica sólida;
4
o ensino médico deve oferecer formação geral aos estudantes primeiro; especialidades devem vir depois;
5
o ensino médico deve ser um treinamento em raciocínio, em análise crítica, e não simplesmente transmissão de informações que
o aluno decora. A razão desse princípio é que a verdade médica muda rapidamente, e não se deve atrelar ao hoje e ao passado,
nem se extasiar simplesmente pelo novo, que pode não ser o melhor.
Relação Médico Paciente
por Protásio Lemos da Luz
Protásio Lemos da Luz é professor sênior de
Cardiologia do InCor da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo - FMUSP
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