As áreas mais prejudicadas
pelo excesso de burocracia são
Cardiologia e Oncologia, segundo
levantamento da Interfarma
Brasil pode ficar de fora de
pelo menos 58 pesquisas
clínicas internacionais
“Os longos prazos de liberação na Anvisa e na Comis-
são Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) atrasam os
pesquisadores brasileiros em relação aos estrangeiros. E
torna-se difícil cumprir a exigência de prazos do Conse-
lho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pes-
soal de Nível Superior (Capes)”, afirma o diretor de Pes-
quisa da SBC, Leandro Zimerman.
Segundo a Interfarma, em 2015, o mesmo estudo que era
avaliado em até 60 dias nos Estados Unidos demorava
cerca de 12 meses no Brasil.
Zimerman lembra que o Brasil ocupa o 50º lugar em um
ranking de 53 países feito pela revista
Nature
. E apon-
ta outras razões: “parte do problema são os entraves
burocráticos. Dificuldades na importação de insumos e
equipamentos fazem que, segundo pesquisa da UFRJ,
95% dos cientistas brasileiros já tenham deixado de fa-
zer pesquisa ou alterado projeto. É preciso que impor-
tações sejam facilitadas, aprovações sejam agilizadas
e os pesquisadores possam ser ágeis para cumprir os
prazos definidos pelas agências e pela necessidade
científica”.
Na opinião do presidente da SBC, Marcus Vinícius Bolívar
Malachias, “também é preciso ampliar o estímulo aos con-
sultores e aos pesquisadores. Enquanto os consultores
ad
hoc
, convidados para avaliar os protocolos, não recebem
quaisquer benefícios para o árduo trabalho voluntário, os
pesquisadores amargam uma redução expressiva dos va-
lores dos financiamentos dos estudos”, conclui.
Diretoria
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